A coluna da semana passada sobre cuidados para a bateria do carro não ‘morrer’ precocemente gerou uma série de dúvidas e comentários legais. Então aproveitei para voltar ao tema e falar mas um pouco mais sobre esse assunto que afeta tantos motoristas por aí.

De antemão, agradeço demais pela interação de vocês, que sempre enriquecem demais nosso conteúdo.

Em carros antigos, é muito comum encontrarmos algum tipo de mecanismo que desliga o negativo da bateria por dentro do carro. Um parafuso rosqueado, um botão, qualquer recurso que torne essa tarefa simples.

É uma solução magnífica para carros antigos, que não contavam com tantos recursos eletrônicos, e poupa demais a bateria. Mas, para os veículos modernos, caímos nas questões elencadas na última matéria. Deixar um carro moderno sem energia pode fazer com que você perca desde as configurações do seu rádio e dos vidros elétricos até alguma coisa mais crítica, como ajustes de módulo ou da chave de ignição.

Outro leitor comentou que tirou as baterias dos carros e levou-as para casa, onde tem um carregador. No caso dessa pessoa, aparentemente não havia nenhuma possibilidade colocar seus os carros para funcionar durante a pandemia, já que esses estão em SP e ele se encontra no interior. Levando isso em consideração, achei a solução bem válida.

Ao tirar as baterias dos carros você impede que elas sejam descarregadas gradativamente. E, quando a pandemia acabar, ele pode colocá-las na carga (uma carga lenta, que é mais saudável) e devolvê-las aos carros. Terá que reconfigurar algumas coisas, mas faz parte.

Aproveitando esse tema, ter um carregador de baterias e um auxiliar de partida são coisas bem interessantes, especialmente se você gosta de resolver algumas coisas por si só com relação ao seu automóvel.

Outra dúvida que chegou é em relação a colocar uma bateria de maior capacidade no carro. O leitor perguntou se terá vantagens ao trocar a de 60AH por uma de 75AH, por exemplo, com relação à durabilidade.

Sim, a bateria vai durar mais, mas é importante lembrar de algumas coisas: a bateria de maior capacidade será mais cara, obviamente. E ainda exigirá mais tempo para que o alternador possa recarregá-la (isso se não exigir mais alterações no sistema elétrico para que esse possa comportá-la).

Então é necessário calcular essa relação custo/benefício. Eu, sinceramente, nunca fiz uma análise desse tipo, mas acredito que o ganho seria módico demais para valer realmente a pena.

Um leitor mencionou um ponto importante em relação a carros com sistema START/STOP, se referindo a esse recurso com um grande inimigo da bateria. Aqui temos uma questão bem séria. Veículos que contam com esse recurso possuem baterias específicas para isso. Elas são desenvolvidas com tecnologias que preveem a grande quantidade de partidas que terão que gerenciar.

Essas baterias são mais caras e, na hora de substituí-las, precisamos estar atentos a essa especificação. Colocar uma bateria convencional em um carro com sistema START/STOP será uma grande dor de cabeça, mas colocar a correta resultará em um tempo de vida normal, sem desgaste prematuro.

Outro leitor achou estranho eu recomendar que coloquemos o carro para rodar para carregar a bateria. Lembrou que o acionamento da correia do alternador independe do carro estar se movimentando – e ele tem razão. A partir do momento que você liga o carro e a luz da bateria apaga no painel você já sabe que o alternador está carregando-a.

A questão, quando peço para que vocês andem com o carro, é que não estou preocupada apenas com a carga, mas sim com todos os sistemas do automóvel. E, por isso, ressaltei a necessidade de colocar o carro para rodar.

Quando rodamos com o carro, além do alternador desempenhar o papel dele (que sim, seria desempenhado na garagem também) estamos exercitando motor, câmbio, pneus… tudo que pode virar um problema se ficar muito tempo parado. Sempre importante lembrar que carro parado estraga.

Um leitor menciona que dar uma volta com o carro com as luzes ligadas não adianta. Bem, adianta sim! Temos que lembrar que, depois que o motor liga, é o alternador que passa a energizar todos os sistemas do carro e também devolver carga para bateria. Então, ela será recarregada com ou sem luzes acessas, rádio ligado e tudo mais.

E, por fim, um leitor mencionou um detalhe técnico do sistema de partida muito importante e interessante. Ele lembra que carros mais novos possuem um recurso que desliga tudo o que é elétrico no momento exato da partida.

Mas vamos lá. Quando ligamos o primeiro estágio da chave, a ignição, em que o painel de instrumentos se acende e os recursos são ligados antes de o motor entrar em funcionamento, tudo que estiver consumindo energia está tirando da bateria.

No momento em que giramos o segundo estágio da chave para darmos a partida, esse sistema entra em funcionamento desligando faróis, rádio e etc. Isso até o motor entrar em funcionamento e tudo voltar a religar assim que soltamos a chave e ela retornar para a posição de ignição.

Minha preocupação, no caso dessa dica, foi com esse primeiro estágio, em que a carga da bateria está fornecendo energia para os recursos elétricos e eletrônicos. Se você é do tipo que entra no carro, liga a ignição para começar a ouvir música e carregar o celular enquanto se ajeita, todo esse tempo está exaurindo a bateria – e essa carga precisa ser devolvida depois. Mas, se você entra no carro e já liga o motor, realmente, não há muito problema.

Tentei ser sucinta nas discussões de cada comentário, mas é importante que saibam que sempre podemos ampliar as conversas pelos comentários ou entrando em contato através das redes sociais. Mais uma vez gostaria de agradecer imensamente pelos comentários que foram tão ricos.

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