Esse processo aumentou, ainda, o uso do transporte individual e gerou mais congestionamentos, aumento nos custos do transporte público e pressão no sistema de saúde pública. No caso dos veículos pesados, enquanto o mundo já roda há anos com padrão Euro VI de emissões, a pressão por aqui conseguiu postergar sua entrada para 2023, uma distorção que inibe investimentos produtivos no setor e mata milhares de brasileiros por ano. E, mesmo assim, os caminhões e ônibus produzidos no Brasil perdem espaço de exportação.

Precisamos urgentemente de uma política industrial que priorize a inovação e as novas tecnologias. O Brasil não pode ficar tão defasado em relação aos padrões de emissão e segurança dos países desenvolvidos, sob pena de nossa indústria ficar cada vez menos competitiva e conectada às cadeias produtivas globais. 

China, Colômbia e Noruega

Países como China, Colômbia e Noruega mostram o caminho do sucesso. A China colocou 500 mil ônibus elétricos em circulação. A Noruega atingiu a marca histórica de 54% de mercado com os elétricos em 2020 e a Colômbia celebra as maiores frotas de ônibus elétricos urbanos fora da China.

E o que eles têm em comum? Políticas públicas integradas e coerentes de incentivo à transição energética e à mobilidade sustentável, com liderança dos governos nacionais e apoio aos municípios, por frotas mais limpas e ar mais puro em suas cidades.

Em 2020, mesmo com a pandemia, as vendas de veículos eletrificados bateram recorde no Brasil. Foram 19.745 unidades emplacadas, 66% a mais do que em 2019 (11.858) e 397% a mais do que 2018 (3.970), enquanto as vendas de veículos à combustão caíram 26% em 2020.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here