A equipe Milhagem UFMG participou do Shell Eco-Marathon Brasil realizado no Rio de Janeiro, na categoria bateria elétrica e foi a vencedora da competição. O carro DT1 tem um formato que lembra uma gota d’água.
O veículo da UFMG chegou a marca de 312km/kWh (312 quilômetros por bateria elétrica), demonstrando que pode percorrer grandes distâncias, sem necessidade de abastecimento.
“É como se o carro realizasse o percurso de Belo Horizonte até o Rio de Janeiro gastando menos de R$1 real de energia elétrica”, disse a estudante de engenharia elétrica e piloto da equipe Maria Teresa.
A competição foi realizada entre os dias 22 e 25 de agosto com equipes do Brasil, Colômbia, Peru, México e Argentina. O projeto começou a ser desenvolvido em 2017 por outros integrantes e a atual equipe deu continuidade ao protótipo realizando sua execução.
A equipe da UFMG bateu o recorde da prova. Na última edição da maratona, em 2019, o carro vencedor percorreu 259,3 km/kWh.
Integrante da equipe, o estudante de engenharia mecânica Diogo Ferreira, explica que todos os detalhes do carro foram projetados e simulados em computador para garantir que as cargas laterais e o peso do piloto fossem suportados. O estudante também destacou que a parte externa do carro é revestida de lâminas de fibra de vidro e carbono sobrepostas.
O projeto havia sido premiado em 2018 na mesma maratona e foi vice-campeão em 2019 na competição das Américas. Durante o período da pandemia, o projeto ficou parado devido a suspensão das atividades acadêmicas presenciais. Essa pausa gerou um “envelhecimento tecnológico” pela falta das manutenções elétricas e mecânicas.
O projeto é supervisionado pelos professores Gabriel Fogli e Vitor Campos, do Departamento de Engenharia Eletrônica, e Fabrício Pujatti, do departamento de Engenharia Mecânica, e tem a participação de 27 estudantes.
De acordo com a piloto Maria Teresa, a participação do grupo vai além da competição. Segundo a estudante, a transição energética de motores a combustão para carros híbridos e elétricos tem papel fundamental na redução das emissões de carbono, o que é algo positivo para o meio ambiente.
“Dirigir o DT1 é um desafio e tanto, pois é uma responsabilidade muito grande ser a pessoa que vai colocar à prova o trabalho. Acima de tudo, pilotar na competição é um momento de entrega total e de plena confiança nos meus colegas de equipe, que estarão lá para correr atrás do pódio comigo e também para nos apoiarmos se nada der certo”, declarou Maria Teresa.
A vitória na competição rendeu para a Milhagem UFMG a quantia de US$1,5 mil (cerca de 7.690 reais), que de acordo com a equipe, será investido na continuidade do projeto, com a construção de um novo protótipo inspirado no DT1. Mesmo com o prêmio, o grupo ainda busca recursos e patrocínio para a participação no Shell Eco Marathon Américas, entre os dias 11 e 15 de abril de 2023, nos Estados Unidos.
Equipe Milhagem UFMG vencedora do Shell Eco-Marathon Brasil — Foto: Foto: Fernando Souza