Ford E-Transit
A chegada dos carros totalmente elétricos no mercado é uma questão de tempo. Crédito: Ford/Divulgação

O domínio dos carros totalmente elétricos no mercado é uma questão de tempo. E que pode não estar tão longe assim, segundo o Acordo de Paris, que prevê acabar com a venda de veículos movidos a combustíveis fósseis até 2030 e ter apenas automóveis movidos a energia limpa circulando até 2050. Uma das mais fortes tendências tem acontecido com a União Europeia, que prepara uma mudança para a legislação sobre automóveis, a norma Euro 7, antecipando para 2025 a proibição da circulação de modelos a combustão no continente.

E como fica o cenário no Espírito Santo? Para a diretora da Associação Brasileira dos Proprietários de Veículos Elétricos Inovadores (Abravei), Aline Santos, o Estado ainda se encontra no início da adoção de automóveis movidos a eletricidade, mas há avanços. “Hoje, estamos no meio de uma revolução, que não está visível, mas é uma transição que está acontecendo no mundo inteiro”, disse.

Para Santos, que construiu um motor elétrico para um Fusca, o acesso a esse tipo de automóvel ainda é restrito, mas os veículos elétricos chegarão a todos. “É como a adoção de painéis solares: no início as pessoas tinham dúvidas e desconfiavam desse produto. O valor também impedia que todos instalassem em suas casas, mas com o tempo, esses valores foram reduzindo e as pessoas entendendo as vantagens e a importância desse tipo de energia renovável”, observa.

Carro elétrico
Veículo elétrico carregando: manutenção mínima e mais rápida do que um carro a combustão. Crédito: Divulgação

Por outro lado, a indústria capixaba já está se movimentando para atender os futuros donos de carros elétricos. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado do Espírito Santo (Sindirepa), Eduardo Dalla Mura do Carmo, a adoção de carros híbridos (que funcionam com combustível fóssil ou eletricidade) tem aumentado, mas os veículos puramente elétricos também têm crescido: há dois anos, havia 45 veículos elétricos no Estado, hoje já são 150.

“Atualmente, é possível circular por todo o Espírito Santo com um carro elétrico, pois existem pontos de recarga em áreas estratégicas. Basta fazer um planejamento. E a adoção a veículos com energia limpa tem crescido no Estado, que vai ser o primeiro do país a testar um ônibus totalmente elétrico. E em breve será lançado um curso voltado para a manutenção de carros elétricos”, adianta.

Segundo Dalla Mura, a cadeia de reparação no Estado já domina a manutenção dos carros híbridos. Mas no caso dos elétricos requer outro tipo de preparação. O profissional que trabalha com manutenção desse tipo de veículo se aproximaria mais de um eletricista do que de um mecânico. “Um carro a combustão tem mais de 75 mil itens. Já um elétrico, fica em torno de 15 mil. Essa é uma das vantagens, pois o custo com manutenção cai cerca de 75%, fora a questão da poluição, que reduziria drasticamente”, observa.

Sem contar que a manutenção é mínima e muito mais rápida do que um carro a combustão. “É uma revolução muito grande e as empresas terão que se reinventar. Pela quantidade de componentes, o carro elétrico exige muito menos material para ser fabricado. Por isso, estamos preparando, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), por meio do Senai. um curso para treinar o profissional que trabalhará com manutenção de carros elétricos, que será lançado ainda neste ano”, adianta.

MONTADORAS PREPARAM LANÇAMENTOS

As exigências mais agressivas para a desacelerar as mudanças climáticas pode ter causado controvérsias com alguns fabricantes, principalmente com a possibilidade da União Europeia barrar a circulação de carros a combustão em 2025. No entanto, acaba por antecipar o andamento de tudo o que está sendo planejado para as próximas décadas, já que o Acordo de Paris prevê que em 2050, nenhum carro movido a combustível fóssil deverá circular.

De olho nesse mercado e também nas exigências legislativas, muitas montadoras já estão criando suas linhas elétricas. Um exemplo é a Audi, que este ano lançou o esportivo mais poderoso da montadora e que é elétrico, o RS e-tron GT, com potência de 700 cv. Ele é o primeiro a ter a assinatura dos esportivos da marca em um carro elétrico.

Ford E-Transit
Ford planeja investir mais de US$ 11,5 bilhões até 2022 para a fabricação de carros elétricos. Crédito: Ford/Divulgação

Outra que também entra na corrida é a Ford, que recentemente fechou suas fábricas no país em virtude de seu reposicionamento estratégico. A montadora americana tem a meta de se tornar carbono neutro até 2050. “É bom para o planeta e uma grande vantagem para os clientes, com custos operacionais mais baixos e novas tecnologias conectadas para impulsionar seus negócios”, disse o presidente e CEO da Ford, Jim Farley.

A GM é outra que tem aumentado investimentos e buscado ampliar seu portfólio para liderar a corrida dos elétricos. “Estamos fazendo a transição para um portfólio totalmente elétrico em um momento de pujança, com foco no crescimento. Podemos acelerar nossos planos para veículos elétricos (EVs) porque estamos construindo rapidamente uma vantagem competitiva em baterias, software, integração de veículos, fabricação e experiência do cliente”, disse a presidente e CEO da General Motors, Mary Barra.

O QUE AS MONTADORAS ESTÃO FAZENDO

  1. A Gazeta - exnkxrk3syv

    01

    Audi

    A montadora alemã lançou neste ano o seu esportivo mais poderoso e que é elétrico, o RS e-tron GT, com potência de 700 cv. Ele é o primeiro a ter a assinatura dos esportivos da marca em um carro elétrico. Outros dois lançamentos de peso para 2021 também entram no calendário: o e-tron S2 e o novo e-tron S Sportback3, com motores elétricos e potência total de 489 cv e torque de até 99,3 mkgf. A ação é parte do compromisso global da empresa para reduzir a pegada de carbono de seus veículos em 30% até 2025.

  2. A Gazeta - plz7kuega

    02

    Grupo Hyundai

    A empresa desenvolveu a Plataforma Modular Elétrica-Global (E-GMP), dedicada aos veículos elétricos a bateria (BEV), que servirá como a tecnologia central para a próxima geração de modelos BEV. A E-GMP será base para o lançamento de 23 modelos elétricos, incluindo 11 modelos originalmente concebidos para operar 100% a bateria, e vender mais de 1 milhão de BEVs em todo o mundo até 2025. A empresa tem planos para aumentar para 20% a participação das vendas de veículos elétricos dentro dos volumes totais até 2025.

  3. A Gazeta - i7sa6ycsa3

    03

    Ford

    A montadora americana tem investido pesado para a criação de sua frota elétrica, com um planejamento global de mais de US$ 11,5 bilhões até 2022. Um dos modelos que entra para a lista é a E-Transit, versão elétrica da van mais vendida do mundo, além do Mustang Mach-E, lançado no final de 2020 nos EUA e que deve chegar este ano no Brasil, e a F-150 elétrica, programada para chegar à América do Norte em meados de 2022.

  4. A Gazeta - ury9tn3ax2

    04

    BMW

    Outra montadora alemã que entra na corrida dos elétricos. Para este ano está programada a chegada do Mini Cooper SE eletrificado, com potência de 184 cv e autonomia para 230 km. E no segundo semestre, começa a produção do iX, que será o carro-chefe para as novas tecnologias nesse segmento da montadora, que traz nova tecnologia de recarga mais rápida de bateria.

  5. A Gazeta - t14dz1n

    05

    Volvo

    Uma das primeiras a se comprometer com a eletrificação total, a Volvo irá introduzir uma gama de modelos totalmente elétricos nos próximos anos, começando com o XC40 Recharge, que chega ao Brasil no segundo semestre de 2021. A montadora também vai seguir um plano climático próprio que planeja reduzir sua pegada de carbono do ciclo de vida por carro em 40% até 2025. E uma redução de 50% nas emissões do escapamento por carro, de 25% por carro nas emissões operacionais de carbono, incluindo de fabricação e logística, e uma redução de 25% por carro nas emissões de carbono da cadeia de suprimentos.

  6. A Gazeta - ejaqi9ghr5g

    06

    GM

    Com um plano para lançar até 30 novos modelos elétricos até 2025, a GM tem investimentos planejados de mais de US$ 27 bilhões em elétricos e autônomos. Cerca de 40% da sua frota será de veículos elétricos até o final de 2025, o que fez com que a montadora acelerasse a produção dos lançamentos Hummer EV e Cadillac LYRIQ e buscasse a contratação de 3 mil engenheiros de sistema elétrico, software de infoentretenimento e controles, além de desenvolvedores para Java, Android, iOS e outras plataformas.

  7. 07

    FNM e Agrale

    A FNM realizou contrato inédito de cooperação técnica e industrial com a Agrale, única fábrica de veículos 100% brasileira, junto com a Ambev, para fabricação de mil veículos elétricos, como caminhões e vans, previstos para estarem nas ruas até o fim de 2023. Cada caminhão elétrico do modelo FNM 833 deixará de emitir 126 mil quilos de CO2 por ano. O veículo piloto rodará nas rotas de entrega de bebidas no Rio de Janeiro, com autonomia de até 100km por dia.

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