Eis o SUV Cupê Audi Q8 e ele quer roubar as atenções dos compatriotas BMW X6, Mercedes-Benz GLE Coupé, Porsche Cayenne Coupé, cuja chegada em nosso mercado ocorrerá em breve, e fazer frente ao primo Lamborghini Urus. Feito sobre a plataforma modular MLB Evo, o novo membro da família “Q” mede 4,986 m de comprimento e 2,996 m de entre-eixos, sendo menor de para-choque a para-choque comparado ao irmão Q7 (5,069 m e 2,994 m), com quem compartilha a base.
A silhueta aerodinâmica revela um caimento mais suave da coluna C em relação ao bávaro X6, assim como a grade octagonal Single Frame e as lanternas conectadas de LED atraem os olhares. As portas com acionamento elétrico não exibem molduras e as rodas de 21” (22”, opcionais) reforçam o caráter atlético. São duas versões: Performance (R$ 494.900) e Performance Black (R$ 531.990). Esta última, com kit S-Line, pinças de freios vermelhas, grade/retrovisores em preto brilhante e áudio da Bang&Olufsen de 730 watts de potência.
O habitáculo mostra a nova geração do design interno da Audi. Luxuoso,destaque para o multimídia de 10,1”, com uma segunda tela de 8,6” que permite controlar a temperatura do habitáculo – uma solução já vista no Range Rover Velar -, e no quadro de instrumentos digital de 12,3”. O ar-condicionado de quatro zonas oferece ajustes independentes para os ocupantes traseiros. Eles dispõem de muito espaço para pernas, ombros e cabeça. O banco é deslizante e estão disponíveis quatro saídas de ar (duas delas na coluna B), além disso, o teto solar panorâmico coopera na sensação de amplitude. O porta-malas de 605 litros pode ser expandido para 1.705 litros. Ao contrário do Q7, o Q8 leva até cinco passageiros.
TURBÃO DE 340 CV
O trem de força une motor de seis cilindros em “V” 3.0 (família EA839) com o turbocompressor montado no meio do “V” do bloco (Hot Vee) ao câmbio automático de oito marchas. Esse casamento entrega 340 cv de potência e 51 kgfm de torque, em ampla faixa de 1.370 a 4.500 rpm. A pressão de trabalho do turbo é de 2,3 bar (absoluto), enquanto a de combustível de 250 bar.
A escolha pelo turbo foi pela menor perda de potência comparado ao compressor volumétrico, que é aplicado no Q7 (de 333 cv de 5.500 a 6.500 rpm e 45 kgfm entre 2.900 e 5.300 rpm). Nosso primeiro contato ocorreu no circuito Velo Città, no interior de São Paulo, porém, antes de entrar no traçado de 3.493 m de extensão e 14 curvas, enfrentamos um trajeto no fora de estrada.
Ele impressiona pela capacidade de transpassar as adversidades com mínimas oscilações de carroceria. Este é um dos sete modos de condução disponíveis, que alteram os parâmetros de motor, câmbio e tração, por exemplo. Caso esteja equipado com a suspensão a ar (opcional), a altura em relação ao solo se ergue em 254 mm (de 220 mm com a suspensão “normal”). Já o assistente de descida toma o controle nos declives ao frear sozinho o carro, facilitando a vida do motorista.
A tração Quattro distribui a força entre os eixos na ordem de 40% (dianteiro) e 60% (traseiro) e, de acordo com a situação, consegue repartir até 80/20 (traseira/dianteira) ou 70/30 (frente/traseira). Embora mostre destreza no fora de estrada, o habitat do Q8 é o asfalto. Saindo do programa OffRoad e indo para o Dynamic, as suspensões se rebaixam e o Q8 revela o seu lado maligno. Os 340 cv estão de acordo e as trocas sequenciais são feitas pela alavanca ou pelas borboletas atrás do volante.
O controle de carroceria é elogiável pelo porte do carro e a tração Quattro com diferencial Torsen banhado a óleo mantém o SUV grudado no chão. A caixa de direção é rápida e as frenagens eficientes são garantidas pelos freios a disco com pinças de seis pistões na frente e de um atrás. Outro opcional é o eixo traseiro direcional. Em baixas velocidades, as rodas traseiras esterçam em sentido oposto da dianteira. Já ao dirigir em velocidades mais altas, ambas viram no mesmo sentido, permitindo diminuir o raio de giro e facilitando o contorno de curvas.
A segurança merece um capítulo à parte e estão disponíveis o Traffic Jam Assist (sistema autônomo que atua nos congestionamentos), agora com funcionamento entre 0 e 250 km/h (antes até 65 km/h), o assistente de pontos cegos, a câmera de 360°, o Exit Warning, que sinaliza com um LED vermelho ao abir a porta indicando a eminência de um veículo passando ao lado e o Lane Assist, capaz de fazer correções de trajetórias.
HÍBRIDO LEVE E QUASE R$ 90.000 EM OPCIONAIS
O Audi é considerado um híbrido leve (Mild Hybrid) ao trazer um sistema elétrico conectado ao motor a combustão. Esse controle é realizado por um gerador de 48 volts alimentado por baterias de íons de lítio. Ele atua, principalmente, em velocidades de cruzeiro entre 55 e 160 km/h, desligando o propulsor a combustão ou quando o start-stop desliga o V6 (a partir de 22 km/h).
A lista de opcionais é farta e inclui rodas de 22” (R$ 15.000), faróis Full LED Matrix HD (R$ 13.000), suspensão ajustável (R$ 20.000), Audi Side Assist (R$ 8.000) e um pacote de tecnologias extras por R$ 33.000. Ao todo, são R$ 89.000 de equipamentos à parte, elevando o valor do Q8 Performance Black a R$ 620.990.
FICHA TÉCNICA
Audi Q8 Performance Black 55 TFSI
Preço básico: R$ 494.990 (Performance 55 TFSI)
Carro avaliado: R$ 531.990
Motor: seis cilindros em V 3.0, 24V, injeção direta, turbo, variador de fase na admissão e
escape
Cilindrada: 2995 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 340 cv de 5.000 a 6.400 rpm
Torque: 51 kgfm entre 1.370 e 4.500 rpm
Câmbio: automático, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensão: Multilink com duplo A (d/t)
Freios: Discos ventilados (d/t)
Tração: Integral
Dimensões: 4,986 m (c), 1,995 m (l), 1,705 m (a)
Entre-eixos: 2,995 m
Pneus: 285/45 R21 (opc. 285/40 R22)
Porta-malas: 605 litros (1.755 litros com o banco rebatido)
Tanque: 85 litros
Peso: 2.340 kg
0-100 km/h: 5s9
Velocidade máxima: 250 km/h (limitad eletronicamente)
Consumo cidade: 6,6 km/l
Consumo estrada: 7,0 km/l
Nota do Inmetro: E
Classificação na categoria: E (Utilitário Esportivo Grande 4×4)