Vocês sabem que uma boa história tem que começar com o famoso “once upon a time” (ou “era uma vez” em bom português). Pois a nossa começa assim: Era uma vez, uma família feliz! O pai, um senhor respeitado em todo o mundo, notável pelo porte atlético e conhecido como 911 e a mãe, uma senhora de grande estima, chamada Panamera. 

Juntos, eles viviam uma vida feliz com diversos familiares, como o jovem Macan, os ousados gêmeos 718 Boxter e Cayman e o “peso pesado” da família, o Cayenne. Mas parecia que faltava algo na vida do casal, talvez um filho. Para “preencher” esse vazio, eles buscaram ajuda dos melhores “médicos” da Casa de Stuttgart. Assim, nasceu o Taycan. 

O visual lembra tanto o 911, quanto a Panamera.

O mais novo integrante da família, o caçula, puxou as melhores características do pai e da mãe. Visualmente falando, é difícil dizer com quem ele parece mais. Alguns falam que é com a mãe, por causa das quatro portas, outros com o pai, pelo porte atlético. O fato é que ele lembra cada um e os dois ao mesmo tempo. 

Mas como um bom filho, nascido da união de dois grandes seres, ele tem características únicas. O Taycan é primeiro da família a não ter um “coração” movido a combustível. O jovem prefere algo mais moderno (que a mãe utiliza vez ou outra), a energia elétrica. É com ela que ele se locomove por aí. O jovem alemão nasceu para brilhar e já desponta em terras tupiniquins para deleite dos amantes das boas histórias. 

Energia de sobra

O sobrenome Turbo é um mero detalhe familiar.

O superesportivo “verde” da Porsche chega ao Brasil em três versões: 4S, Turbo e Turbo S. Os nomes são alinhados aos demais modelos da marca e podem até parecer estranhos, já que um carro elétrico não conta com turboalimentação, mas é só para não soar diferente do resto da família. São sempre dois motores, montados em cada eixo, o que permite uma tração integral em todas as versões. 

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A principal diferença entre elas é a potência e a autonomia. A 4S (R$ 589 mil) gera 320Kw, ou seja, 435 cavalos, com o Overboost chega em 530 cavalos. O torque é de impressionantes 65,2kgfm, a autonomia é de 407 quilômetros. Nesta configuração, ele vai do zero aos 100km/h em bons quatro segundos. A velocidade máxima é de 250km/h. 

Na grande tela do painel de instrumentos, todas as informações para o motorista.

Os motores da Turbo (R$ 809 mil) geram 460Kw (625 cavalos), com o Overboost, a potência pula para 680 cavalos. O torque é de de surreais 86,6kgfm. Ela tem 450 quilômetros de autonomia e faz de zero a 100km/h em míseros 3,2 segundos, com 260km/h de velocidade máxima. 

Por fim, a mais eletrizante das três, a Turbo S e seus R$ 979 mil. O dois motores geram juntos os mesmos 625 cavalos da Turbo, mas com o Overboost, alcança insanos 761 cavalos. O torque é de absurdos 107kgfm e são 412 quilômetros de autonomia. Com esse conjunto, o Taycan sai do zero aos 100km/h em insanos 2,8 segundos, a máxima é de 260km/h.

Na pista

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O Taycan mostra que um elétrico pode sim ser divertido.

A convite da Porsche, fomos conhecer de perto o mais novo integrante da família. O jovem e elétrico esportivo deixa “papai e mamãe” orgulhosos. O perfil atlético do modelo é evidenciado no visual agressivo, principalmente com a dianteira proeminente e com a caída do teto que, apesar das quatro portas, lembra mais o 911 do que a Panamera. 

Mas se o visual é chamativo, com qualquer Porsche, é na pista que ele se destaca. Aos “olhos” atentos de toda a família, o Taycan mostrou desenvoltura de um veterano. Com uma rebeldia jovial, o único porém é a completa ausência de barulho. O “som do silêncio” chega a incomodar, principalmente na presença das versões mais brutais do “pai” e da “mãe”. 

O único porém é o “som do silêncio”, falta o bom e velho ronco.

Essa é uma das características que as montadoras que estão criando carros elétricos precisam pensar, principalmente entre os esportivos, é estranho pensar em um carro tão brutal com nenhum barulho, o ronco de um V8, nem que ao menos virtual, faz falta. Mas os poréns do Taycan param por aí. 

E é até difícil descrever toda a capacidade do alemão. A acelerada inicial é brutal, como em qualquer esportivo, principalmente elétrico, mas seus 107kgfm de torque, na Turbo S, faz ele ser ainda mais insano. Um ponto que irá divertir qualquer motorista é a capacidade, mesmo em movimento, de ganhar velocidade, com o acelerador acionado, ao pisar mais forte, ele dispara pelo asfalto como se estive parado. 

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As acelerações, em qualquer situação são excelentes.

O “coice” que o Taycan dá, poucos veículos movidos a combustão tem capacidade de repetir, é algo inimaginável. O corpo gruda na banco, uma sensação simplesmente maravilhosa! Ou como diria a personagem Flora de A Maldição da Mansão Bly, “perfeitamente esplêndida!”. 

Para otimizar ainda mais a direção, o Taycan conta com cinco modos de condução (Range, Normal, Sport, Sport + e Individual), capazes de alterar até 20 parâmetros do modelo. Desde uma tocada mais tranquila no modo Range, até uma totalmente arisca com o Sport. Neste, ele passa a emitir um pequeno ruído, para mostrar ao motorista que está na opção com maiores doses de adrenalina. 

Exemplar

Na Turbo S, discos de freios de cerâmica.

Mas não é só de aceleração que o Taycan vive, as frenagens são feitas de forma exemplar, como deve ser em um legítimo esportivo. As curvas são feitas com maestria, graças principalmente ao baixíssimo centro de gravidade — menor até que o do 911 — de 430mm, da distribuição de peso em 49% na dianteira e 51% na traseira e do eixo traseiro direcional, na Turbo S. 

Ele ainda mantém, como qualquer Porsche, o princípio “forma segue a função”, onde tudo tem um objetivo técnico e não só visual. As rodas contam com desenhos otimizados, ele vem com flaps variáveis, saias laterais pronunciadas, cortinas aerodinâmicas, spoiler traseiro adaptável, difusor traseiro e parte inferior da carroceria totalmente revestida. Com isso, ele conta com um coeficiente aerodinâmico de incríveis 0,22. 

Carregamento

Em carregadores ultrarrápidos, 100km de autonomia em cinco minutos.

Em um veículo elétrico, o grande ponto é sempre o carregamento, com o Taycan não é diferente. Ele vem com um carregador semi-rápido de 11kW, que garante uma carga completa em nove horas. O cliente pode adquirir, de forma opcional, a estação rápida, de 22kW, que derruba o tempo de recarga pela metade. Em ambos os casos, toda a instalação é feita de forma gratuita pela Porsche. 

Além disso, o Taycan é o primeiro veículo de produção com uma voltagem de sistema de 800v em vez dos 400v usuais para carros elétricos. Segundo a marca, esta é uma vantagem para os proprietários do esportivo. Em em pouco mais de cinco minutos, a bateria pode ser recarregada usando corrente direta (DC) da rede de carregamento de alta potência para um alcance de até 100 quilômetros. 

Junto com o carro, virá carregador e cabos.

O tempo de carregamento para SoC de 5% a 80% (estado de carga) é de 22,5 minutos para carregamento em condições ideais, e a potência máxima de carregamento (pico) é 270kW. A capacidade geral da Performance Battery Plus é 93,4kWh. 

Afinal, é de luxo

Interior, como de um bom Porsche, luxuoso.

Não podemos esquecer que o Taycan, como qualquer Porsche, é um esportivo de luxo, que custa mais de R$ 500 mil na versão mais barata e quase R$ 1 milhão na mais cara. Com isso, a lista de equipamentos é bem caprichada, como deveria ser. 

A 4S, entre outros, vem com ar-condicionado digital de quatro zonas, bancos com 14 ajustes, vidros com laminação para maior isolamento sonoro e térmico, áudio Bose, suspensão pneumática, maçanetas retráteis, chave inteligente, faróis em LED, oito airbags, assistentes de manutenção de faixa e de frenagem, chassi 4D, PASM, estacionamento automático com câmera de ré, quatro telas digitais, carregador e os cabos para recarga. 

Ao todo, quatro telas digitais para diversas funções, como a do ar-condicionado.

A Turbo acrescenta câmera 360º, rodas de 20 polegadas (ela são de 19 no 4S), faróis em LED Matrix com sistema dinâmico, aquecimento dos bancos, revestimento do teto em Race-Tex e sistema de vetoramento de torque e de revestimento nos freios. 

A topo de linha, a Turbo S, ganha bancos esportivos adaptativos com 18 ajustes elétricos e memória, rodas de 21 polegadas, discos de freios de cerâmica, eixo traseiro direcional com direção assistida plus, pacote Sport Chrono, interior em carbono e sistema de som esportivo.

A opinião do Diário Motor

O modelo tem tudo para ser um dos grandes destaques da marca.

O Porsche Taycan mostra que um carro elétrico pode sim ser divertido. O esportivo é um legítimo “filho da Casa de Stuttgart” e leva consigo todas as maravilhas que o um Porsche tem, com o fato agregador de não usar combustível fóssil para se locomover. 

Ao contrário de outros modelos elétricos, totalmente burocráticos, ele é divertido de guiar, com acelerações que beiram a insanidade de tão potentes, mesmo as já em movimento. Isso sem falar em todo o resto do carro, que conta com visual atraente e moderno. 

Um legítimo esportivo e com capacidade de levar mais três pessoas com conforto.

Feito para levar até quatro pessoas, quem puder andar em um Taycan, dificilmente ficará mal-humorado. Pena que é feito para poucos, por causa dos altos valores, como qualquer Porsche. Se você tem R$ 600 mil, R$ 800 mil ou R$ 1 milhão para gastar em um carro, pode ir no Taycan que não se decepcionará. Nota: 10

Ficha Técnica 

Porsche Taycan Turbo S.

Motor: elétrico 

Potência máxima: 761cv 

Torque máximo: 107kgfm 

Direção: elétrica

Suspensão: pneumática

Freios: a disco nas quatro rodas

Porta-malas: 81 (dianteiro) e 366 litros (traseiro) 

Dimensões (A x L x C): 1.378 x 2.144 x 4.963 

Preço: a partir de R$ 580 mil

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