Tanto a versão de entrada como a topo são equipadas com o mesmo conjunto mecânico, o novo motor 1.3 turbo a gasolina com câmbio automatizado de dupla embreagem. O que realmente muda de uma para a outra são os itens de série, como o teto solar, que é exclusivo da opção mais cara.
Se você está questionando se esse é o mesmo motor usado pelo Renault Captur, a resposta é sim. Mas não fique decepcionado, afinal esse motor é muito mais da Mercedes do que da fabricante francesa.
Não à toa, ele também está presente no GLA, SUV de cinco lugares de R$ 325.000. Daqui a pouco falaremos sobre a performance desse propulsor no GLB. Antes, vamos terminar de identificar a concorrência.
Principais concorrentes Mercedes-Benz GLB
Jeep Commander Turbodiesel AT: R$ 274.955 a R$ 297.697
Toyota SW4 2.7 aspirado Flex AT: R$ 266.890
Mitsubishi Outlander 2.0 HPE AT: R$ 214.990
Mitsubishi Outlander 3.0 V6 HPE-S AT: R$ 262.990
Kia Sorento AT: R$ 297.990
Land Rover Discovery Sport S Flex AT: R$ 320.650
Inicialmente, os rivais mais próximos seriam o Toyota SW4, com motor flex, o Mitsubishi Outlander 2.0 turbodiesel ou 3.0 V6 a gasolina, e o Land Rover Discovery Sport Flex.
No entanto, esses dois primeiros são separados por uma grande lacuna do GLB quando se trata de sofisticação. Também ficam para trás no 0 a 100 km/h, já dando um spoiler sobre desempenho. Só o Outlander 3.0 V6 consegue ser 0,4 segundo mais rápido que o SUV da Mercedes-Benz.
Apesar de ninguém lembrar, nessa faixa de R$ 300.000 também temos o Kia Sorento. Recentemente, chegou o Jeep Commander com versões flex e a diesel. Simplesmente um dos lançamentos do ano e que quer roubar clientes justamente de SUVs de luxo, embora a Jeep não chegue a ter o status de um Mercedes-Benz.
Indo direto ao ponto, apesar de ser oferecido a partir de R$ 280.000, uma das maiores vantagens do GLB é o seu preço muito próximo ao do SUV de sete lugares da Jeep, assim como em relação ao modelo derivado da Toyota Hilux com motor flex. Já o SW4 a diesel consegue ser ainda mais caro.
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Para um consumidor que se importa com o status da marca, não restará dúvida sobre ter um Mercedes-Benz ou qualquer um dos outros modelos citados. Isso, claro, se ele souber que pelo preço de um Jeep Commander é possível comprar um GLB.
Agora chegou a hora de saber se o GLB 200 é só nome ou se realmente faz jus à marca da estrela de três pontas, apesar do interessante custo-benefício. Para isso, rodamos uma semana com ele e vamos te contar todas nossas impressões.
Espaço: terceira fileira acomoda melhor malas do que pessoas
Dois lugares extras ou um porta-malas generoso. Essa versatilidade dos SUVs de sete lugares tem conquistado cada vez mais consumidores. Não à toa, esse segmento não para de ganhar novos modelos.
E já que estamos falando de um carro de sete lugares, vamos começar pela terceira fileira de bancos. Esses dois lugares extras acomodam muito bem crianças e adultos de menor estatura. Os bancos são largos, bipartidos em 50:50 e divididos por um porta-copos no meio.
Vale citar, porém, que o espaço entre o assento e o teto é bem reduzido na última fileira, sendo inviável para pessoas com mais de 1,75 m, pois não conseguiriam ficar com a coluna ereta. Em lombadas, se o motorista não tiver certa delicadeza, irá fazer os dois últimos passageiros baterem a cabeça no teto algumas vezes, até porque a fileira está posicionada próxima ao eixo traseiro.
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Se você nunca teve um carro de sete lugares, precisamos te situar ou relembrar que esses dois bancos estão posicionados justamente no porta-malas do carro, o que quer dizer que é a mesma coisa de se sentar na última fileira do ônibus: você vai sentir cada impacto.
Já se você pensa em um carro de sete lugares, apenas para ter dois lugares extras quando precisar, e o que você quer mesmo é um porta-malas espaçoso, é exatamente isso que o GLB oferece.
No bagageiro cabem, como que sob medida, três malas grandes, dessas de viagem internacional, e ainda sobra espaço em cima para algumas bolsas. Já com os sete lugares armados, sobram apenas 130 litros, o que permite empilhar não mais do que algumas mochilas.
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O SW4 tem um espaço muito parecido. Já o Jeep Commander parece ter um espaço para bagagens mais generoso. São 661 litros de porta-malas e 233 l na configuração de sete lugares, mas atenção: essas medidas são com água e não pelo sistema VDA, de blocos sólidos. Na prática, os volumes são similares.
Na fileira do meio, não há o que reclamar de espaço, muito bem acertado para três passageiros, desde os mais altos até os mais fortes. Para melhorar o conforto, ainda há porta-objetos nas laterais das portas, porta-revistas atrás dos bancos dianteiros e um compartimento perfeito para celulares, além de duas saídas traseiras de ar-condicionado.
Conforto e acabamento de um Mercedes-Benz
Na frente, os bancos são ainda mais robustos, macios e em um formato que te acomoda tão confortavelmente quanto a poltrona da sua casa. Há um generoso porta-objetos no console, que mais parece uma miniarmário devido à abertura de duas portas. O GLB 200, de fato, é um carro para família em tamanho e em nicho para objetos.
O acabamento do painel é muito característico da Mercedes-Benz, a começar pelas três saídas de ar-condicionado alinhadas e posicionadas bem no centro, ao estilo turbina de avião. Em cada lateral, há mais uma saída de ar.
A combinação de preto piano com cromado, já manjada em carros premium, é responsável por uma boa dose de sofisticação do SUV de sete lugares. Outro ponto que retém a atenção dos ocupantes é a enorme tela formada pelo cokipit digital de 10 polegadas e central multimídia de 10,2 polegadas.
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Essa última é sensível ao toque e pode ser controlada também pelo mouse localizado no console. A multimídia é compatível com Android Auto e Apple Carplay via cabo USB-C. Aliás, todas as entradas são USB-C, que é justamente o padrão sendo usado atualmente na Europa e nos EUA.
Para quem ainda não esteve a bordo de um Mercedes-Benz, vale citar algumas curiosidades, como o câmbio “fake”. Isso mesmo, ele tem apenas uma função estética, mas as funções Park, Drive e ré são selecionadas através de uma aleta atrás do volante, que corresponderia ao limpador de para-brisas em outros modelos.
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Os alemães da Mercedes gostam de mudar um pouco a lógica das coisas. Por isso, o limpador migra para o lado esquerdo da coluna, assim como o freio de estacionamento. É um pouco confuso no começo, mas dá para se acostumar facilmente.
O ajuste dos bancos também não é feito da forma convencional, por botões de ajuste na lateral do assento. Em vez disso, os comandos ficam na porta, bem próximos aos reguladores dos retrovisores externos, e imitam o formato de um… banco. Os ajustes são elétricos e com função memória de até três posições para motorista e passageiro.
Dimensões: 4.634 mm de comprimento, 2.829 mm entre-eixos, 1.834 mm de largura, 1.659 mm de altura, e 500 litros (5 lugares) / 130 litros (7 lugares) de porta-malas
Desempenho
O desempenho é um dos pontos que mais despertam curiosidade no Mercedes-Benz GLB 200. O que todo mundo quer saber é se o motor 1.3 turbo a gasolina dá conta da carroceria de sete lugares de 1.630 kg sem perder o fôlego.
Antes de qualquer coisa, vamos aos dados técnicos. O propulsor tem 163 cv de potência a 5.500 rpm e 25,5 kgfm de torque entregues a uma rotação baixíssima, 1.620 rpm. Uma caixa de câmbio de dupla embreagem automatizada com sete marchas termina de compor a mecânica do carro.
Estamos falando de uma relação peso/potência de 10 kg/cv. Melhor que a do Toyota SW4 2.7 Flex, mas não tão boa quanto a do Jeep Commander 1.3 Turbo Flex.
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Porém, graças ao câmbio automatizado, o GLB 200 vai de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos, uma pequena vantagem em relação ao Commander flex, que precisa de 9,9 segundos e uma diferença um pouco maior se comparado ao SW4 flex, que leva longos 14 segundos.
Agora avaliando somente o desempenho do Mercedes-Benz GLB 200, ele cumpre bem a proposta de SUV urbanizado que é ótimo também para pegar estrada. Ele não vai te fazer passar vergonha ou comer poeira, mas o objetivo não é ser um carro com desempenho esportivo ou ser o tipo de SUV que tem torque para escalar até parede, como o SW4 a diesel.
Só podemos exigir o que o carro se propõe a oferecer e, no caso do GLB, a performance é de SUV que tem um motor a altura do seu porte, oferecendo fôlego suficiente desde os aclives da cidade até em ultrapassagens na estrada.
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Não espere voar com o carro, ou retomar de 60 km/h para 120 km/h em um piscar de olhos, as respostas são ágeis, mas acontecem gradativamente. Estamos falando de um SUV de sete lugares que pode estar com uma família a bordo, e não de um cupê com apenas um casal.
Resumindo, a dirigibilidade do GLB é elogiável. A direção é tão gostosa quanto um carro de passeio, e nem se compara com a direção hidráulica pesada do SW4. Apesar de grandalhão, a estabilidade é outro ponto forte. O modelo não escapa nem mesmo nas curvas e não passa nem um pouco de desiquilíbrio.
O motor trabalha como alguém que foi preparado para isso. Sem grandes esforços, mas sem fazer todos o trabalho com as mãos nas costas. Se manter o GLB 200 dentro do seu habitat que é a cidade e boas estradas não há o que temer.
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Só não vale achar que esse carro vai encarar tranquilamente uma trilha off road, mesmo que leve. Seria como colocar alguém para andar de salto em uma estrada de terra: até dá para andar, mas não com a mesma facilidade e elegância que no asfalto, e em algum momento pode parecer que não vai aguentar.
E sem tração 4×4, se atolar já era. Nesse ponto o Commander e o SW4 se dão bem.
Desempenho: 163 cv a 5.500 rpm e 25,5 a 1.620 rpm
0 a 100 km/h: 9,1 segundos
Velocidade máxima: 207
Peso/potência: 10 kg/cv
Peso/torque: 63,9 kg/kgfm
Câmbio: Automatizado de 7 marchas
Tração: Dianteira
Dados técnicos: direção elétrica / Suspensão dianteira independente, MacPherson e mola helicoidal e suspensão traseira independente, multibraço e mola helicoidal / Freios dianteiros a disco ventilado e freios traseiros a disco sólido / Pneus 235/50 e rodas em liga leve aro 19 / Diâmetro de giro: 11,7 m / Vão livre do solo: 135 mm / Ângulo de entrada: 18 graus e ângulo central: 13,9 graus
Consumo
Bem, 10,1 km/litro na cidade com gasolina não é nada mau para um SUV de sete lugares. Para não ficarmos no escuro, vamos comparar com seus rivais. O SW4 faz 7,1 km/litro e o Commander, 9,8 km/litro, segundo o Inmetro.
Talvez a maior desvantagem em relação à autonomia do GLB 200 é que ele não é flex como a maioria dos seus concorrentes diretos. Por fim, para quem gosta de pegar estrada, ele faz 11,7 km/litro.
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Colocando na prática, com o tanque de 52 litros cheio, esse SUV rende 608,4 km, dá para ir de São Paulo a Belo Horizonte sem parar para abastecer. Mas é melhor fazer uma pausa, para lavar o rosto e tomar uma água, para seguir viagem de forma segura.
Consumo Mercedes-Benz GLB 200 Progressive: 10,1 km/litro na cidade e 11,7 km/litro na estrada com gasolina
Principais itens de série Mercedes-Benz GLB 200 Progressive
A lista de equipamentos do GLB 200 é extensa. Mas o pacote de assistência a condução é um dos que mais merecem destaque pelo nível tecnológico e autônomo, com sistemas como:
- Controle de distância ativo DISTRONIC;
- Assistente ativo de direção;
- Assistente ativo de limite de velocidade;
- Adaptação da velocidade baseada no trajeto;
- Assistente de frenagem ativo com função de cruzamento;
- Assistente de direção evasiva;
- Assistente ativo de mudança da trajetória;
- Assistente ativo de parada de emergência;
- Assistente ativo para ponto cego;
- Assistente ativo de manutenção da trajetória;
- PRE-SAFE® PLUS.
Todos esses itens tornam a direção muito mais cômoda e segura, mas claro que até mesmo os sistemas estão sujeitos a precipitações. Quando estávamos com o GLB 200, por duas ou três vezes em situações de congestionamento, ele acabou freando automaticamente quando uma moto passou bem próxima a lateral do carro e em seguida entrou na frente do veículo, situação muito comum em uma cidade grande como São Paulo.
Além da frenagem ser totalmente desnecessária, acaba dando um baita susto em quem está a bordo do GLB e até mesmo no carro de quem está atrás. Mas com exceção dessa experiência, todos os assistentes de condução trabalham em perfeita harmonia, como uma equipe. Confira a lista completa abaixo.
- 3ª Fileira de Assentos
- Acesso HANDS-FREE
- Airbag joelho p/ motorista
- Ajustes elet. para lombar
- Alarme AntiFurto
- AMG Dynamic Select
- Android Auto
- Apoia-Braço Traseiro
- Apple CarPlay
- Ar-condicionado Thermotronic
- Assis. estaci. PARKTRONIC
- Assistente ativo direção
- Assistente aviso de saída
- Banco do Motorista Elétrico com Função de Memória
- Banco pas. elétrico memor.
- Bancos Comfort
- Barras do teto em alumínio
- Cockpit Digital de 10″
- Compart. Arrum. Console C.
- Câmbio automático 7G-DCT
- Câmera Traseira
- Carregador sem fio (por indução)
- DISTRONIC
- Encostos reb. bancos tras.
- Faróis Full Led
- Faróis Neblina Dianteiros
- Funções Extendidas do MBUX
- Identificação Número VIN
- Integração p/ Smartphones
- KEYLESS GO
- Multi-link
- Omissão Kit Primeiros Soc.
- Pacote Conforto de Assentos
- Pacote de Assistência à Condução
- Pacote de Espelhos
- Pacote de Estacionamento
- Pacote de Iluminação e Visibilidade
- Pacote Keyless Go
- Pacote Progressive
- Pacote proteção antifurto
- Para-brisa c/ sensor chuva
- Pneus de Verão
- Pneus Run-Flat
- Porta copos
- Porta-malas EASY-PACK
- Preparação para Embarque
- Quebra sol c/ espe. ilumi.
- Rede comparti. ass. diant.
- Retr. ext. rebatível elet.
- Retrovisor antiofuscante
- Sensor de pres. interior
- Sistema Multimidia MBUX
- Sistema PRE-SAFE®
- Suspensão Comfort
- Tapetes de Veludo
- Tela central de 10,2”
- Teto Solar El. Panorâmico
- Tirefit
- Touchpad
- TPMS
- Volante com Shift Paddles
- Volante multifun. couro
Mercedes-Benz GLB 200 vale a pena?
Existem outras opções, mas entre R$ 280.000 e R$ 300.000 o GLB 200 é um dos melhores SUVs de sete lugares.
O Toyota SW4 é incrível para quem precisa encarar pau e pedra. O Jeep Commander é versátil, roda bem na cidade e tem tração 4×4 na versão topo de linha a diesel, para os dias de aventura.
O GLB 200 é sempre a gasolina e com tração dianteira. Mas cheio de fôlego e espaço para encarar longas viagens no asfalto, e com um consumo satisfatório para o dia a dia na cidade.
Indo para segurança, os SUVs japoneses são referência, mas os alemães também são, e ainda são mais familiarizados com tecnologia. Não à toa, o GLB está anos-luz à frente de SW4 e Outlander. Já o Commander está chegando junto.
O GLB tem a sofisticação no acabamento esperada de um carro da Mercedes. O Commander tem lá seus encantos, mas a diferença de refinamento é notável.
Também não vamos nos esquecer do Land Rover Discovery Sport, outro carrão, mas não tão moderno, requintado e confiável como o Mercedes-Benz GLB 200.
Esperam que entendam a comparação, mas Mercedes-Benz é uma Toyota alemã e de luxo, isso quer dizer status e durabilidade. Claro que tudo tem seu preço, mas no caso do GLB 200 parece que vale a pena.