O transporte coletivo terá importante papel na mobilidade, não só pelas questões ambientais como também pela falta de espaço nas ruas, considerando o adensamento das áreas urbanas. Este ônibus BYD D11B mostrado aqui ainda não é conectado. Não troca informações com outros veículos e também não é autônomo. Mas antecipa conceitos que vão orientar projetos do futuro.
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Sua carroceria foi desenhada em parceria com a empresa Marcopolo. Seu visual é moderno, com destaque para a ampla área envidraçada e as rodas com coberturas aerodinâmicas (embora nas baixas velocidades em que o ônibus circula, elas tenham apenas função estética).
Tecnicamente chamado de VLP, Veículo Leve sobre Pneus, ele é o primeiro ônibus articulado elétrico do país. Foi produzido pela BYD, na cidade de Campinas (SP), e terá as primeiras 12 unidades rodando em São José dos Campos (SP), a partir de outubro.
De um para-choque ao outro, o D11B mede 22 metros de comprimento. Na configuração feita para a prefeitura de São José dos Campos, ele tem capacidade para 168 passageiros mais um cadeirante, que conta com local para fixar a cadeira de rodas e rampa de acesso.
Todos os assentos possuem tomadas USB, as poltronas são forradas e receberam adesivos com tratamento antimicrobiano, assim como nos pontos de apoio como balaustres e pega-mãos da cabine. Há também ar-condicionado com sistema de desinfecção do ar, feita com raios UV-C, som ambiente e tela de vídeo na dianteira.
O D11B tem propulsão elétrica. São quatro motores (do tipo síncrono com ímãs permanentes), instalados diretamente nas rodas dos eixos de tração, que são o segundo e o terceiro eixos, ambos com rodado duplo.
Cada motor gera 201 cavalos de potência máxima e 56 kgfm de torque máximo, força mais que suficiente para impulsionar o ônibus, que tem PBT (Peso Bruto Total, resultado dos pesos do chassi, carroceria e carga máxima) de 41 toneladas.
Ao volante, com o ônibus vazio, levando apenas o fotógrafo e um funcionário da BYD, foi possível constatar que, ao contrário dos automóveis elétricos, que arrancam com muita disposição, o D11B se comporta como um ônibus comum, equipado com motor diesel, arrancando com velocidades que aumentam gradualmente.
A posição de dirigir é bem confortável. O motorista viaja como se estivesse sentado em uma cadeira, como era a proposta das minivans, formando ângulos retos nas articulações dos joelhos e bacia. E, além do amortecimento do assento, a suspensão a ar também favorece o conforto a bordo. A direção é leve e não exige muitas voltas, apesar do comprimento do carro.
Isso porque o quarto eixo é direcional, facilitando as manobras. Ao virar em esquina, um motorista de primeira viagem só precisa ficar atento ao espaço necessário, porque, mesmo abrindo bastante a curva, a traseira tende a fechar a trajetória. Mas, para isso, o veículo conta com câmeras que substituem os retrovisores e ajudam bem.
O câmbio tem duas marchas, uma para a frente e a ré. E o painel é bem similar ao de um ônibus comum. Há diferenças básicas. A primeira é uma tela que projeta imagens da cabine, para o motorista supervisionar os passageiros.
A segunda é um visor no centro dos instrumentos, que exibe as principais funções do veículo, como reserva de energia, modo de condução e consumo. E a terceira são três chaves que acionam extintores de incêncio, localizados em diferentes pontos do chassi e que em condições normais são acionados automaticamente em caso de incêndio.
As baterias do BYD são de fosfato ferro-lítio (LiFePO4) e ficam acondicionadas em dois grupos, que podem ser instalados no piso ou no teto do ônibus dependendo do projeto. Jun-tas elas têm capacidade de 553 kWh, o que, segundo a BYD, garante uma autonomia de 250 km. E seu tempo de recarga é de 2 a 3 horas em uma tomada com tensão de 380 volts.
A prefeitura de São José dos Campos tem histórico no uso de veículos elétricos. Em 2018, a frota de 30 carros da Guarda Municipal da cidade foi transformada em elétrica. Segundo a BYD, que forneceu os novos carros, com essa iniciativa, em um ano, a prefeitura economizou R$ 850.000 com combustível.
“Antes da implantação do novo modelo, a administração dispendia R$ 933.600 com gasolina e álcool por ano e agora, com energia elétrica, foram gastos no mesmo período R$ 156.600”, informou a empresa.
Além disso, com a frota totalmente elétrica, a prefeitura deixou de emitir cerca de 400 toneladas de CO2 (dióxido de carbônico) no primeiro ano de funcionamento do novo sistema, de acordo com dados da BYD. O preço básico do D11B é de R$ 3.420.000, mas o valor pode variar de acordo com os equipamentos instalados no veículo e também a quantidade negociada.
Ficha Técnica – BYD D11B:
Preço: R$ 3.420.000
Chassi: tubular, aço, 168 passageiros
Motor: 4 elétricos, síncrono de ímãs permanentes, 201 cv e 56 kgfm cada um
Baterias: LifePO4, 553 kWh 380 V; carga 2-3h
Câmbio: automático 2 marchas (frente e ré), redução 1:22
Direção: eletro-hidráulica, diâmetro giro, 24 m, eixo tras. direcional
Suspensão: pneumática, dois bolsões nos eixos auxiliares e quatro nos motrizes
Freios: disco, ABS, EBS e sistema regenerativo
Pneus: 295/80 R22,5
Dimensões: comprimento, 21,3 m; largura, 2,32 m; altura, 2,53 m; entre-eixos, 5,7 m, 8 m, 1,5 m; balanço, 2,59 m (diant.), 3,53 m (tras.);
PBT, 41 toneladas
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