• Paula Adamo Idoeta
  • Da BBC News Brasil em São Paulo

Crédito, Marcello Casal Jr/ Ag Brasil

Legenda da foto,

Enem teve índice de inscrições mais baixo desde 2005; observadores veem isso como reflexo de desconexão dos jovens com o ensino

Quando falava sobre o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) com seus alunos adolescentes, a professora Márcia Maia muitas vezes notava a faísca de interesse deles em prestar a prova que, hoje, é a principal porta de entrada para a educação universitária no Brasil.

Mas ela percebia que parte dos alunos de baixa renda não se sentia pertencente ao universo do ensino superior ou que não tinha repertório o bastante.

“Tinha os estudantes que até queriam prestar o Enem, mas se sentiam constrangidos por suas desigualdades, pelo seu acúmulo de deficiências que vêm desde a alfabetização nas escolas públicas. ‘Sou bom aluno, mas não li esses 20 livros, não tenho como participar desses debates'”, conta Maia, professora de português no Instituto Federal da Bahia, na região de Ilhéus.

Ela então criou um projeto de leitura para seus alunos, dedicado à redação do Enem — um dos pontos mais temidos para muitos estudantes que se preparam para o exame.



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