Os veículos eletrificados e puramente elétricos são uma realidade da qual nem mesmo os consumidores de países de renda média mais baixa, como o Brasil, poderão fugir. Em maior ou menor grau, mais rápido ou um tanto lentamente, carros movidos a combustão interna perderão espaço nas linhas de montagem e na preferência dos consumidores, seja em função de vantagens econômicas ou, especialmente em mercados mais maduros, por força da legislação.

Este é o quadro que emergiu do painel “A visão das montadoras para os veículos elétricos e a mobilidade elétrica no Brasil” no Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos, realizado nesta terça-feira (1), no primeiro dia da 15ª edição do Veículo Elétrico Latino-Americano, exposição que acontece no Transamérica Expo Center até esta quinta-feira (3).

A mostra reúne de fabricantes de bicicletas e scooters a montadoras de automóveis e ônibus, além de prestadores de serviços e fornecedores de componentes, como estações de recarga e baterias. São mais de quarenta expositores que, calculam os organizadores, receberão cerca de 6 mil visitantes, público que poderá fazer também test drives em vários em patinetes e skates e até  no Renault Twizy.

Se os carros eletrificados ainda têm números marginais no mercado brasileiro, essa é uma realidade que deve mudar mais rapidamente do que se imaginava há muito pouco tempo, avaliaram executivos das montadoras. “Dá para adaptar o slogan criado para o carro a álcool há quarenta anos: Carro elétrico, você ainda vai ter um. E mais rápido do que você pensa!”, sintetizou Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors na América do Sul.

Adalberto Maluf, diretor de Relações governamentais da chinesa BYD, uma das maiores fabricantes de veículos movidos a bateria, acrescentou que as projeções indicam que modelos elétricos devem responder por 30% das vendas globais até o fim da próxima década.

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De fato, a participação desses modelos no mercado mundial tem se acelerado e de maneira abrupta. Carlos Henrique Ferreira, diretor de Comunicação da Renault e vice-presidente do Instituto Renault, lembra que as vendas de elétricos cresceram 45% na Europa somente em 2018.

“O futuro é conectado, autônomo, compartilhado e eletrificado. Temos no mundo mais de 2 mil engenheiros dedicados ao desenvolvimento dessas tecnologias e serviços”, reforça o executivo, lembrando que a primeira geração do elétrico Renault Zoe, exibido na mostra, está próxima de completar uma década.

No Brasil, a montadora vende, desde o fim do ano passado, a segunda geração do hatch. Já foram entregues cerca de 60 unidades aos consumidores finais e, somente em 2019, os licenciamentos de elétricos da marca já bateram a casa das 100 unidades.

Miguel Fonseca, vice-presidente da Toyota na América do Sul, diz que a empresa está convicta de que até 2040 todos os veículos produzidos no mundo terão algum nível de eletrificação.

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A autonomia dos elétricos, uma deficiência de poucos anos atrás, já não é empecilho para para a propagação da tecnologia de forma consistente, no entender de Fonseca. Os principais obstáculos são ainda o custo dos veículos e a matriz energética de cada país ou região.

“Mas o custo vai cair. É bom lembrar que há 10 anos o kW/h das baterias custava algo US$ 1 mil e hoje está em torno de US$ 180”, ilustra o vice-presidente da Toyota.

Munhoz, da GM, acrescenta: “Em 2025 estará na faixa de US$ 89 e em 2030, de US$ 56. A expectativa é que até 2026 os custos de um carro elétrico serão iguais aos de um modelo a combustão interna”.


Foto: AutoIndústria

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