Assim como é comum ouvir que um carro é flex, tem se tornado cada vez mais comum perguntar se o carro é híbrido. Não é para menos: a categoria vem crescendo ano após ano e existem mais de 20 modelos disponíveis para compra.
O sistema híbrido tem esse nome porque leva duas motorizações em um mesmo veículo: um motor a combustão tradicional, que pode ser flex ou não, e um motor elétrico alimentado (normalmente) por bateria. Dessa forma, o rendimento acaba sendo melhorado significativamente pelo auxílio do segundo propulsor.
O que muda essencialmente de um híbrido para o outro está relacionado, principalmente, a quem produz a tração, ou seja, se quem movimenta o carro é o motor a combustão, elétrico ou ambos. Para ajudar a fazer as diferenças, contamos com a ajuda do professor coordenador do projeto Fórmula Elétrico da Fundação Educacional Inaciana (FEI-SP), Fábio Delatore, que explicou a maneira mais fácil de separar cada um deles.
Primeiro carro eletrificado da Volkswagen no Brasil, híbrido plug-in Golf GTE tem alma de esportivo e máxima eficiência (Foto: Divulgação) — Foto: Auto Esporte
Motores de tração elétrica
Nesta categoria, quem é responsável pela movimentação do veículo é somente o motor elétrico. Ele é alimentado por uma bateria que determina a autonomia do carro. Em geral a principal solução para recarga é transformar em eletricidade parte da energia cinética do carro durante as frenagens, mas existem opções plug-in, que podem ser recarregadas na tomada.
Com esse sistema, que leva baterias maiores e conseguem rodar mais só com eletricidade, é possível fazer a recarga da bateria como em um elétrico, e, com isso, abrir mão do posto de combustível.
Além disso, carros com fontes alternativas de energia levam outra nomenclatura. Os híbridos série têm um motor a combustão cuja única função é recarregar a bateria. É o caso do Nissan Kicks e-Power, modelo já confirmado para o Brasil.
BMW Série 4 – O sistema híbrido leve rende 11 cavalos extras e também ajuda a não interromper a entrega de força a cada troca de marcha (Foto: Divulgação) — Foto: Auto Esporte
Já na categoria de tração combinada, tanto o motor a combustão quanto o elétrico são responsáveis pela movimentação do carro, podendo agir tanto no mesmo eixo quanto de maneira independente na dianteira e traseira. São divididos em duas grandes categorias: os híbridos leves e híbridos plenos (ou full hybrid).
Nos híbridos leves, o conjunto elétrico também funciona como motor de arranque e atua na função start/stop de alta velocidade, quando o carro é capaz de desligar o propulsor a combustão sempre que o acelerador é aliviado, inclusive acima dos 100 km/h. Nestes modelos o motor elétrico tem baixa potência e não traciona diretamente o veículo, mas é capaz de reduzir o esforço do conjunto a gasolina (ou flex/diesel), permitindo uma redução significativa no consumo.
Já os carros híbridos plenos podem escolher o motor com o qual irão operar, seja a combustão, o elétrico ou ambos, como, por exemplo, o Toyota Prius. Esses modelos que precisam de um maior protagonismo dos motores elétricos podem usar a tecnologia plug-in para recarga de bateria, como é o caso do Golf GTE.
Correndo por fora há uma categoria criada pelo marketing das empresas, mas que não é considerada pela legislação, a dos “micro híbridos“. Esse termo define basicamente modelos com alternador inteligente, capaz de aliviar a perda do motor a combustão em acelerações e intensificar a geração de energia em frenagens. Mas a potência do motor/alternador é baixíssima, não elimina o motor de arranque tradicional e não permite itens como um start-stop capaz de funcionar acima dos 10 km/h, repercurtindo em ganhos menores na eficiência energética.
Atualmente, o grande empecilho para os modelos elétricos e híbridos (leves e plenos) são os preços. Como a maioria é importado, a carga tributária acaba sendo restritiva, mesmo em modelos mais simples. Mesmo assim, esses veículos ainda vão dar o que falar no mercado nacional.
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