Veículo em recarga no estacionamento do Grand Plaza Shopping em Santo André. (Foto: Divulgação)

A sensação do mercado de carros nos últimos anos foi a chegada dos veículos elétricos. Mesmo com o preço muito elevado, com o modelo mais barato custando mais de R$ 140 mil, a eletrificação da frota é considerada um caminho sem volta, porém a infraestrutura para o carro elétrico, os pontos de recarga, ainda são muito poucos no ABC e quanto mais se distancia dos centros urbanos mais raros eles são. Na região a maioria dos poucos locais para repor as energias das baterias do automóvel estão em shoppings centers.

O RD buscou no Consórcio Intermunicipal informações sobre como andam as tratativas entre as prefeituras da região no sentido de preparar a infraestrutura para um futuro com mais carros elétricos, mas a assessoria do órgão informou que não há ainda discussões em torno deste tema. De acordo com o professor Renato Romio, chefe da Divisão de Motores e Veículos do IMT (Instituto Mauá de Tecnologia) a situação do ABC não é diferente da Capital ou outra região. “O panorama é igual, hoje a infraestrutura para o carro elétrico é mais usada como marketing do que uma solução. Os shoppings, por exemplo, fazem os pontos de recarga, mas eles são muito pouco usados, nem os próprios funcionários sabem usar. Mas há iniciativas importantes como a da BMW que fez um corredor de carregadores de São Paulo até o Rio de Janeiro. A rede Graal, presente também nas rodovias, tem equipamentos de alta potência que podem carregar toda uma bateria em uma hora”, destaca o professor.

Para Romio ainda não há muita preocupação em torno da infraestrutura por dois fatores que se entrelaçam, o primeiro é que ainda há poucos carros elétricos e o porque disso nos leva ao segundo fator que é o preço do carro elétrico. “Tem que ter demanda primeiro, depois leis para prever carregamento em prédios, por exemplo, e outras para instalar carregadores em vias públicas. O poder público tem que abraçar a causa, mas ao mesmo tempo vai ter que definir como explicar que investiu em carro elétrico em vez de saneamento. Por enquanto isso não seria bem compreendido porque o carro elétrico, neste momento, é tido como coisa de rico”, analisa o docente do IMT.

Para o gestor do curso de Arquitetura e Urbanismo da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Enio Moro Júnior, em primeiro lugar tem que se discutir regionalmente a instalação dos pontos de recarga. “Que eles funcionem mediante pagamento eletrônico, por aplicativo ou cartão de crédito. Existem empresas que estão se disponibilizando para fazer a instalação destes totens de energia e, talvez com enfoque regional, tenhamos que achar essa solução dos carregadores. É melhor neste momento que tenhamos ações conjuntas, porque o que temos hoje são coisas pontuais em um ou outro posto de combustível e no shopping de rico. Isso tem que ser mais pulverizado”.

Tanto Moro Júnior como o chefe da divisão de motores do IMT concordam que o Brasil é diferente da Europa que tem uma matriz energética mais danosa ao meio ambiente. Aqui há o Etanol como um trunfo. “Temos uma matriz energética, o álcool (Etanol) que é extremamente limpo e junto com o carro elétrico pode ser um modelo muito interessante”, diz o docente da USCS que também chama a atenção para a questão do descarte das baterias. “Elas duram cerca de oito anos e passado esse tempo, ela ainda fica com um pouco de carga e não consegue mais recarregar e a reciclagem dela não possui uma tecnologia clara quanto à segurança”.

Os modelos híbridos são uma solução, que apesar de ainda cara, é mais barata para o consumidor e que pode garantir a autonomia de rodagem que hoje o elétrico não tem pela falta de infraestrutura. “O carro elétrico é uma realidade, iremos conviver com eles e nesse processo de transição os híbridos entrarão tanto para carros, ônibus e caminhões, serão alternativas. A popularização do carro elétrico vai demorar um pouco ainda, mas acho que dentro de três ou quatro anos será inevitável termos essa infraestrutura bem feita”, conclui Moro Júnior.

 

Aplicativos e sites informam a localização dos pontos de recarga mais próximos

Em geral quem tem um veículo elétrico tem também um aplicativo que mostra os pontos mais próximos de recarga, qual a capacidade de carregamento, se estes estão ocupados ou não. Outra forma e localizar é através do Google Maps, procurando por “Estações de Carregamento EV”. O RD usou essa ferramenta para buscar pontos de recarga na região. Os que foram encontrados estão listados abaixo, em alguns há menção do tipo de carregador e a capacidade, em outros não.

São Caetano

Avenida Guido Aliberti, 545, dentro do ParkShopping São Caetano (Tipo 2- 22kW)

Rua Maranhão, 975 – Santa Paula- São Caetano (CSS 3,7kW)

Rua Engenheiro de Arruda Pereira, 243 – bairro Cerâmica – São Caetano

São Bernardo

Rua dos Crisântemos, 66, na loja Trovão Elétrica – bairro dos Casa – São Bernardo

Avenida Rotary, 624, dentro do São Bernardo Plaza Shopping

Rua Santa Filomena, 677, Nova Petrópolis, São Bernardo (Tipo 2- 3,7kW)

Rua Heinrich Nordof, 61 – Riacho Grande – São Bernardo

Santo André

Avenida Industrial, 600, dentro do Grand Plaza Shopping (Tipo 2- 22kW)

Avenida dos Estados, 8000 – dentro do Auto Shopping Global (Tipo 2- 22kW)

Avenida Firestone 1.609 – Silveira (Tipo 2 – 22kW)

Rua Ramiro Colleoni, 1.781, dentro do Shopping ABC

Rua Giovanni Battista Pirelli, 155, dentro do Atrium Shopping – Vila Homero Thon

Rua Votuporanga, 111 – Vila Dora (Tipo 2- 7,4 kW e CCS- 7,4kW)

Diadema

Rua Doze de Outubro, 215, dentro do Centro Automotivo Porto Seguro – Jardim Canhema, Diadema (Tipo2- 7,4kW)

Receba diariamente o RD em seu Whatsapp

Envie um WhatsApp para 11 99237-9717 para receber notícias do ABC diariamente em seu celular.



LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here