O centro de desenvolvimento da Jaguar Land Rover em Gaydon é dos mais modernos e ocupa cerca de 13 mil engenheiros que desenvolvem carros como o Range Velar ou o novo Defender. Há 50 anos foram apenas três pessoas que trabalhando fora de horas burilaram aquele que ainda hoje é ícone dos todo o terreno.
Depois outras três almas levaram o carro para o plano da produção em apenas dois anos, na época algo fantástico. Curiosamente, o Range Rover Series 1, antes de ser lançado em 1970, foi conhecido como “Alternative Station Wagon, “100 inch Station Wagon” e ainda “Concept Oyster”. Felizmente, ficou como Range Rover,.
Passaram 50 anos desde que o modelo foi lançado, depois de ser lançado o primeiro protótipo em julho de 1967. O modelo tinha já a silhueta que conhecemos, mas com para choques… do Ford Transit. A ideia era criar um 4×4 de luxo que não perdesse as qualidades fora de estrada.
Nas imagens que publicamos, podem acompanhar a evolução do modelo até aos dias de hoje.
1967 – Protótipo
Foi neste ano que surgiu o primeiro protótipo, cuja carroçaria se aproximava do modelo final, mas largamente baseado no tradicional Land Rover, nomeadamente a mecânica e a transmissão, além de suspensões. O segundo protótipo já foi bem diferente, com tração integral e a Boge Hydromat que auto nivelava a altura no eixo traseiro.
1970 – Nasce o Range Rover Series 1
O carro viu a luz do dia há 70 anos e foi um enorme sucesso, graças ao desenho moderno e diferenciador, tinha um motor com 130 CV, algo pouco visto, e tinha um chassis separado da carroçaria. Curiosamente, na época, não era um carro luxuoso, mas apenas mais confortável e mais refinamento. A fama de modelo de luxo só chegaria anos mais tarde.
1973 – Range Rover recebe direção assistida
Pois é, o primeiro Range Rover não tinha direção assistida, mas isso foi resolvido em 1973, melhorando, muito, a qualidade em termos de condução.
1981 – Land Rover torna-se marca independente e Range Rover conhece nova evolução
A British Leyland (BL) chegou aos anos 80 com a cabeça no cadafalso e por isso decidiram emancipar a Land Rover que passou a ser uma marca e não apenas um modelo da gama BL. Foi assim que o Range Rover apareceu com uma inaudita versão de quatro portas e viu uma sensível evolução, ao mesmo tempo que reforçava as credenciais como veículos Premium, com a chegada da versão Vogue. Inocente? Não, a revista Vogue publicou um trabalho sobre o Range Rover em março de 1981. Começava a escalada do Range Rover.
1982 – Range Rover passa a automático
Querendo escalar no segmento Premium, o Range Rover tinha de mudar e se muita coisa continuava rudimentar, a caixa de velocidades automática era essencial. Em 1982, lá chegou a unidade automática que teve reflexo imediato nas vendas.
1985 – A potência começou a ficar escassa e a Land Rover decidiu, em 1985, juntar injeção eletrónica ao motor e assim subir para os 160 CV.
1986 – Range Rover recebe o primeiro motor turbodiesel
O primeiro motor turbodiesel surgiu em 1986, uma necessidade absoluta para o mercado cada vez mais a gasóleo neste segmento dos SUV.
1987 – Desembarque nos Estados Unidos da América
Curiosamente, o Range Rover só chegou ao mercado norte americano 17 anos depois do lançamento, apesar de ter sido inspirado pelos modelos do outro lado do lago. Acabou por ser um dos melhores mercados da marca: no primeiro ano foram vendidas 2.586 unidades, enquanto em 2019 vendeu 125.787 carros.
1989 – Competição afeta vendas
O Range Rover começou a enfrentar dificuldades com a chegada de rivais competentes que faziam igual ou melhor que o mais caro carro britânico. O motor V8 de 3.9 litros foi o remédio aplicado pela Land Rover.
1992 – Versão de chassis longo
Chamava-se LSE, tinha distância entre eixos alongada, suspensão a ar controlada eletronicamente e com controlo de tração. O nível de luxo subiu nesta versão especial.
1993 – Autobiography adiciona luxo
O sucesso do LSE encorajou a Land Rover a reforçar a mecânica e o luxo, com a primeira versão Autobiography, que abria a porta á personalização. Mas o sucesso foi tão grande que a Land Rover decidiu tornar o programa de customização num nível de equipamento. Ainda hoje o topo de gama é o Autobiography e a marca continua a fazer versões especiais para clientes através do braço SVO (Special Vehicle Operations).
1994 – Primeira grande mudança e chegada do motor BMW
A versão P38A do Range Rover era muito diferente do original, embora fosse possível ver uma ligação com a anterior geração. Moderno com desenho quadrado e reto, tinha uma alargada distância entre eixos e a maior novidade: um motor BMW turbodiesel, cortesia do grupo BMW do qual a Land Rover fazia parte, depois da compra da marca pelo gigante alemão. O V8 da Rover continuou disponível, mas o maior sucesso foi a versão com motor germânico de seis cilindros turbodiesel.
1999 – Sabe qual foi o Range Rover mais caro de sempre?
Chamava-se Linley, tinha navegação por satélite, televisão, leitor de vídeo, pele, madeiras raras, enfim, tudo aquilo que se poderia encontrar nos automóveis mais luxuosos à venda no mercado. Foi encomendado por Lord Lanley que desenhou as alterações no exterior e interior e deu o nome ao carro. Custava mais de 100 mil euros na época.
2000 – Land Rover vendida à Ford
Desiludida com a performance da Rover e da Land Rover, a BMW decidiu vender tudo à Ford em março de 2000. Com esta compra, a casa da oval azul criou um grupo com marcas como a Land Rover, Jaguar, Volvo e Aston Martin. A Rover não veio no pacote – foi vendida ao Phoenix Consortium, ficando apenas a marca Rover na BMW, que a alugou para ser criada a MG Rover, que faliu em abril de 2005 – e assim a Land Rover desapegou-se, finalmente, da casa britânica.
2002 – Nova geração chega com mais refinamento
O L322 foi fruto de um desenvolvimento da BMW, pouco satisfeita com o P38A herdado da Rover. Mas a venda deixou o projeto a meio, onde a Ford pegou e acabou por o lançar apenas em 2002, com a pompa e circunstância da presença de Tony Blair, primeiro ministro britânico na época. O trabalho da Ford foi fácil, pois a BMW já tinha gasto todo o dinheiro do desenvolvimento e industrialização do carro. A casa americana ganhou bom dinheiro com o L322, o mesmo fazendo a Tata quando resgatou a Jaguar e a Land Rover das mãos da Ford. Numa primeira fase, mesmo na Ford, o L322 tinha motores BMW que foram sendo substituídos por motores Ford e Jaguar. Porém, muito do equipamento e da eletrónica eram da BMW e vindas do Série 5 E39. O novo carro era muito mais luxuoso e refinado, tornando a Range Rover como membro de pleno direito do segmento Premium. De tal ordem que o L322 vendeu mais nos EUA que o Audi A8 e o BMW Série 7 juntos desde 2013 e ameaçou o Classe S em 2016. Curiosamente, o ano de 2002 foi o ano em que foi produzida a unidade 500 mil.
2005 – Chega a sobrealimentação
Porque a potência é importante no segmento dos SUV de luxo, a Land Rover pegou no V8 de 4.2 litros e aplicou-lhe um compressor que levou a potência para lá dos 400 CV. Um motor que deu nova alma ao Range Rover que já tinha uma versão mãos compacta chamada Sport.
2006 – Motor V8 turbodiesel estreia-se na gama
O TDV8 era o Range Rover que todos queriam: um V8 a gasóleo que superava, por larga margem, o TD6 com 270 CV, com a aceleração 0-100 km/h em 8,5 segundos. O TD6 fazia o mesmo exercício em 12,7 segundos. Outra grande novidade foi a introdução do Terrain Response, vindo o Land Rover Discovery e que oferecia uma impressionante superioridade fora de estrada face aos rivais.
2008 – Nova mudança de mãos
Negócio complicado, mas conseguido em 2008: a Ford vendeu a Jaguar e a Land Rover aos indianos da Tata por 1.4 mil milhões de euros, prometendo o gigante indiano manter a identidade de ambas as marcas.
2009 – Range Rover recebe o motor mais potente de sempre
O V8 com 5 litros recebeu um compressor e com 505 CV, tornou-se no Range Rover mais potente de sempre.
2012 – Nova geração mantém a fórmula, melhorando-a
Chama-se L405, é a última geração do Range Rover e foi lançada em 2012. Revolucionou a fórmula, mas mantendo-a bem viva mantendo a capacidade para andar fora de estrada, mas agora com ainda maior qualidade em estrada e com uma distância entre eixos majorada para melhor habitabilidade. O chassi em alumínio colado, o motor V8 de 5.0 litros, o TDV6 e o SDV8 a gasóleo, melhorado Terrain Response, direção elétrica e barras estabilizadoras ativas.
2013 – Regressa o LSE
Depois do LSE lançado em 1992, o modelo de distância entre eixos alongado, cumpriu o seu regresso com o L405, permitindo ser competitivo na China e oferecendo uma versão com amplo espaço interior. O luxo foi reforçado.
2014 – Chega o motor híbrido
Inevitavelmente, o Range Rover teve de ser alinhado com a eletrificação e o primeiro híbrido do modelo nasceu em 2014.
2017 – Lançamento do Plug In
Dois anos depois do primeiro híbrido, chegou o P400e PHEV, um híbrido “Plug In” que une um motor Ingenium 2.0 litros com quatro cilindros com 115 CV e um motor elétrico que, combinados, oferecem 400 CV, emitindo apenas 64 gr/km de CO2.
2020 – O futuro será híbrido ou elétrico
Foram 50 anos de evolução desde o “100 inch Station Wagon” (que designava a distância entre eixos de 2,54 metros) até ao atual L405 e 1,19 milhões de unidade produzidas. Continua a ser um 4×4 icónico e o futuro deverá ser híbrido e elétrico.
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