Mais eficientes e ecológicos, aos poucos os carros híbridos e elétricos estão ganhando espaço entre as ruas e avenidas de Rio Preto e cidades da região. Movidos totalmente ou parcialmente a base de energia elétrica, esses veículos possuem potencial para se tornarem o futuro do mercado automobilístico. Mas no Brasil, sua popularidade se esbarra nos altos preços.

Segundo levantamento da empresa NeoCharge, Rio Preto atingiu a marca de 220 veículos elétricos emplacados entre modelos que funcionam 100% a base de eletricidade e que rodam tanto à base de energia quanto combustível. Esse número representa um aumento de 59% em relação ao número de veículos emplacados no ano passado, quando o município contava com 138 veículos eletrificados. Em 2019, a frota municipal contava com 79 automóveis dessa modalidade. Em toda a região, são 380 veículos rodando à base de eletricidade. O levantamento foi realizado com base em dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

A expansão da eletromobilidade no Brasil ocorre apesar do ambiente desfavorável e é motivo de comemoração, afirma Sílvia Barcik, diretora de Mobilidade da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). “2020, apesar da pandemia, foi o melhor ano da eletromobilidade no Brasil, com 19.745 veículos eletrificados emplacados, um crescimento de 66% sobre os 11.858 de 2019”. Os números se referem à soma de automóveis comerciais leves e incluem os elétricos totalmente a bateria (BEV), os elétricos híbridos não plug-in (HEV) e os elétricos híbridos plug-in (PHEV).

A expectativa da associação é de que em 2021, esse crescimento seja ainda maior. De janeiro a agosto, as vendas de eletrificados já chegaram a 21.397, superando os 19.745 de todo o ano anterior.

‘O aumento da gasolina sem dúvida vai reforçar a percepção de que os carros elétricos são muito mais econômicos’
Sílvia Barcik, Diretora de Mobilidade da ABVE

De janeiro a dezembro de 2021, a ABVE projeta um total superior a 30 mil veículos eletrificados vendidos, o que representará um aumento de mais de 50% sobre 2020. “É um crescimento bastante significativo também, porém inferior ao potencial do país”. Atualmente, o Brasil conta com mais de 63 mil veículos elétricos e híbridos em circulação.

Além de ecológicos, pois emitem menos poluentes, os modelos eletrificados são mais eficientes. Segundo dados da ABVE, o custo do kWh (kilowatt hora) por quilômetro rodado pode ser três ou quatro vezes menor do que o custo da gasolina por quilômetro rodado. E o custo de manutenção do veículo elétrico é, no mínimo, 30% menor. “O aumento da gasolina sem dúvida vai reforçar a percepção de que os carros elétricos são muito mais econômicos”, afirma Sílvia.

Na percepção da ABVE, três principais fatores contribuem para atrasar a popularização dos veículos movidos à eletricidade no Brasil: distorção tributária, falta de políticas de incentivo e a desatenção para estratégias inovadoras. Este primeiro, contribui para o alto preço dos modelos já que o imposto sobre os veículos elétricos variam de 9% a 17%, enquanto o de um modelo flex a combustão é de 7%.

De acordo com a tabela Fipe, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, os modelos zero quilômetros mais baratos encontrados no Brasil são os híbridos Corolla Altis (R$ 163 mil), Corolla Cross ( R$ 189 mil) e o Toyota Prius (R$ 195 mil). “Em Rio Preto o volume de vendas de híbridos da Toyota triplicou, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Essa é uma tendência mundial. Zelar por sustentabilidade ambiental, social e financeira é fundamental, e as áreas de pesquisa e desenvolvimento da indústria automotiva estão orientadas a isso”, afirmou Rafael Dolabella, diretor de automóveis da Rodobens”.

Cidade tem eletropostos

Se o preço da energia elétrica é uma preocupação, uma alternativa para os motoristas que não querem carregar a bateria dos veículos direto na tomada são os eletropostos. Rio Preto possui ao menos quatro pontos espalhados na cidade, distribuídos em supermercados e centro de compras. Nesses locais, é possível recarregar a bateria sem custo. Além disso, boa parte dos condomínios residenciais já estão se adaptando e passando a oferecer o serviço nos espaços.

Outra alternativa é investir em placas solares, já que a energia gerada através da luz do sol pode ser revertida na recarga das baterias. Segundo a NeoCharge, empresa especialista em em soluções para carros eletrificados, dependendo do veículo, o tempo de recarga pode variar de três horas a sete horas.

Nos modelos movidos totalmente à bateria, a autonomia do automóvel pode chegar a até 400 quilômetros. No caso dos híbridos convencionais, que podem alternar entre o motor elétrico, e o motor a combustão interna, a autonomia varia de 400 a 700. Já no caso do híbrido plug-in (que possui um motor elétrico e outro a combustão) a autonomia chega a ser de 120 quilômetros com bateria e 700 quilômetros com combustível. Mesmo com o uso de combustível pelos modelos híbridos a eficiência energética é maior. (FN)

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