Na Espanha, o bisneto do fundador da Hispano-Suiza, Miguel Suqué Mateu, está ressuscitando a marca para produzir um novo supercarro elétrico.
A HS já foi uma das fabricantes de carros de luxo de fama internacional e serviu como fábrica de motores e armamentos para aeronaves na Segunda Guerra Mundial.
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Ainda que essa produção tenha sido destinada aos aliados, a Espanha, que permaneceu neutra, mas cujo ditador Francisco Franco tinha simpatias pelo eixo, sofreu embargos dos mesmos aliados. Com isso, a empresa automotiva acabou nacionalizada quando a guerra acabou, em 1946, e a marca foi extinta para automóveis. O setor de aviação continuaria até 1972.
Miguel é CEO da Hispano Suiza (agora, sem o hífen). Ele é responsável pelo Carmen, que está sendo construído pela QEV Technologies, especializada em automobilismo e parceira da equipe Mahindra Racing, na Fórmula E. O nome do supercarro é inspirado “no estilo e elegância únicos de Carmen Mateu (1936-2018), neta do fundador da empresa e mãe do presidente”.
O Carmen traz monocoque e carroceria em fibra de carbono, assim como os chassis auxiliares, onde é montada a suspensão do braço de controle de alumínio em cada canto. De acordo com a Hispano Suiza, o supercarro pesa cerca de 1.690 quilos, sendo aproximadamente 800 quilos só da bateria.
Em forma de T e colocada principalmente atrás do compartimento de passageiros (algumas células estão no túnel central entre os acentos), a bateria fornece 80 kWh e 700 volts na alimentação dos quatro motores CA no eixo traseiro da máquina. Há suporte para carregamento rápido DC a taxas de até 80 kW (o que parece ser bem baixo para os padrões de EV atuais).
Duas versões do supercarro
Em cada roda de trás do elétrico Carmen, há dois motores funcionando por meio de uma engrenagem de uma velocidade. A versão regular do supercarro produz um pico de 1.005 cavalos de força. Já o Carmen Boulogne (inspirado nos modelos com os quais a Hispano-Suiza participou de competições na década de 1920) é dotado de 1.100 cavalos de potência. O Boulogne ainda traz uma velocidade máxima de 290 km/h e sprint de 0 a 100 km/h em tempo inferior a 2,6 segundos, segundo a Hispano Suiza.
O design do Carmen é composto por uma traseira longa e pesada. Nesta parte, há radiadores consideráveis empenhados em resfriar motores e bateria. Aliado à grande grade frontal, este desenho deixa o supercarro mais distante do visual de máquinas como o Pininfarina Battista e o Rimac Nevera.
Elétrico e luxuoso
O Carmen regular oferece um perfil mais clássico, inspirado no H6B Dubonnet Xenia, carro de luxo único fabricado pela Hispano-Suiza em 1938. Enquanto isso, a combinação do protótipo Boulogne vem com detalhes em bronze e fibra de carbono laqueada. Os compradores poderão especificar quase qualquer cor que desejarem para seus veículos, que ainda oferecem acabamento interno em couro de pelúcia.
A cabine do Carmen é alcançada através de portas de borboleta. Dentro do veículo, o motorista tem acesso a gráficos sob medida dos instrumentos digitais, nitidamente renderizados, e a uma tela sensível ao toque.
Atrás, há um “diferencial virtual” baseado em software que se move e muda o torque de um lado para o outro, apesar da falta de qualquer conexão física entre as rodas. O carro finalizado deverá contar com freios regenerativos ajustáveis, selecionados por espátulas no volante.
Unidades exclusivas
Para o alcance do supercarro elétrico, a Hispano Suiza diz que tem como alvo, aproximadamente, 402 km sob o protocolo de teste World Wide Harmonized Light-Duty Vehicles Test Procedure (WLTP) europeu.
A empresa pretende fazer apenas 14 unidades da versão regular e apenas cinco do Boulogne. O tamanho limitado da produção significa que o Carmen provavelmente será uma escolha mais exclusiva do que rivais como o Evija da Lotus e o Battista.
Ainda mais se observarmos os preços de 1,5 milhão de Euros para a versão regular e de 1,65 milhão de Euros para o Boulogne. Respectivamente, para termos uma ideia, estamos falando de mais de R$ 9,55 milhões e de R$ 10,5 milhões.
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