Acordo é com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da USP (IPEN); Unicamp já era parceira da Nissan no desenvolvimento do ‘fuel cell’ a etanol
Que tal um carro elétrico sem baterias e que roda 600 km com 30 litros de etanol? A Nissan já tem um protótipo sendo desenvolvido pela Unicamp, que estuda novas possibilidades para a produção do etanol.
E vai estabelecer nos próximos dias, outra parceria – desta vez com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) para viabilizar uma célula a combustível (fuel cell) que funcione com etanol ao invés de hidrogênio.
A japonesa é a primeira empresa a desenvolver um protótipo de um carro elétrico que funciona através de energia elétrica de bioetanol. O Brasil é peça chave para o desenvolvimento e estudos de viabilidade do projeto pois já conta com uma rede de distribuição do etanol.
Primeiros testes de abastecimento e utilização no dia a dia foram realizado no Brasil entre 2016 e 2017 pela equipe de Pesquisa e Desenvolvimento da Nissan do Brasil. Agora, o projeto deste tipo de carro elétrico está em desenvolvimento no Japão com colaboração da engenharia da empresa no Brasil.
A tecnologia da fuel cell já é utilizada por veículos comercializados pela Toyota, Honda e Hyundai, porém alimentados por hidrogênio de produção, armazenamento e distribuição complexas. A solução de se substituir o hidrogênio por etanol resulta num motor igualmente limpo e altamente eficiente.
Como funciona 100% com etanol ou água misturada ao derivado da cana, suas emissões de carbono-neutro são tão limpas quanto a atmosfera, se inserindo como parte do ciclo natural do carbono.
Além disso, a célula de combustível e-Bio oferece a aceleração viva e condução silenciosa de um carro elétrico, juntamente com baixos custos de manutenção, ao mesmo tempo em que possui a autonomia superior a de um veículo movido a combustível fóssil.
O protótipo com célula de combustível e-Bio é abastecido 100% com etanol para carregar uma bateria de 24 kWh que permite autonomia de mais de 600 km.
Combustíveis bioetanol são provenientes, principalmente, da cana de açúcar e do milho. Eles estão disponíveis em países da América do Norte e do Sul, que dispõem de infraestrutura já estabelecida.
Devido à fácil disponibilidade de etanol e da baixa combustibilidade de água misturada ao etanol, o sistema não é dependente ou restringido pela infraestrutura de carregamento existente, o que o torna mais fácil para atender o mercado.