Em comparação com os carros movidos com motor à combustão interna, um carro elétrico desperdiça bem menos energia. Em um carro à combustão, os processos para que o veículo se desloque envolvem muita perda de energia. Traduzindo: motores elétricos oferecem muito mais eficiência energética que os movidos com combustível.
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Em parte, isso ocorre por haver várias engrenagens e mecanismos envolvidos no movimento e, em outra parte, porque os também chamados motores térmicos consomem combustível para gerar também uma quantidade enorme de calor, quase que inteiramente desperdiçado, junto com o movimento.
Aliado a uma aerodinâmica eficiente e uma bateria com maior capacidade de carga, a potência dos carros elétricos é distribuída de maneira diferente, tornando-o mais eficiente se comparado ao outro sistema.
Simplificando, com um carro elétrico, o processo de aceleração passa por uma corrente elétrica que cria um campo magnético fazendo um rotor (no motor) girar e que, consequentemente, girar o eixo das rodas.
Algo muito mais simples que o processo num veículo à combustão e que, por ser tão simples, faz com que o torque – que faz o carro ser tão forte – chegue quase que instantaneamente às rodas.
É exatamente esse alto torque medido em kgfm que proporciona um arranque muito rápido nos elétricos. Um exemplo disso é o Porsche Taycan Turbo S, que chegou ao Brasil neste ano e é capaz de acelerar do 0-100 km/h em apenas 2,8 segundos. Ele entrega 761 cv de potência (usando o overboost) e 107,1 kgfm de torque.
Para que você tenha uma ideia do que esses números representam, vamos comparar com um carro comum com motor à combustão. Que tal o Chevrolet Onix turbo? Longe de ser um carro “fraco”, ele oferece 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque.
O funcionamento de um carro 100% elétrico é relativamente simples e usa basicamente apenas quatro itens fundamentais: bateria, inversor, motor de indução e sistema de recuperação de energia, que funciona conforme o movimento de desaceleração.
A bateria, de íons-lítio recarregável, armazena a energia elétrica que será utilizada para fazer o carro andar, enquanto o inversor converte a corrente elétrica contínua (das baterias) em corrente alternada, que é então levada até o motor. A eletricidade aciona os mecanismos do motor elétrico, que faz as rodas girarem e o carro se mover.
No modelo elétrico, como o movimento de rotação do rotor já acontece no mesmo sentido, não é preciso converter movimento vertical em rotacional, como acontece em um carro à combustão. Por isso, não há necessidade de haver um sistema de transmissão tão complexo nos elétricos.
Nos veículos movidos à combustão, quando você pisa no acelerador, uma borboleta é acionada. Ela se abre permitindo que o combustível seja conduzido para uma câmara de combustão, misturado com ar.
Dentro da câmara, essa mistura é comprimida por um pistão até seu limite e, neste instante, a vela produz uma faísca, que detona uma explosão. É a força dessa explosão que empurra o pistão para baixo, gerando movimento.
Em seguida, o sistema de bielas e manivelas transforma esse movimento vertical do pistão em rotacional e, através da transmissão, faz com que chegue às rodas. Só por esta explicação você já deve ter percebido que a coisa é bem mais complexa que no elétrico, não é?
Outra diferença é que no câmbio de um veículo elétrico há somente duas marchas: uma para frente e a marcha ré. Isso porque o torque (força) gerado pelo motor é tão grande, que não há necessidade de multiplicar essa força usando engrenagens – e, assim a perda de energia durante o processo é mínima.
Ou seja, numa arrancada, quando você pisa fundo no acelerador de um carro elétrico, toda a força do motor vai quase que imediatamente para as rodas, sem componentes intermediários ou sistemas complexos.
Num modelo a combustível, há uma série muito maior de peças e movimentos entre uma coisa e outra, consumindo mais tempo e energia. Quando todo esse processo se conclui e finalmente o carro atinge seu melhor desempenho, o rival elétrico já cruzou a linha de chegada.
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