Uma década atrás, a invasão dos carros chineses, com preços acessíveis e cheios de equipamentos, gerou certa desconfiança no consumidor brasileiro. Teriam qualidade? Porém, com produtos competitivos, algumas marcas conquistaram clientes. A JAC Motors, por exemplo, fez sucesso com o compacto J3, que foi vendido nas carrocerias hatch e sedã.

Outra que veio forte foi a Chery, que, na época, apostava em produtos baratos, como o pequenino QQ. O hatch 0-km chegou a custar R$ 19.990. Contudo, lá pelos idos de 2016, a situação econômica ruiu, e teve marca que deixou o País, casos da Lifan e da Effa Motors. Agora, duas outras marcas surgem no horizonte brasileiro: BYD e Great Wall Motors.

JAC/Divulgação

Em 2018, entretanto, um novo capítulo foi escrito. Naquele ano a Chery se associou ao grupo Caoa (resultando na Caoa Chery) e apresentou sua primeira aposta local: o SUV Tiggo 2. Que, na verdade, era uma adaptação do hatch Celer, com suspensão mais alta, visual redesenhado e alguns penduricalhos na carroceria para dar um ar mais parrudo.

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Caoa Chery/Divulgação

De lá para cá, a fabricante – com fábrica em Jacareí (SP) – lançou vários outros produtos e, por fim, já está consolidada no Brasil. Tanto que já aparece entre as mais vendidas do mercado brasileiro, assumindo o lugar da veterana Ford, que decidiu vender apenas modelos importados aqui no Brasil.

BYD

Os primeiros rumores a respeito da venda de automóveis da BYD no Brasil aconteceu em 2014, após a empresa anunciar a construção de uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas (SP).

A produção começou em 2015 e, nesse meio tempo, a marca chegou a vender, além dos ônibus elétricos, alguns modelos de carros chineses elétricos, de forma experimental, para empresas locais. Foram algumas unidades dos BYD e5 e o e6. Mas, agora, a operação de automóveis se concretizou.

No finalzinho de novembro do ano passado, a fabricante lançou o Tan EV, que chega ainda este mês ao mercado. Ele será o primeiro SUV de sete lugares elétrico disponível em nosso mercado. As pré-reservas foram abertas na ocasião, mas o preço ainda não foi revelado. No entanto, podemos dizer que ele deve ficar na faixa entre R$ 400 mil e R$ 500 mil.

carros chineses
BYD/Divulgação

Como é o Tan EV?

O SUV elétrico chega para rivalizar com modelos do naipe de Audi e-tron, Mercedes-Benz EQC400 e Jaguar I-Pace – longe do que é oferecido pelos outros carros chineses por aqui. Entretanto, seu posicionamento de preço e conteúdos pode atrair clientes de SUVs a diesel, como Chevrolet Trailblazer e Toyota SW4.

Além do luxo, da boa dose de equipamentos e da motorização elétrica de 517 cv (leia mais aqui), um dos destaques do BYD Tan EV são as inovadoras baterias Blade.

Segundo a marca, elas são compostas por células de lítio-ferro-fosfato (LFP), e por isso, mais finas e com maior capacidade de armazenamento, de 800 amperes. O pacote tem capacidade de 86,4 kWh. Segundo o Inmetro, o conjunto rende autonomia máxima de 472 km. Bastam 30 minutos para recarregar 80% da carga, informa a fabricante.

Apesar da promessa em ter 35 concessionárias até o fim do ano, a marca ainda não inaugurou nenhuma loja até o momento. A primeira delas, em São Paulo, tem abertura prevista até março.

Maior fabricante de carros elétricos da China há oito anos consecutivos, a BYD esperou até agora para trazê-los porque acredita que o Brasil “só agora conquistou maturidade suficiente”, nas palavras de Adalberto Maluf, diretor de marketing e sustentabilidade da BYD, ao Jornal do Carro, durante o lançamento do Tan EV.

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BYD/Divulgação

Enquanto a BYD pretende oferecer mais exclusividade, por meio de produtos requintados (e caros) – como o sedã Han EV, o próximo da lista -, já a Great Wall Motors vai apelar para segmentos mais acessíveis e para as cópias (bem ou mal feitas), que sempre renderam polêmica às marcas chinesas.

Great Wall

A montadora, cabe recordar, comprou a fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). Quando começar a operar, ainda neste ano, a ideia é abastecer o mercado brasileiro e os países da América do Sul. A meta de produção anual chega a 100 mil unidades.

carros chineses
Great Wall/Divulgação

A empresa reúne quatro marcas de veículos: Great Wall Motors (GWM), Haval, WEY e ORA. Por aqui, a Great Wall promete atrair o consumidor com vasta lista de produtos. Lá fora, a GWM tem cinco picapes no portfólio. Mas a aposta local atende pelo nome de Série P (também chamada de Poer) que já até foi registrada no Brasil para concorrer Chevrolet S10 e Toyota Hilux.

SUVs

A Great Wall é a marca que promete mais aumentar o número de modelos de carros chineses aqui no Brasil. Ela deve trazer também o Haval H6, um SUV médio com porte de Caoa Chery Tiggo 8 e que já foi patenteado no Brasil. Podem vir ainda ainda o Jolion (SUV médio) e os WEY Tank 300 (com ares de Jeep Wrangler e Mercedes-Benz Classe G) e Tank 100.

Este último, ainda em fase de desenvolvimento, é uma daquelas cópias chinesas já famosas – quem não se lembra do clone elétrico do Fusca? O Tank 100 é basicamente um Jimny Sierra (foto) com quatro portas e faróis de Ford Bronco.

jimny sierra
Suzuki/Divulgação

Além de focar no off-road, o modelo tem tração 4×4 com reduzida e – assim como o irmão maior, Tank 300 – a ajuda do motor 2.0 turbo a gasolina de 230 cv. São, no entanto, 39,4 mkgf de torque. O câmbio, ao que tudo indica, é automático de 8 marchas.

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