Os carros eletrificados já deixaram de ser um projeto do futuro, não há muito o que questionar. No Brasil o ritmo é mais lento, mas esse segmento já tem movimento o mercado por aqui também, como estamos vendo com os modelos híbridos – que utilizam motor a combustão e elétrico juntos para tracionar o carro e conseguem uma respeitosa redução de consumo de combustível e de emissões de poluentes.
Exemplo significativo neste momento vem da Toyota que, depois de trabalhar bem a imagem da propulsão híbrida no país com o Prius, agora está nadando de braçada com o novo Corolla Hybrid, versão que já representa 25% da produção do sedã médio na fábrica de Indaiatuba-SP.
Sem esquecer ainda de modelos híbridos de marcas como BMW, Mini, Mercedes ou Lexus, que já estão no mercado nacional há algum tempo.
Já os 100% elétricos também estão bem representados, com destaque para Nissan Leaf, Renault Zoe e Chevrolet Bolt, modelos ainda sem popularidade devido aos valores um tanto altos, próximos dos R$ 200 mil.
Mas temos a JAC Motors do Brasil e sua nova estratégia de vender somente veículos elétricos no Brasil. Tanto que neste mês fez alarde com o lançamento de dois modelos utilitários: uma picape, a iEV 330P, e o caminhão leve iEV 1200T. Eles se juntam ao modelo eletrificado de passeio já comercializado no Brasil, iEV40, que tem duas versões: hatch compacto e SUV.
Enquanto isso, na França
Na Europa, naturalmente o processo de eletrificação dos automóveis está muito adiantado e, por isso mesmo, já começam a surgir projetos mais acessíveis. Exemplo recente é o Citroën Ami – de amigo em francês – um carrinho com cara de brinquedo, mas que já está à venda na França.
Como a Citroën explica, o Ami é um quadriciclo ultracompacto, tem apenas 2,41 metros de comprimento. Para efeito de comparação, é menor do que o antigo Smart Fortwo e o atual Fiat Mobi, que mede 3,56 metros de comprimento. Ele foi inspirado no Ami One Concept, projeto conceitual apresentado no Salão de Genebra de 2019, e dele traz características como um interior cheio de cores e personalizável ao gosto do cliente.
Tem carroceria de plástico, leva apenas duas pessoas e, por ser tão pequeno, não conta com espaço para algumas tecnologias e itens de conforto. Não traz, por exemplo, ar-condicionado ou uma tela multimídia. A solução para isso é o espaço reservado para o smartphone no centro do painel, assim o aparelho pode ser utilizado como central multimídia.
O proprietário do Ami precisa baixar o aplicativo do carro para então comandar o som e conferir os dados do computador de bordo. Um ponto que pode ser preocupante envolve a segurança: como se trata de um quadriciclo, não tem estrutura para receber airbags.
Adolescentes podem dirigir
Realmente a proposta do Ami é diferente. Pensado essencialmente para a mobilidade urbana, deve ser encarado como uma alternativa mais segura e prática aos patinetes e bicicletas elétricas. É equipado com bateria de íon de lítio de 5,5 kwh que pode ser recarregada em três horas numa tomada normal 220V. Tem autonomia para rodar até 75 quilômetros, número suficiente pra pequenos deslocamentos.
Bacana também é que o Ami custa 7.300 euros, valor equivalente ao de uma Scooter de porte médio na França; e a Citroën oferece ainda a opção de aluguel mensal do carro.
Para fechar, o Ami tem outra exclusividade: na França não é necessário habilitação para andar com ele. Basta ter mais de 14 anos de idade. A tranquilidade dos pais que se arriscarem a comprar um Ami para o filho pode vir da potência modesta do motor elétrico, apenas 8 cv; e a velocidade máxima também é pequena: 45 km/h.