É verdade que as vendas de carros elétricos têm aumentado significativamente em Portugal. No entanto, há ainda muitas questões que se colocam, sendo que a mais pertinente é saber se efetivamente é mais barato (em termos de consumos) um carro elétrico ou um carro a gasolina/gasóleo.
Será que só compensa ter um carro elétrico se o carregar em casa?
Foi em 2021 que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) divulgou as novas tarifas da Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica (EGME), a Mobi.e, a aplicar em 2022. Os novos valores não agradaram os utilizadores, pois subiram.
A taxa aplicada aos Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME) e aos operadores de pontos de carregamento (OPC) subiu em 79%, ou seja, a tarifa passou de 0,1657 para 0,2964 cêntimos por carregamento.
No entanto, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática decidiu “anular” este aumento, compensando-o através de um desconto, nas faturas dos utilizadores de carros elétricos, pago pelo Fundo Ambiental.
Carro elétrico imbatível se carregar em casa com tarifa bi-horária
De acordo com a Deco Proteste, se tiver de comprar um automóvel, o elétrico é o melhor negócio. Mas só compensa se carregar em casa. A associação fez as contas para viajar 100 quilómetros com um carro do segmento médio (por exemplo, Nissan Leaf, VW ID.3, Hyundai Kauai eletric e Kia e-Niro).
No contexto atual, o carregamento em casa é a solução mais prática e eficiente para os utilizadores de automóveis elétricos, refere a associação.
Afinal custa carregar a bateria para 100 quilómetros?
A Deco Proteste calculou quanto custa carregar a bateria com 18 kWh (em média, a energia necessária para fazer 100 quilómetros) num posto de carregamento normal de 22 kW. Pouco menos de metade da fatura pertence a tarifas e impostos e a outra metade representa o consumo de eletricidade.
Em 2022, o custo por quilómetro aumenta ligeiramente, quando comparado com o panorama em 2021. Mas torna-se claro que o carro elétrico só compensa do ponto de vista económico se for carregado em casa e com recurso à tarifa bi-horária, refere o estudo.
No ciclo combinado entre casa (80%) e rede pública (20%), o custo por quilómetro aumenta apenas 1 cêntimo por quilómetro. Contudo, se apenas pode carregar na rede pública, posto normal ou rápido, já paga mais 3 cêntimos por quilómetro no cenário para 6 anos de posse com 15 mil quilómetros por ano. Para o mesmo número de anos, mas 30 mil quilómetros por ano, o aumento dispara.