A era dos motores V8 no Mercedes-AMG C 63 chegou ao fim. E acredite: é uma boa notícia. A nova geração do esportivo alemão, apresentada na quarta-feira (21), trocou o V8 4.0 biturbo de 476 cv por uma propulsão híbrida ainda mais potente, que pode chegar perto dos 700 cv.

O novo C 63 Performance SE, lançado na carroceria cupê e perua, agora recebe o motor 2.0 turbo de quatro cilindros – o mais potente de produção em série no mercado– com 476 cv a altos 6750 rpm e 55,5 kgfm no eixo dianteiro.

Há outro um motor elétrico de 204 cv e 32,6 kgfm com diferencial de deslizamento limitado (para aumentar a aderência ao solo) instalado no eixo traseiro. Juntos, produzem 680 cv de potência combinada e absurdos 104 kgfm de torque.

Mercedes-AMG anuncia que o quatro cilindros do C 63 é o mais potente da história — Foto: Divulgação

O câmbio é automático de nove marchas, porém o motor elétrico ainda conta com uma caixa de câmbio de duas marchas para impulsionar as partidas e retomadas em velocidades mais altas.

Esse conjunto faz com que o Mercedes saia da inércia aos 100 km/h em apenas 3,3 segundos – 0,6 segundo mais rápido do que a geração anterior. A velocidade máxima é controlada eletronicamente em 250 km/h no cupê ou 270 km/h na perua.

Mercedes-AMG C 63 Performance S E consegue rodar somente 13 km no modo elétrico — Foto: Divulgação

O fato é que o AMG é basicamente um mutante que pode tanto soltar o ronco do seu 2.0 turbo, quanto funcionar em modo totalmente elétrico, porém somente em velocidades de até 125 km/h e com uma autonomia bem limitada de 13 km.

Pudera, pois a unidade elétrica é alimentada por uma pequena bateria de 6,1 kWh, que (pasmem!) precisa ser carregada – e somente em fontes AC. A fabricante não anuncia o tempo de carregamento, mas pelo tamanho e pela capacidade da bateria não deve demorar muito. Seja como for, a bateria também é ser recarregada pela frenagem.

Pela central multimídia, o condutor consegue escolher até quatro níveis de recuperação de energia, sendo que o último torna desnecessário o uso do freio.

Saída quádrupla do escapamento confere um visual mais invocado ao esportivo — Foto: Divulgação

Falando sobre mutação, o Mercedes oferece nada menos do que oito modos de direção: Electric, Comfort, Battery Hold, Sport, Sport+, RACE, Slippery e Individual. O comportamento dos motores, transmissão e câmbio e suspensão são alterados conforme o acionamento do modo de direção. No modo Slippery (escorregadio, na tradução livre), por exemplo, apenas o motor elétrico traciona as rodas, pois entende-se que o carro roda em baixa velocidade e o propulsor não extrairá tanta potência.

Em comparação ao Classe C, o esportivo é 5 centímetros mais comprido, 5,54 cm mais largo e tem um entre-eixos 10 cm maior. O híbrido traz rodas de 19 polegadas ou 20 polegadas como opcional. No visual, o carro se distingue na dianteira pelas grades verticais típicas da AMG. Na base do capô, a estrela da Mercedes é substituída pelo emblema da divisão de esportivos.

Na traseira chama atenção as quatro grandes saídas do escapamento que dão um ar mais brutal para o alemão.

Painel dispensa botões físicos e todas as funções são controladas a partir da central multimídia — Foto: Divulgação

O interior segue a receita dos carros da AMG. Ele é bem caprichado e usa o volante AMG Performance revestido de couro e base aplanada, bancos esportivos com o logotipo da AMG nos encostos, carregamento de smartphones por indução, teto solar panorâmico, som premium Burmester, e detalhes na cor vermelha por toda a cabine.

Há um painel de instrumentos digital com tela de 12,3″ e a central multimídia MBUX com tela de 11,9″ na posição vertical que ocupa boa parte do console central. Não há botões no painel e todas as funções são comandadas pela tela.

Como todo bom veículo esportivo, o AMG C 63 abusa dos detalhes na cor vermelha nos bancos, console central, painel e cinto — Foto: Divulgação

A Mercedes não divulgou o preço do esportivo na Europa. No Brasil, o único cupê sob a sigla AMG comercializado atualmente é o CLA, que custa R$ 469.900.

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