Em princípio, carros elétricos são caros porque suas baterias de íon lítio são de alto custo. O cobalto, mineral utilizado nas mesmas, tem valor extremamente elevado e é responsável por 22% a 33% do peso das baterias. Porém, novas baterias lançadas em carros chineses, durante a pandemia de Covid-19, demonstram que o uso do cobalto pode ser baixado para apenas 10%.

Certamente, a redução era uma meta global e, aliás, considerada muito improvável. Porquanto, com o avanço tecnológico, a perspectiva é de que o preço dos carros elétricos possa cair 10%. Em outras palavras, isso significa que o carro elétrico comum poderá chegar ao mercado por cerca de R$ 14 mil a menos. Além disso, com a nova bateria, a autonomia do veículo será aumentada em até 40 quilômetros.

Além dos chineses, grandes fabricantes ocidentais, como a General Motors e a Volkswagen, já estão de posse dessa tecnologia. Até a Tesla, que atualmente usa um sistema diferente, deve adotá-la em sua fábrica de carros elétricos na China.

A
novidade se chama NMC 811

A nova bateria, que se chama NMC 811, resolveu primordialmente um problema que incomodava os pesquisadores há mais de cinco anos. Até porque a maior parte do cobalto, que é raro, vem da República Democrática do Congo, onde os mineiros enfrentam condições terríveis de trabalho. E está cada vez mais difícil extraí-lo.

Com o uso da NMC 811 em carros elétricos, as vendas desses veículos na China já chegaram a 12% do total, quando eram apenas de apenas 1%, em 2018. 

A LG Chemicals da China já está produzindo baterias do mesmo modelo para a GM, que vai usá-las a partir de 2021, em seu novo Hummer elétrico. Dessa forma, a caminhonete gigantesca Hummer, que nasceu como veículo de guerra, deverá ter uma autonomia de 850 quilômetros. E isso, certamente, acabará com a angústia da falta de energia que aflige os motoristas de carros elétricos.

Imagem do novo Hummer, um dos carros elétricos.
Novo Hummer 2021 terá grande autonomia com nova bateria.

Em Cadillacs,
Chevrolets e VWs

Da mesma forma a GM vai introduzir essa bateria em seus Cadillacs e em um Chevrolet Cruise autônomo, já a partir de 2021. Tim Grewe, diretor de desenvolvimento de baterias da GM, diz que “agora podemos criar coisas que nem imaginaríamos há cinco anos”.

De modo similar, a Volkswagen também já anunciou que essa bateria estará em seus carros elétricos em 2021. Aliás, a Volkswagen, que há cinco anos foi envolvida em escândalo por falsificar dados de poluição de seus motores a diesel, é a montadora mais comprometida com a produção de carros elétricos. Ela quer, enfim, que toda a sua linha seja elétrica em um futuro breve.

Imagem de carros da Volkswagen que está investindo em carros elétricos.
Volkswagen quer ter todos seus carros elétricos entre 2021 e 2022.

A origem do nome NMC 811

De
fato, vale a pena conhecer um detalhe interessante: o nome NMC 811 foi criado
pela LG para a nova bateria por motivos bem lógicos.

Acompanhe o raciocínio da grafia da sigla: o N é de níquel, o M de manganês, e o C de cobalto. O 8 vem dos 80% de níquel na bateria, o primeiro algarismo 1 remete aos 10% de manganês, e, o segundo 1, aos 10% de cobalto.

Gráfico mostrando o percentual de cobalto no NMC 811.
O percentual de cobalto na NMC 811 e em outros modelos de baterias.

Desejo de menos cobalto

E é afinal com essa bateria que os fabricantes de carros elétricos querem deixar seus produtos acessíveis para a maior parte das pessoas. Principalmente porque todas as tentativas anteriores de baixar o percentual de cobalto nas baterias fracassaram.

Até que, finalmente, a LG conseguiu chegar aos 10%, mantendo a durabilidade das baterias. O sistema que a empresa usou para conseguir essa transformação ainda não foi divulgado. Entretanto, a LG e também a GM continuam trabalhando para tentar diminuir ainda mais o percentual de cobalto.

Imagem do carro elétrio Chevrolet Bolt.
O elétrico Chevrolet Bolt está à venda no Brasil, mas ainda com bateria antiga.

Preços
ainda não serão populares

Afinal,
as baterias do tipo NMC 811 chegaram para realmente tornar o preço dos carros
elétricos mais baratos. Entretanto, eles ainda precisarão baixar mais até se
tornarem realmente acessíveis como veículos populares.

E isso
só será possível, portanto, com novos desenvolvimentos de baterias, tarefa a que
se dedicam milhares de pesquisadores em universidades e laboratórios por todo o
planeta.

Vítimas do Covid-19

Uma curiosidade: você sabia que os carros elétricos foram uma vítima inesperada do Covid-19? Acontece que a circulação de veículos caiu bruscamente pelo mundo. Assim, a oferta de gasolina e óleo diesel ficou muito abundante, barateando os preços e tornando os carros movidos a combustíveis fósseis economicamente atraentes.

Entretanto,
um dia a pandemia vai acabar, os preços do petróleo subirão e as atenções se
voltarão para os carros elétricos.

Aliás, você quer saber mais sobre carros? Temos um artigo sobre um carro elétrico alimentado por água. Igualmente publicamos uma matéria sobre as diferenças entre os motores elétrico e de combustão. E, enfim, sugerimos uma leitura sobre a novidade que são os carros por assinatura.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here