O Mini Countryman 2021 acaba de chegar ao Brasil trazendo na bagagem uma leve atualização visual e mais tecnologia. As mudanças representam o que a marca inglesa chama de LCI, iniciais de Life Cycle Impulse. Em bom português, esse “impulso” representa um empurrãozinho que o modelo recebe na metade da vida de cada geração para manter a atratividade, antes da mudança completa.

O aventureiro da família Mini é produzido na Holanda e está à venda em quatro versões, sendo duas híbridas do tipo plug in, recarregáveis na tomada. Os preços vão de R$ 199.990 (versão com motor 1.5 turbo a gasolina de 136 cv) a R$ 299.990, para a John Cooper Works, que tem motor 2.0 turbo a gasolina de 306 cv. As duas híbridas ocupam o espaço intermediário. A Exclusive custa R$ 234.990, enquanto a Top vai a R$ 264.990. Em ambas, o propulsor 1.5 turbo conta com o poderoso auxílio de um parceiro elétrico de 88 cv. A potência combinada é de 224 cv.

Passamos um dia a bordo da versão híbrida mais cara, para ver como se comporta em solo brasileiro esse cidadão holandês de família britânica e que recebeu educação alemã (a Mini faz parte do Grupo BMW). De acordo com a Mini, as versões híbridas deverão responder por 70% das vendas do Countryman. A razão é que elas aliam bom desempenho com economia de combustível.

As oito horas de contato com o carro serviram para comprovar que o maior membro da família Mini é “mini” só no nome. Com 4,3 metros de comprimento, 2,67 m de entre-eixos e 1,56 m de altura, ele é encorpado por fora e espaçoso por dentro. O capô alto, o para-brisa “em pé” e o rack no teto reforçam seu estilo aventureiro.

Countryman é o mais ‘bombado’ dos Minis

O “mais bombado” dos Minis utiliza a plataforma denominada UKL2. Ela é maior que a UKL1, sobre a qual são feitos os Minis hatch e conversível. A base maior do Countryman é a mesma dos BMW X1 e X2. Ela é utilizada também no Clubman, a perua da família Mini.

Por fora, as mudanças são sutis. Os para-choques foram redesenhados, assim como a grade, que pode receber acabamento preto brilhante. Faróis (direcionais) e lanternas são de LEDs. As lanternas receberam os traços que remetem à bandeira do Reino Unido. O Countryman era o único membro da família que ainda não tinha esse detalhe. Por dentro, uma das novidades é o painel digital de 5”, que concentra diversas informações e se move juntamente com a coluna de direção, uma tradição da Mini.

Porém, por causa disso, o modelo tem um problema. Achar a melhor regulagem da altura requer um ajuste preciso, porque o volante tende a ocultar os dados da parte inferior do mostrador, caso dos hodômetros.

Os dois motores rendem 224 cv

Como é comum em automóveis híbridos, a dupla de motores garante respostas instantâneas. Além dos 224 cv, o torque de 38,5 mkgf disponível a um toque no acelerador torna a sensação ao volante muito satisfatória. Mesmo sem fazer muito barulho (outra característica dos híbridos), o Countryman S E acelera de 0 a 100 km/h em 6,8 segundos. A máxima é de 235 km/h, e as retomadas também agradam muito.

Na falta de um barulho que sirva de alerta, na estrada é preciso ficar de olho no velocímetro para não exceder o limite. Um aliado nessa tarefa é o head up display, que projeta em uma tela à frente do motorista informações como velocidade e rotas do GPS.

O navegador, aliás, é “inteligente”. Ele traz o sistema RTTI (real time traffic information, ou informação de tráfego em tempo real), que informa condições de trânsito e sugere caminhos alternativas, como o Waze.

Modelo híbrido tem tração 4×4

Ao contrário da maioria dos SUVs atuais, que tem tração apenas na dianteira, o Countryman híbrido tem tração 4×4. É o que indica o sobrenome ALL4 na denominação do modelo. O motor a gasolina traciona as rodas da frente, enquanto o elétrico encarrega-se das traseiras.

Uma das coisas mais legais do Mini são as teclas “de avião”, uma marca registrada e atraente do modelo britânico. Elas servem para ligar o carro, para escolher o modo de condução (normal, econômica e esportiva), abrir o teto solar e até acionar as luzes internas, por exemplo. Adicionalmente, no modelo híbrido ela permite selecionar a opção que privilegia o uso do motor elétrico e a recarga da bateria. As escolhas aparecem no visor central.

Uma das poucas desvantagens do Countryman híbrido em relação aos modelos a gasolina é que a bateria rouba parte do espaço do porta-malas. Por causa dela, a capacidade para bagagens baixou de 450 para 405 litros. O tanque de combustível também é menor. O reservatório de gasolina nos modelos híbridos tem 36 litros, contra 51 l das versões a gasolina.

Há duas razões para isso. A primeira é a mesma da redução do porta-malas. O conjunto de motor elétrico e bateria precisou de mais espaço e o tanque também foi sacrificado. A outra razão é que, como o modelo tende a ser mais econômico que as versões apenas a gasolina, o reservatório pode ser menor.

Bateria tem seis anos de garantia

A bateria é formada por 80 células divididas em 16 módulos. Pesa 97 kg, funciona com uma tensão entre 225 e 328 volts e tem garantia de seis anos ou 100 mil km.

Nosso test drive de cerca de 200 km, com trechos urbanos e rodoviários, consumiu aproximadamente meio tanque, ou perto de 18 litros. O computador de bordo registrou média de 12,9 km/l nesse uso misto.



O câmbio automático de seis marchas aproveita muito bem a força gerada. O único senão é que não há borboletas para trocas no volante.

Modelo tem bom pacote de equipamentos

Entre os equipamentos de série da versão Top estão itens como rodas de 19”, que calçam pneus runflat. Eles podem rodar mesmo com furos. A contrapartida, porém, é que com esse conjunto o Countryman tem rodar firme, apesar de muito estável. Dependendo das imperfeições do piso, o sacolejo chega ao interior e é sentido pelos ocupantes.

Além do teto solar panorâmico, o modelo tem bancos de couro com ajustes elétricos e memória. Uma das novidades é o belo revestimento marrom, presente na unidade avaliada. O sistema de som da Harman Kardon de ótima qualidade conta com 12 alto-falantes, entre os quais dois sob os bancos dianteiros, para reforço de graves. O único opcional é o auxiliar de estacionamento.

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Mini/Divulgação

Por dentro, afora o quadro de instrumentos digital de 5”, o modelo tem central multimídia com tela de 8,8”, localizada dentro do tradicional mostrador circular da marca. Ali é possível ter acesso a várias informações, incluindo previsão do tempo e notícias. O controle de velocidade tem função de frenagem automática.

Modelo pode rodar até 57 km no modo elétrico

A Mini informa que o Countryman híbrido é capaz de rodar até 57 km no modo puramente elétrico, portanto sem gastar uma gota de gasolina. Também afirma que é possível alcançar até 125 km/h sem acionar o motor a combustão. Mas isso em condições ideas. Isso quer dizer baixa velocidade constante na cidade ou ritmo de cruzeiro e no plano na estrada. E desde que o motorista resista à tentação de pisar um pouco mais no acelerador, situação que automaticamente aciona os dois motores, eleva o consumo e reduz a autonomia. O mesmo ocorre em subidas, quando é necessário força suplementar.

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Mini/Divulgação

O modelo vem equipado de série com carregador. Segundo a Mini, o carregamento total ocorre em cerca de sete horas em uma tomada de 110 volts, tempo que cai para aproximadamente quatro horas em tomada de 220 volts e 2h20 em um wallbox.

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