De acordo com pesquisas mais recentes, como da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), a venda de veículos elétricos no Brasil bateu recorde no mês maio. Porém, já existiu um carro elétrico brasileiro. E ele foi feito nos anos 1970 pela Gurgel, quando ainda se falava pouco em carros elétricos no mundo.
Quem relembra essa história é o podcast Muito Além de Rodas e Motores. O programa produziu um episódio contando a história dos carros elétricos no Brasil, desde os anos de 1970.
Carro elétrico brasileiro no podcast
Nos episódios há, por exemplo, registros de 49 anos atrás. No caso, quando o engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel inaugurou sua fábrica na cidade de Rio Claro (SP). Assim, dando início ao seu sonho de fazer um automóvel 100% nacional.
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A Gurgel chegou a projetar nos anos 1970 o Itaipu E400, que foi o carro elétrico brasileiro. Porém, o projeto não foi adiante e a marca se dedicou aos modelos a gasolina, como o Xef, o X12 e o BR-800.
Entretanto, a gestão do ex-presidente Fernando Collor de Melo causou um duro golpe na Gurgel nos anos 1990, quando ele isentou de IPI todos os carros com motor abaixo de 1.000 cm³. Assim, motivando as fábricas maiores a lançarem opções maiores, e mais confortáveis.
A marca até tentou sobreviver com o lançamento do Supermini em 1992, que era uma evolução do BR-800. No entanto, a Gurgel não resistiu e fechou as portas em 1994.
Pouco investimento em carros elétricos
Mas, ao voltarmos ao presente, onde os veículos elétricos são a “bola da vez”, os híbridos dominam amplamente o mercado desse novo segmento no país. De acordo com o jornalista Luiz Carlos Secco, que comanda o podcast Muito Alél de rodas e motores, dos 3.102 eletrificados comercializados no mês de maio, 3.016 foram híbridos. Os 100% elétricos registraram apenas 86 unidades.
Assim, o jornalista acredita que a curva de crescimento deverá ser mantida com base na história da indústria nacional. Além disso, Luiz explica que, atualmente, a aquisição de veículos elétricos é feita, praticamente, apenas por empresas e pessoas com recursos.
Isso porque o preço dos elétricos são mais altos no Brasil. Ao contrário do que acontece, por exemplo, em países como da União Europeia, Estados Unidos, Chile, Colômbia e outros.
“Temos certeza de que, se estivesse vivo, o engenheiro Gurgel estaria muito feliz e realizado em ver que, apesar de demorar 5 décadas, sua visão e sonho mais do que realidade se transformaram na nova forma de a indústria automobilística mundial atuar. Assim, reduzindo emissões, preservando o meio ambiente e garantindo maior bem-estar para a sociedade”, declarou Luiz em sua nota.
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