Todo mundo já ouviu que no futuro o mercado automotivo será dominado por carros elétricos. Inclusive, recentemente a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea divulgou que até 2035 o Brasil deve ter mais de 3,5 milhões de veículos eletrificados, o que vai demandar mais de 150 mil pontos de recarga públicos.  A pergunta mais comum é a respeito de como abastecer ou recarregar esse carro elétrico uma vez que os postos de combustível não estão preparados para essa realidade. Já existem pontos para recarregar as baterias dos carros perto de casa ou em apenas regiões mais estratégicas?

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Portanto, para tentar sanar algumas dúvidas o R7 Autos Carros andou com o Renault Zoe e-Tech por cinco dias apenas nas regiões mais periféricas da grande São Paulo para saber como seria ter um carro elétrico nas atuais condições de infraestrutura dessas regiões. Em meio ao trânsito caótico, mais buracos e sem lojas voltadas para o consumo dos mais ricos, são poucos os locais preparados para recarga dos carros elétricos. Em SP esses pontos só existem, por exemplo, em shoppings de bairros nobres como Morumbi, Cidade Jardim ou centros de compra bem estruturado como o Shopping Center Norte na região de Santana, zona norte da capital.

Rodando na periferia mas de olho no “tanque”
Ao longo destes cinco dias rodamos por Guarulhos, Santo André, São Bernardo, Mauá e pela Zona Leste da capital paulista. Mas antes de falar como foi a experiência, é preciso saber que atualmente a cidade de São Paulo conta com apenas 500 pontos de recarga, que devem ser triplicados chegando ao número de 1.500 postos elétricos até o final do ano. Mas basicamente eles estão em bairros nobres e regiões centrais. Nos bairros é raro achar um ponto público de recarga.

Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico – ABVE, a ideia é que esses novos pontos sejam colocados em estacionamentos de Shopping, mercados e estacionamentos convencionais. Além disso, marcas como Volvo e Stellantis, que é dona das marcas Chrysler, Citroën, Dodge, Fiat, Jeep, Peugeot e Ram, e empresas como a Movida, que já inaugurou um ponto de recarga rápida na Marginal Tietê em São Paulo, e Estapar devem contribuir para o aumento a infraestrutura e facilitar a vida de quem tem um modelo elétrico.

Contudo, esses pontos de recarga não devem ser colocados apenas em locais mais nobres da região metropolitana de São Paulo. Guarulhos, por exemplo, conta com um ponto de recarga público localizado na área central da cidade. Mas não funcionou quando paramos para abastecer o Zoe, uma vez que estava vandalizado. Ou seja, quem tiver um carro elétrico nessa região terá que se locomover para a capital, já que os Shoppings do município não têm essa opção. Outra maneira é tentar recarregar no aeroporto Internacional de São Paulo, mas há um alto custo do estacionamento, apesar de não haver cobrança para carregar o veículo.

Em relação às outras cidades e, também, a Zona Leste há diversos pontos em várias concessionárias de algumas marcas. Todavia, é preciso ficar atento ao horário de funcionamento dessas lojas, o que pode atrapalhar no seu uso cotidiano, já que nem sempre estará perto de uma delas ou se estiver elas podem estar fechadas.

Apesar de rodar nessas regiões, um ponto de recarga de fácil na zona norte da capital é o Shopping Center Norte. Por lá foi possível carregar o Renault Zoe. Inclusive, existem quatro carregadores, que foram instalados pela Volvo no estacionamento. Além destes pontos o Lar Center, que pertence ao grupo, também tem pontos de carga para elétricos.

Em São Paulo algumas regiões contam com boa estrutura de carga para os carros elétricos. É o caso da Vila Olímpia, área nobre de escritórios e com pontos em muitos edifícios comerciais e em vários espaços públicos. Mas é uma exceção à regra. Nos bairros mais distantes a solução será mesmo instalar um wallbox residencial para recarregar o veículo elétrico. Depender de pontos públicos em bairros distantes do centro é mesmo difícil.

Conclusão: em bairros distantes ainda não é possível ter um rodar pleno com um carro elétrico nas regiões periféricas da zona metropolitana de São Paulo. Pois sempre terá aquele receio de ficar sem a possibilidade de carregar o carro ou terá que mudar completamente o seu cotidiano para carregar o veículo em horários alternativos ou em pontos mais distantes de casa. O carro elétrico é prático e eficiente mas requer planejamento.

Ao volante do Zoe
A primeira coisa que chama a atenção em dirigir um carro elétrico é a falta de barulho do motor. Por isso, o passeio com ele é extremamente prazeroso, uma vez que só há o ruído da rolagem dos pneus e nada mais. Outro ponto interessante é ter o torque imediato ao pisar no pedal do acelerador. Com 25 kgfm de torque, o Renault Zoe pula na frente de qualquer carro a combustão, mas é preciso ter cuidado em pequenas manobras devido a sensibilidade da aceleração e frenagem. Além disso, não há um delay no pedal do acelerador como os carros a combustão.

No caso do Zoe o design arredondado é chamativo é digno de um carro elétrico a ser notado pelas ruas, ainda mais nas periferias. No entanto, nem tudo são flores. A central multimídia de 7 polegadas tem apenas conexão com fio com Apple CarPlay e Android Auto. Em um veículo de um valor agregado bem alto era para ter uma central com no mínimo um espelhamento sem fio. Para um cliente altamente conectado, isso é ainda mais  importante.

O acabamento interno é bom, mas nada surpreendente no Zoe. Há bastante plástico duro que mescla com tecido soft touch no painel e nas portas. Os bancos têm um bom acabamento e são largos e altos. Já o conforto de quem vai sentado nos bancos traseiros é bom, porém, leve apenas duas pessoas pois uma quinta pode ficar um pouco apertada.

Motorização e bateria
O novo Renault Zoe E-Tech, que foi lançado por aqui no ano passado por aqui, conta com uma nova bateria de 52 kWh, que confere uma autonomia de 385 quilômetros com apenas uma carga sendo mais eficiente na cidade. Já o motor elétrico entrega 135 cv e tem torque de 25 kgfm. É possível acelerar o modelo de zero a 100 km/h em apenas 9,5 segundos e atingir a velocidade máxima de 140 km/h.

O hatchback pode ser recarregado em tomadas de 2.3 kW até 22 kW. Também tem a opção de ser recarregado em tomadas de 50 kW, o que permite recuperar até 150 km de autonomia com 30 minutos de abastecimento. Na prática o consumidor precisa também aprender que nem todos os pontos de carga são iguais. No shopping com 7kw/h se recupera muito menos energia do que em um ponto de alta potência como os instalados pela Porsche na zona sul da cidade e carregam a bateria inteira em um intervalo de uma hora.

Medidas e equipamentos
Em relação às medidas, o Renault Zoe e-Tech tem 4,084 m de comprimento, 2,588 m de entre-eixos, 1,562 de altura e 1,730 de largura. Já o porta-malas tem capacidade de 388 litros, que está de bom tamanho para um hatchback. As rodas são de liga leve de 16 polegadas com acabamento diamantado.

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O Renault Zoe e-Tech, que é vendido apenas na versão Intense, vem equipado com piloto automático, seis alto-falantes, assistente de frenagem de emergência, câmera de ré, monitoramento de ponto cego, controle de estabilidade e tração, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, painel 100% digital, entre outros equipamentos.

Concorrentes
O Zoe e-Tech tem preço a partir de R$ 239.990 na versão Intense. Os rivais diretos do modelo da Renault são o Chevrolet Bolt, vendido em pré-venda por R$ 317 mil, Mini Cooper S E, que é negociado a partir de R$ 249.990, Fiat 500e Icon com valor de R$ 255.990 e o JAC E-JS1, que pode ser adquirido por R$ 164.900. Na família dos elétricos da Renault, a marca lançou essa semana o Kwid eletrificado por um preço bem mais acessível mas com autonomia menor e bem menos potência.

*Em colaboração Felipe Salomão

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