Na hora de projetar um carro novo o fabricante precisa priorizar um público alvo. Com isso, alguns aspectos do carro são mais valorizados que outros: um carro com apelo mais esportivo não costuma ser econômico, por exemplo. O apelo dos carros pode ser tanto passional quanto racional.
única coisa que esperam dele são poucos gastos na hora de abastecer? Alguns fabricantes já tentaram essa estratégia, com modelos que sacrificam o desempenho ou até mesmo a estética na busca de maior economia de combustível. Confira a seguir cinco deles:
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1. Fiat Mille Economy
Por muitos anos a Fiat promovia o Mille como o carro mais barato do Brasil. O popular com origem em 1984 podia não ser o mais moderno da categoria, mas era a porta de entrada para quem queria um carro novo. A chegada dos chineses Effa M100 e Chery QQ tiraram o Mille desse posto.
A Fiat optou por outra estratégia para continuar atraindo compradores frugais para o Mille: fez dele o carro mais econômico do país. O hatch já possuía a vantagem de ser leve (810 kg) e ter boa aerodinâmica. Nas revisões feitas em 2008 ele recebeu pneus mais leves, alinhamento de suspensão para reduzir o atrito, quinta marcha mais longa e mudanças internas no motor para reduzir atrito, como o óleo 5W30 e o coletor de escape tubular.
O Fiat Mille com essas revisões ganhou o sobrenome Economy. Para auxiliar o motorista existia um econômetro no painel, que ajuda o motorista a conduzir de forma mais econômica. Essas melhorias mantiveram o velho Mille competitivo no mercado, até sair de linha no final de 2013 por não receber o airbag duplo e freios ABS que se tornariam obrigatórios em 2014.
2. Volkswagen Polo BlueMotion
O Volkswagen Polo chegou ao Brasil com uma proposta de ser um compacto premium, oferecendo acabamento superior e mais equipamentos em um pacote menor que o do Golf. Essa fórmula não foi tão bem recebida na época, o consumidor da marca continuou preferindo modelos mais simples como o Gol e o Fox.
O Polo acabou virando “cobaia” para experimentos da marca, para testar a receptividades do público. Ele foi o primeiro carro flex sem o tanquinho de partida a frio e o primeiro carro da marca com câmbio automatizado. Porém a inovação mais curiosa testada no Polo foi a versão BlueMotion.
A proposta era criar uma versão mais econômica do hatch, algo que a VW já fazia na Europa. As mudanças fora mais radicais que as aplicadas no Mille Economy: o Polo BlueMotion trazia grade dianteira com desenho mais fechado, saias dianteiras e laterais para reduzir o arrasto, spoiler com essa mesma função, rodas de liga leve aro 14 calçadas com pneus mais finos (165/70), suspensão mais baixa, direção com assistência eletro-hidráulica (item que veio nos primeiros Polo e foi trocado pela hidráulica) e câmbio com relações mais longas.
O coeficiente de arrasto abaixou de 0,35 para 0,31. O motor 1.6 8 válvulas VHT recebeu apenas uma nova programação da central eletrônica, sem alterar a potência. Houve um ganho significativo no consumo, enquanto o Polo comum fazia 12,1 km/l na estrada com gasolina, o BlueMotion fazia 15 km/l. O dado é do Inmetro.
Em troca do consumo o consumidor perdia um pouco de conforto, devido os pneus mais duros, o carro raspa mais fácil em quebra-molas e valetas, e perdem em desempenho devido as marchas mais longas. O preço a se pagar pela economia.
3. Volkswagen Fox BlueMotion
Após o lançamento do Polo BlueMotion a Volkswagen expandiu essa versão para o Fox e o Gol, mas de forma menos extrema que foi feita no Polo. Isso até 2013, ano que o Fox BlueMotion ganhou um motor exclusivo: o 1.0 de três cilindros EA211.
Esse foi o primeiro compacto moderno a adotar um 1.o tricilindrico no Brasil, tipo de motorização que praticamente virou o padrão da indústria atualmente. Com esse motor o Fox 1.0 ficava mais econômico e ainda ganhava desempenho: ele era mais potente que o antigo 1.0 de quatro cilindros.
O pacote BlueMotion do Fox incluía também grade de desenho fechado pintada de preto, pneus de baixa resistência, calotas com desenho mais fechado, direção eletro-hidráulica e novas relações de marcha. O motor EA211 começou a ser fabricado no Brasil com o lançamento dessa versão do Fox, no ano seguinte ele passaria a equipar o Up.
4. smart fortwo mhd
O pequeno smart fortwo já é uma versão menor e mais econômica de um carro, ele economia até nas letras maiúsculas em seu nome. Em 2012 a Mercedes-Benz passou a oferecer uma versão ainda mais econômica do urbano, a micro hybrid drive (mhd).
Apesar do nome, esse modelo do smart não trazia assistência elétrica ao motor 1.0 de três cilindros. Essa sigla mhd identificava o sistema start-stop. Por isso, o ganho em consumo ficava apenas no uso urbano mais pesado, o habitat natural do microcarro.
A versão mhd so smart fortwo foi oferecida até o modelo sair de linha no Brasil em 2015, ganhando nesse meio tempo a edição especial Brazilian Edition. A proposta racional de carro urbano do smart não deu certo no Brasil e a geração seguinte não veio oficialmente.
5. Toyota Prius
Enquanto os outros carros dessa lista são apenas versões voltadas para economia, o Toyota Prius foi um carro criado do zero para ser o mais eficiente possível. O Prius nasceu em 1998 como o primeiro carro híbrido moderno.
- Quer saber qual foi o primeiro carro híbrido? O Boris conta:
A partir da segunda geração o Prius deixou de ser um sedã e ganhou uma carroceria própria, com traseira hatch e baixíssimo coeficiente de arrasto. Ele chegou ao Brasil na terceira geração, em 2013.
A geração mais popular do Prius no Brasil é a quarta, que foi lançada em 2015. Essa geração é também a que possui o desenho mais “exótico”, lembrando um peixe. As formas diferentes são para garantir a boa aerodinâmica.
O carro não chegou a ser um sucesso, mas conseguiu boas vendas para um importado. Com o lançamento do Corolla híbrido flex fabricado no Brasil, a Toyota parou de importar o Prius. A carroceria sedã com estética mais agradável do Corolla tornou o híbrido mais palatável ao consumidor brasileiro.
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