Reportagem na edição de ontem revela a redução drástica do número de adoções durante o período da pandemia, fato atribuído ao esvaziamento dos abrigos, que só estão recebendo casos urgentes. Outro aspecto que contribui para o fenômeno é a queda nas denúncias de violações contra crianças, em razão da suspensão das aulas presenciais. Confinados em casa, meninos e meninas perderam o canal de comunicação para relatar abusos, que podem se converter em motivo para busca de uma família substituta. Tal situação escancara uma das graves consequências sociais que a pandemia deixará como herança, além dos já evidentes impactos sanitários e econômicos. O tema deve ser tratado com prioridade nos planos de governo dos candidatos às prefeituras municipais, já que se apresenta como um dos maiores desafios dos próximos anos, O período pós-Covid será de imensas dificuldades em função do desemprego, dos prejuízos educacionais, do trauma deixado em milhares de famílias, da acentuação da miséria e desigualdades sociais, em que as crianças vítimas de abandono e abusos se inserem. Somente gestões responsáveis e bem planejadas poderão lidar com tamanhos problemas de forma eficiente.



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