O sistema de condução semiautônoma Autopilot não teria como evitar a colisão de um Tesla, rodando a 217 km/h, contra a traseira de um Honda Civic. O acidente aconteceu em uma rodovia nos arredores de Lafayette, na Califórnia (EUA), em data desconhecida.

Quem descarta a “culpa” do Autopilot é um proprietário de Tesla Model Y que mora nos Estados Unidos, conversou com UOL Carros e pediu anonimato.

De acordo com ele, acima de 90 milhas por hora [cerca de 145 km/h], a frenagem automática que equipa todo Tesla é desativada, bem como outras duas funcionalidades essenciais do Autopilot: o Autosteer, que é o esterçamento automático do volante, e o assistente de manutenção de faixa.

Tesla bate em Civic - Divulgação - Divulgação

Tesla acertou Civic a mais de 200 km/h; acidentes por uso inadequado do Autopilot têm sido frequentes

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“Ao passar dessa velocidade, o veículo emite uma série de alertas, informando que os recursos serão desligados. O Autosteer também é desabilitado se o condutor não mantiver as mãos no volante após determinado período, inferior a um minuto”, afirma.

Nossa fonte acrescenta que, inclusive, o controlador de velocidade de cruzeiro que integra o Autopilot só funciona até 145 km/h. Para rodar acima disso, é necessário pisar no acelerador.

Segundo ele, ao ignorar os avisos, o motorista somente poderá reativar o Autosteer após desligar e ligar o carro novamente – por segurança.

Tesla Autopilot alerta autosteer - Divulgação - Divulgação

Acima de 145 km/h ou quando motorista não mantém as mãos no volante, Autopilot é desativado

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As informações a respeito das velocidades máximas batem com o que informa o manual de veículos da Tesla.

As causas do acidente, sobre o qual não temos mais detalhes, somente seriam esclarecidas por meio de uma perícia das autoridades locais.

Ainda assim, os indícios apontam para responsabilidade do motorista, que deveria estar atento à pista.

O vídeo da colisão foi captado por uma câmera do próprio Tesla, ao qual o usuário do Twitter @greentheonly teve acesso – bem como os dados de telemetria do carro acidentado, cujo modelo é desconhecido.

Segundo esse usuário, o Autopilot foi desativado cerca de 40 segundos antes da batida, após o veículo emitir os alertas descritos acima.

Não é conhecido o estado de saúde dos ocupantes dos carros após a colisão.

Como o Autopilot funciona

Tesla Autopilot câmeras para-brisa - Divulgação - Divulgação

Todo Tesla traz um conjunto de câmeras para ter visão ‘360 graus’ e rodar de forma semiautônoma

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Atualmente, todos os carros da Tesla vêm de fábrica com o Autopilot, porém em uma versão básica, que traz movimento do volante, aceleração e frenagem automáticos, com detecção de pedestres e outros veículos.

É algo um pouco mais sofisticado do que o controle de velocidade de cruzeiro adaptativo disponível em carros de outras montadoras.

Por US$ 10 mil (R$ 54,4 mil no câmbio de ontem), o cliente leva a FSD (Full Self-Driving Capability ou capacidade de condução totalmente autônoma).

O pacote acrescenta navegação automática, integrada ao GPS, que faz o automóvel rodar “sozinho” em rodovias, incluindo entrada e saída de rampas de acesso e ultrapassagem de carros mais lentos; troca automática de faixa, acionada pelo pisca; estacionamento autônomo; e ajuste de velocidade e frenagem de acordo com placas de trânsito e semáforos.

A FSD traz, ainda, a função que faz o veículo “buscar” o respectivo condutor em um estacionamento.

Tesla Autopilot mudança de faixa inteligente - Divulgação - Divulgação

Mudança ‘inteligente’ de faixa com navegação GPS é um dos recursos mais impressionantes do Autopilot

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Além disso, a Tesla lançou recentemente uma versão beta do Autopilot com ainda mais recursos, como condução semiautônoma em vias urbanas. A novidade tem sido distribuída a clientes “selecionados” para testes.

Para executar essas tarefas, cada Tesla traz de série um conjunto de câmeras que monitoram o entorno do veículo, auxiliadas por um radar e um sensor ultrassônico. Também há uma central eletrônica para gerenciar o processo e tomar “decisões”, subsidiada com algoritmos e inteligência artificial.

Apesar do nome pomposo dado ao Autopilot mais completo, é bom deixar claro que hoje nenhum Tesla pode ser considerado carro autônomo. Tampouco veículos de outras fabricantes. Longe disso.

Tanto que a montadora californiana de carros elétricos avisa no respectivo site:

“As funções atualmente ativadas requerem supervisão ativa do condutor e não tornam o veículo autônomo. A ativação e o uso desses recursos dependem da obtenção de confiabilidade muito superior à dos motoristas humanos, conforme demonstrado por bilhões de quilômetros de experiência, bem como da aprovação regulamentar, que pode demorar mais em algumas jurisdições. À medida que esses recursos de direção autônoma evoluírem, seu carro será continuamente atualizado por meio de software, remotamente”.

Confira vídeo da Tesla demonstrando em um protótipo o que o Autopilot poderá fazer futuramente, quando de fato for 100% autônomo:

Ele é acionado por meio de dois toques para baixo em uma alavanca posicionada na coluna de direção.

Por padrão, o carro vem com a tecnologia desativada e, ao ligá-la pela primeira vez, aparece uma mensagem orientando o motorista a “manter as mãos no volante o tempo todo” e “sempre manter o controle e a responsabilidade por seu veículo”.

A cada nova ativação do “piloto automático”, aparece no painel o lembrete para manter as mãos na direção.

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