Inventores no Estado criam de carro elétrico a triciclo a remo

Eles apostam nas próprias ideias e colocam em prática projetos diferentes no Estado, que incluem os patins aquáticos

Verônica Aguiar, do jornal A Tribuna

•

27/12/2021 09:24:29
•
min. de leitura

Imagine construir o seu próprio veículo, seja ele para se locomover em terra, na água ou mesmo para uma atividade esportiva. Pois, com criatividade,  pensamento flexível e adaptabilidade,  inventores do Estado têm criações como os patins aquáticos, o triciclo a remo e o carro a energia elétrica. 

O triciclo a remo foi criado pelo serralheiro e técnico em Mecânica Kleber Marcos Costalonga  Varejão,  73.  O veículo pesa menos de 20 kg   e tem uma roda aro 14 na frente e duas aro 20 atrás.  Ele explicou que para o triciclo se mover, o movimento feito pelo condutor é semelhante ao de um remador.  “O pé fica parado, o que movimenta são os joelhos e os braços”, contou.

No veículo há uma barra de ferro com formato parecido com o do guidão de bicicleta, que faz o papel do remo. Nela, há uma fita embutida que passa por debaixo do veículo que aciona o carretel e as rodas. 

A inovação funciona como brinquedo para adultos ou atividade esportiva. “Ele tem a vantagem de o condutor fazer musculação”. 

Já os patins aquáticos foram criados pelo engenheiro mecânico Leonardo Tannure Nemer,  53. Tudo começou quando ele decidiu criar um aparelho para  sua sogra fazer hidroginástica.  “Ninguém conseguiu fazer com que ele afundasse. Então, pensei em usá-lo para andar em cima da água”, contou.   

Na prática,  são dois flutuadores acoplados feitos de poliuretano, cada um com  8 kg.  “O usuário sobe em cima dele e vai andando na água com o próprio movimento do corpo”. Ele e seu filho André, 19, e o sobrinho Pedro Guimarães, 15, se divertem com o equipamento.   

Além dessa versão, há outras para o transporte de moto e bicicleta. Ele é  utilizado como uma prancha. O usuário a coloca no carro, chega ao local da prática e a tira de lá. Pode ser utilizado para se locomover em mar num dia sem muitas ondas, em lagos, entre ilhas, por exemplo. 

Já a  engenheira Aline Gonçalves Santos, 35, que transformou um Fusca 1972 em um carro elétrico, está incrementando o veículo.   Agora a porta do Fusca pode ser aberta pelo celular, por meio de um aplicativo. E ele, que só podia ser carregado em casa,  pode ser carregado em pontos de recarga público. 

O próximo passo é tornar  o freio  regenerativo. “É uma tecnologia que, quando você freia, gera energia para bateria, aumentando a autonomia dela”. Atualmente a autonomia do carro é de 50 km.

Saiba mais

Triciclo a remo 

• O veículo pesa menos que 20 kg  e tem uma roda aro 14 na frente e duas rodas aro 20 atrás. Ele chega a  velocidade  de até 25km/h. 
• O objetivo é que ele  funcione como um brinquedo para adulto ou atividade esportiva. Ele não foi feito  para  ser um meio de transporte.
• O técnico em mecânica e serralheiro Kleber Marcos Costalonga  Varejão,  73,  foi quem  o criou.
• A ideia  surgiu quando Varejão estava, em um domingo, passando na rua de lazer de Camburi, em Vitória,  e ficou  observando as pessoas de bicicleta e skate. Ao mesmo tempo que, dentro do mar, estavam os canoeiros.

Patins aquático

• Os   patins aquáticos foram criados pelo engenheiro mecânico Leonardo Tannure Nemer,  53.  Depois de várias versões, a  mais atualizada, para comportar crianças ou adultos de até 70 kg, tem  1,75 m de  comprimento,  33 cm de largura  e 20 cm de altura. 
• Ao todo são dois flutuadores acoplados, cada um  pesa 8 kg. O usuário sobe em cima dele e vai andando na água com o próprio movimento do corpo. Além desta versão, há outras para o transporte de moto e bicicleta sobre a água. 
• Ele é  utilizado como uma prancha de Stand Up Paddle. O usuário coloca no carro, chega ao local da prática e tira. Pode utilizar para se locomover em mar num dia sem muitas ondas, em lagos e entre ilhas, por exemplo. 

Fusca  elétrico

• A  engenheira de telecomunicações Aline Gonçalves Santos, 35, transformou um Fusca 1972 em um carro elétrico.
• Ela queria ter um veículo movido a energia solar, mas como era  fora da sua realidade, por causa do valor, resolveu pesquisar sobre o assunto, conhecer melhor a tecnologia e ver a possibilidade de transformar  em um carro elétrico.
• Atualmente ela está aperfeiçoando o carro, após conseguir dois aportes por meio de editais de projetos do governo do Estado.
• A ideia é tornar o projeto replicável para que possa ser feito em outros automóveis.
• Para chegar até o pé que está hoje, ela contou que foram vários erros e acertos. Os erros levaram a um investimento maior do que o necessário, contudo são fonte de aprendizado.

Fonte: Inventores citados.