O setor de carros elétricos foi abalado no início deste ano por uma notícia que pegou muita gente de surpresa. A Hertz, uma das maiores locadoras de veículos do mundo, decidiu vender 20 mil carros elétricos de sua frota nos Estados Unidos e substituí-los por automóveis a gasolina. Essa mudança de estratégia repercutiu negativamente e confirmou a tendência de redução na demanda mundial por carros elétricos.

Segundo a empresa, a decisão de vender os carros elétricos foi motivada pelo custo elevado de reparo, especialmente no caso dos modelos da Tesla. Além disso, a depreciação dos carros elétricos no mercado de usados tem sido um problema, causando um prejuízo estimado em U$ 250 milhões para a locadora. Esses fatores levaram a uma queda de 4% no valor das ações da Hertz e 3% no valor das ações da Tesla.

Embora os carros elétricos tenham atraído alguns clientes de locadoras, principalmente devido ao menor custo por quilômetro rodado em trânsito urbano, a dificuldade de recarga tem sido um obstáculo para aqueles que alugam os veículos para viagens. Enfrentar filas para recarregar as baterias e a incerteza quanto ao alcance real dos carros nas estradas têm afastado alguns consumidores.

Outro ponto negativo para os carros elétricos é a perda de eficiência das baterias em condições climáticas desfavoráveis, como temperaturas muito baixas. Isso reduz consideravelmente o alcance dos veículos e pode resultar em paradas frequentes para recarga durante viagens.

No Brasil, a situação para os carros elétricos é ainda mais complicada devido ao reduzido poder de compra da população e à falta de pontos de recarga em regiões mais distantes dos grandes centros. Além disso, a depreciação dos veículos elétricos usados é outro fator desfavorável para quem considera adquirir um desses automóveis.

Diante desse cenário, a motorização híbrida plug-in tem sido apontada como uma alternativa mais viável para o mercado brasileiro. Esses veículos possuem alcance suficiente para o uso diário no modo elétrico e contam com um motor a combustão para viagens mais longas, o que pode sanar parte das preocupações dos consumidores em relação aos carros elétricos.

Outra solução em discussão é o uso do etanol para a descarbonização, aproveitando a matriz energética mais limpa do país. O Brasil poderia incentivar o uso do etanol em veículos flex e até mesmo explorar a produção de motores movidos a etanol. Além disso, o álcool poderia ser utilizado na produção de hidrogênio para abastecer carros elétricos por meio de fuel cells.

Embora complexas, essas soluções representam um caminho viável para a eletrificação veicular no Brasil, aproveitando as vantagens da energia elétrica limpa e do etanol. Apesar dos desafios, o setor automotivo continua em busca de alternativas sustentáveis e eficientes para o futuro da mobilidade.

Fonte: carro elétrico é ótimo… Para a cidade

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