O painel digital era diferente de tudo que existia na época. Assim como a oitava geração do Honda Civic, o Leaf traz mostradores divididos em duas partes. O quadro de instrumentos atrás do volante informa autonomia, situação das baterias e agrupava as luzes de advertência.

No andar de cima fica o velocímetro digital e um criativo sistema para educar a condução do motorista. Pequenas árvores se formam a medida que o condutor dirige de forma ecológica. O objetivo é criar o maior número de pinheirinhos possíveis durante a viagem. Era quase como jogar Super Nintendo enquanto voltava para casa.

A autonomia de 160 quilômetros é mais do que suficiente para a grande maioria dos motoristas realizar seus deslocamentos diários. Entretanto, é bom lembrar que dificilmente será assim, já que, quando mais você acelera, menos carga estará disponível para rodar. Ligar o ar-condicionado e acender os faróis, duas tarefas corriqueiras no trânsito, também roubam quilômetros precisos de sua reserva.

Não foram poucas as vezes em que decidi rodar sem ar-condicionado apenas para poupar a carga das baterias. Se você tiver o pé mais pesado vale a pena recorrer ao modo “B” (de “Brake”, ou “freio”, em inglês), que reforça a atuação do sistema de frenagem regenerativa. Em contrapartida, o Leaf fica muito mais “amarrado” e lento nas arrancadas. Bom lembrar que a primeira geração não trazia o sistema e-Pedal presente no Leaf atual – vou detalhar seu funcionamento mais adiante.

A total ausência de ronco do motor torna única a experiência de dirigir um carro elétrico. Todo e qualquer barulho do carro é ouvido na cabine. Ao mesmo tempo, a falta de barulho traz um efeito relaxante – pelo menos para mim. Não sinto vontade de acelerar quando dirijo um carro elétrico, tamanha a suavidade ao conduzi-lo.

Alguns proprietários com quem já conversei me dizem também que ser dono de um veículo movido a eletricidade implica em uma mudança no seu jeito de dirigir. Isso porque você começa a “competir” consigo mesmo para poupar a carga da bateria ou mesmo regenerá-la em viagens mais longas. E sim, eu fiz isso várias vezes enquanto avaliava os dois carros.

Existem ainda um efeito colateral inerente ao veículo em si. Ao andar na cidade, você invariavelmente precisará usar mais a buzina do que o normal. Isso porque vários carros e principalmente pedestres não percebem sua aproximação, então não é difícil ver outras pessoas se assustando com sua presença.

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