A Apollo 16 foi a penúltima expedição da Nasa, a agência espacial norte-americana, à Lua em abril de 1972. Mas ela foi marcante também por outro motivo, pois foi nela que surgiu o primeiro utilitário elétrico com tração 4×4. Junto com a missão, a Nasa enviou ao satélite natural o LRV, sigla para Lunar Roving Vehicle (Veículo Lunar Itinerante).
Agora, 48 anos depois, um vídeo remasterizado do original mostra como foi a missão do veículo na lua. O vídeo traz ainda a conversa entre os astronautas John W. Young, piloto do LRV, e o copiloto e responsável pela filmagem, Charles M. Duke Jr.
O LRV foi criado para ser operado em baixa gravidade, que é o caso da lua, e em vácuo – ausência de luz, som e ar. Produzido em alumínio, tinha baterias de 36V armazenadas na frente com autonomia de 78 horas ou 180 km de distância. As rodas eram de malhas de cordas de piano e titânio e cada uma delas tinha seu próprio motor elétrico. Sua velocidade máxima era de 14 km/h.
A suspensão era independente nas quatro rodas. Para, a época, os motores elétricos tinha um funcionamento bem evoluído. Eles permitiam a desconexão em cada roda, uma espécie de roda livre. Além disso, era possível rodar e, modo 4×2, caso metade dos motores elétricos quebrassem.
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LRV tinha que aguentar até 150º C negativos
Entre as particularidades dos LRV, eles tinham que ser resistentes o suficientes para os impactos de decolagem e aterrissagem dentro da nave, além de resistir a temperaturas de até 150º C negativos no espaço. Ele viajou desmontado e preso na lateral do módulo e foi montado na lua.
Em sua forma final, o LRV tinha 3,1 metros de comprimento, 1,8 m de largura, 350 mm de altura do solo e cerca de 180 kg. Sua capacidade de carga era de 621 kg, incluindo os dois ocupantes, equipamentos científicos, peças de substituição, broca e as amostras de rochas que foram recolhidas.
Na época, ele foi desenvolvido pela Nasa, mas a construção foi realizada por um consórcio entre a Boeing e a Delco Eletronics, divisão de tecnologia avançada da GM. O projeto, infelizmente, não contemplava a recuperação dos veículos lunares no retorno a terra, portanto, todos os criados para as missões Apollo, estão na lua até hoje.