Existem itens de manutenção automotiva que dependem diretamente das escolhas do proprietário: alguns deles até podem ser realizados na garagem de casa, sem auxílio de mecânicos. Mas esses procedimentos aparentemente simples também estão sujeitos a erros que, caso ocorram, podem resultar em prejuízos.

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Erros de manutenção automotiva que você nunca deve cometer

O AutoPapo enumerou 5 erros de manutenção automotiva que os proprietários devem evitar. Alguns deles podem até parecer inocentes, mas podem gerar graves consequências. Confira o listão!

1. Inverter os pólos da bateria ao fazer enxerto

Nunca confunda: o pólo negativo é identificado pela com preta; o positivo, pela vermelha

Fazer um enxerto – ou, mais popularmente, uma “chupeta” – na bateria é um procedimento simples. Basta utilizar um cabo próprio, com presilhas do tipo “jacaré” nas extremidades, e pronto! Mas há um detalhe que faz toda a diferença: o operador não pode, em hipótese alguma, inverter as conexões com os terminais das baterias. Caso isso ocorra, os resultados podem ser catastróficos!

Quando alguém inverte as polaridades durante o enxerto, provoca, literalmente, um curto-circuito: a corrente elétrica eleva-se abruptamente, o que pode até resultar em um incêndio. Além do mais, a sobrecarga pode queimar os módulos eletrônicos do carro, cuja substituição não é barata.

2. Usar óleo fora das especificações

embalagem oleo motor carro aditivo fluido
Óleo lubrificante deve seguir as especificações do fabricante

O AutoPapo já explicou detalhadamente tanto a necessidade de fazer as trocas de óleo nos intervalos corretos quanto a de usar o produtos com as especificações previstas pelo fabricante do veículo. Isso porque uma boa lubrificação é primordial para o motor: fluidos incompatíveis reduzem a vida útil e, dependendo da situação, podem causar prejuízos inclusive a curto prazo.

Em determinados casos, é até possível utilizar fluidos com especificações diferentes, mas essas situações são muito específicas: uma delas é o uso de óleo mais viscoso (mais “grosso”, em linguagem mais popular) em motores de alta quilometragem, nos quais os componentes internos já apresentam folgas. Mas, via de regra, a coisa certa a se fazer é simplesmente seguir a recomendação do fabricante do veículo.

Boris Feldman explica, em vídeo, sobre as diferenças entre os óleos lubrificantes. Assista ao vídeo!

3. Usar produtos sem eficácia comprovada

prateleira com varios aditivos combustivel
Maioria dos aditivos é desnecessária

A intenção de determinados proprietários, que utilizam produtos “milagrosos” no veículo, pode até ser boa. Muita gente pensa que a utilização deles pode até não ajudar, mas também não vai atrapalhar. Ledo engano: vários desses itens acabam trazendo problemas. Um exemplo clássico é o dos filtros de vapor de combustível, que proporcionam alguma economia às custas de uma drástica redução na vida útil da bateria e de riscos de explosão.

Outro caso comum é o dos aditivos. Vale destacar que alguns deles, como o do fluido de arrefecimento, são necessários. Porém, a maioria é inútil e pode até mesmo danificar o motor: entre os exemplos de produtos nocivos, estão o Militec, que contém cloro, componente químico que gera cloreto ácido, e os aditivos do tipo Booster para combustíveis, que atacam as velas de ignição.

Saiba mais sobre aditivos no vídeo de Boris Feldman!

4. Completar o fluido do radiador só com água

Existem muitas duvidas em volta da manutenção do líquido de arrefecimento
Produtos à base de etilenoglicol são fundamentais para o arrefecimento: proprietário deve seguir especificação recomendada pelo fabricante

Por falar no aditivo para líquido de arrefecimento, deixar de usá-lo é um erro comum na manutenção automotiva. Os fabricantes de veículos recomendam a utilização há décadas, mas muita gente completa o radiador apenas com água, prática que é danosa a longo prazo. O correto é adotar uma proporção de água desmineralizada e aditivo, ou um fluido que já traga essa mistura pronta. Vale destacar que nunca se deve mesclar produtos orgânicos e inorgânicos.

A água, mesmo tratada, tem minerais como cloro e flúor, entre outros. Em contato com as paredes metálicas do motor, esses elementos sofrem reações químicas: o resultado é a formação de uma espécie de crosta ferruginosa, que dificulta a troca de calor entre o bloco e o fluido. Ademais, o aditivo eleva o ponto de ebulição do fluido, reduz a temperatura de congelamento e ainda lubrifica a bomba d’água do sistema.

5. Pegar no bulbo da lâmpada de farol

lampada halogena para farol de carro
Durante a troca, lâmpada deve ser manuseada sempre pela base

Trocar lâmpadas é um procedimento de manutenção automotiva bastante simples, que o proprietário pode até fazer em casa. Contudo, os componentes halógenos exigem um macete que muita gente desconhece: não se pode colocar os dedos no bulbo, que é a parte de vidro que envolve o filamento. Se isso ocorrer, a vida útil da peça pode ficar comprometida.

É o que explica Murilo Karas, gerente de vendas nacional no aftermarket da Osram no Brasil: “a gordura natural da pele humana gera fissuras no bulbo: são micro-furos. Então, o gás halogênio, que está dentro da lâmpada, vai saindo aos poucos por essas microfissuras. Sem o gás, a lâmpada fica apagada”. Por isso, o correto é manusear o componente sempre pela base.

Bônus: Mexer nos fusíveis aleatoriamente

troca de fusivel de carro
Troca de fusível exige precisão, além de um similar com as mesmas especificações

Teoricamente, trocar fusíveis é uma tarefa fácil, mas, na prática, esse procedimento pode revelar dificuldades inesperadas. Isso porque os carros possuem dezenas de exemplares desses componentes, sendo que cada qual é responsável por funções muito específicas. Ademais, eles ficam bem próximos uns dos outros. Portanto, é preciso saber ao certo qual deles deve ser substituído, para não causar mais panes elétricas.

Ademais, antes de providenciar a substituição, é preciso se certificar que, de fato, há um fusível queimado, pois uma pane elétrica pode ter diferentes causas. Entretanto, tomados todos esses cuidados, não é necessário recorrer a um técnico em manutenção automotiva para trocar tais itens: basta ter muita atenção e seguir o esquema elétrico do veículo, que explica a função de cada unidade, presente no manual do proprietário ou na própria caixa dos fusíveis.

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