O segmento de SUVs compactos é um dos mais concorridos do mercado. Tem nomes “carimbados” como Honda HR-V, Hyundai Creta, Jeep Renegade e Nissan Kicks.
Para brigar com essa turma, a Chevrolet resolveu caprichar na lista de equipamentos da nova geração do Tracker, com tecnologias pouco comuns em seus rivais, como um sistema de estacionamento automático. Avaliamos a versão top de linha Premier e vamos contar o que ela tem de melhor, e em que ela poderia melhorar.
Tecnologia
Para quem tem problema em fazer baliza, ou simplesmente busca um conforto a mais, o Park Assist, disponível de série na versão Premier (R$ 119.490), é realmente uma “mão no volante”. Ao apertar o botão de acionamento do sistema, o Tracker começa a buscar uma vaga de estacionamento ao seu redor, e avisa quando encontra um espaço oportuno. Depois disso, ele assume a direção e passa a dar instruções para o motorista aplicar nos pedais, como acionar a marcha à ré ou ir para frente.
O sistema de estacionamento automático não é novidade nem mesmo nesse segmento, ele está presente como opcional no Volkswagen T-Cross e, no passado, fez parte da lista de equipamentos do Jeep Renegade. Ainda assim, é um equipamento que conta pontos positivos para quem está escolhendo um SUV compacto top de linha.
O Tracker ainda tem outros equipamentos interessantes, como wi-fi a bordo, alerta de ponto cego, alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência e indicador de distância do veículo à frente, o controle de cruzeiro, no entanto, não é adaptativo como o de alguns concorrentes.
Conjunto- motriz
Outro ponto alto do Tracker topo de linha é o conjunto motriz. O motor é o estreante no Brasil 1.2 turbo, que entrega 132 cv de potência com gasolina e 133 cv com etanol, sempre a 5.500 rpm. O torque máximo, atingido a 2 mil giros, é de 19,4 kgfm com gasolina e 21,4 kgfm com etanol. Ele trabalha em conjunto com uma transmissão automática de seis velocidades. O resultado é um veículo muito esperto nas arrancadas e retomadas, com respostas praticamente imediatas ao comando do motorista.
O Park Assist, que orienta a melhor forma de estacionar
Além da performance, o consumo também é uma das vantagens desse conjunto-motriz. Segundo o Inmetro, o SUV percorre, na estrada, médias de 13,5 km/l (G) e 9,4 km/l (E). Na cidade, os números passam para 11,2 km/l (G) e 7,7 km/l (E). Durante a nossa avaliação, fizemos 12,1 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada, sempre com gasolina. Um ótimo resultado para modelos dessa categoria.
Interior
O Tracker cresceu nessa geração. Agora, são 4,27 metros de comprimento, 1,79 m de largura, 1,60 m de altura e 2,57 m de distância entre-eixos, que reflete diretamente no espaço interno. Na prática, quatro adultos viajam com conforto, o assento do meio é melhor deixar para um pré-adolescente ou uma pessoa menor. O porta-malas também ganhou mais capacidade, agora são 393 litros, ante os 306 litros da geração anterior.
Por dentro, o acabamento é de plástico rígido, como é natural em modelos dessa categoria, mas há texturas e apliques de vinil que tornam o toque agradável. Os bancos dianteiros são bem confortáveis. O assento é mais comprido, dando mais suporte às pernas. A posição de dirigir também é alta e agradável, há ajuste de altura e profundidade para o volante.
Pode melhorar
Há ainda outros atrativos, como carregador por indução e OnStar, mas também sentimos falta de aleta para trocas de marchas manuais atrás do volante, ajuste de altura do cinto de segurança do carona e maior resolução na tela do computador de bordo.
Ainda assim, o Tracker é uma boa opção na categoria, com potencial para subir, e muito, na lista de vendas, já que a Chevrolet tem a maior redes de concessionárias do país, com 540 lojas.
Paula Gama é jornalista especializada no mercado automotivo há cinco anos, Nesse período já testou mais de cem modelos de veículos no Brasil e no exterior. É apaixonada por história e tem como hobby visitar museus que contam a trajetória automotiva pelo mundo.