O Puma é um dos carros brasileiros que atrai mais interesse de colecionadores e amantes de automóveis antigos em geral. Um exemplar original em bom estado, dependendo do ano de fabricação, pode passar de R$ 70 mil no mercado.
O cupê com carroceria de fibra de vidro, inclusive, é tema de clubes e grupos nas redes sociais. Dentre os proprietários, existem os mais puristas, que valorizam a originalidade e exibem orgulhosos a placa preta dos seus carros.
Já outros investem em personalizações visuais e incremento no desempenho, especialmente na safra equipada com mecânica Volkswagen arrefecida a ar.
Essas modificações incluem transformar o Puma clássico em automóvel 100% elétrico. Essa é a proposta da empresa paulistana Lithium.
Segundo Eduardo Tardiolli, sócio da companhia, existem quatro encomendas fechadas e mais de 15 intenções de compra. Um exemplar atualmente está em fase de produção.
Ele conta que o custo inicial é de R$ 180 mil, sem incluir o veículo, e engloba alargamento e instalação de células fotovoltaicas na carroceria da fibra.
Porém, o valor pode ser menor com a retirada de itens.
O Puma original recebe reforços estruturais, incluindo santantônio na cabine, para acomodar as baterias de íons de lítio – distribuídas na dianteira e na traseira, onde normalmente estão o motor a combustão e o tanque de combustível.
A autonomia prometida é de 200 km.
“Em 2017, eu e Sami Cytman, meu sócio na Lithium, convertemos um VW Fusca em elétrico usando peças artesanais. Aí surgiu a ideia de fabricar e comercializar carros elétricos com um visual mais atraente e esportivo”, conta Tardiolli.
“Seria muito mais caro e complexo desenvolver e homologar um projeto do zero e por isso escolhemos adaptar o Puma”.
O pacote “básico”, explica, traz motor elétrico com 122cv de potência e 27,2kgfm de torque, que proporciona aceleração de zero a 100 km em oito segundos. A tração, como no cupê original, é traseira, gerenciada pela transmissão manual de quatro marchas “emprestada” do Volkswagen Fusca.
O preço encosta nos R$ 300 mil com a adição de motor de 180 cv e opcionais como ar-condicionado, transmissão automática, direção elétrica, computador de bordo, painel digital e simulação de som de motor a combustão – por meio de alto-falantes instalados em saídas de escapamento falsas.
“Existem clientes mais puristas que fazem questão de manter a aparência inalterada e pedem só a conversão para elétrico”, relata Tardiolli.
O empresário informa que a transformação é realizada com a ajuda de três empresas parceiras: a BadBug Escuderia se encarrega do trem de força e das adaptações mecânicas e no chassi; a CWD faz as modificações na carroceria; e o estúdio Rob3rt Design é responsável pela parte visual.
“O tempo estimado para entrega de cada carro é de seis meses, porém o prazo pode triplicar dependendo das customizações solicitadas”, explica.
As imagens do carro pronto que ilustram esta reportagem são ainda projeções de computador.
[Via: UOL Carros]