Escreva um artigo baseado no
Não se trata de
movimento generalizado ou muito profundo, porém denota prudência entre os
fabricantes que se apegaram com grande ardor ao lançamento de vários modelos de
VE (veículos elétricos) ao redor do mundo. O fato de desaceleração das vendas,
que ocorre este ano, acendeu uma luz amarela com tendência para vermelho.
Mesmo na China, onde
há a maior concentração de produção de VE no mundo, já se conclui que há marcas
demais apostando todas as fichas. O suporte do governo com subsídios explícitos
ou ocultos pode arrefecer sem aviso prévio. A ordem agora é exportar a qualquer
custo. Pode ser um sinal de que o mercado interno não permaneceria tão
exuberante e a atual guerra de preços pode dizimar muitos fabricantes estimados
em mais de 100.
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Cautela parece ser
palavra de ordem e não faltam exemplos. A Ford foi uma das primeiras a
comunicar mudança de planos tanto nos EUA quanto na Europa. No continente
europeu a empresa americana admitiu que as ações eram ambiciosas demais. Marin
Gjaja, CEO de eletrificação, disse que os clientes da marca deixaram antever
este cenário. Nos EUA, já se tinha anunciado que uma fábrica projetada para
veículos elétricos irá produzir mesmo picapes com motor a combustão.
A Porsche reconheceu
seu otimismo além da conta. Agora admitiu um ajuste às respostas sinalizadas
pelos compradores. No semestre recém-encerrado a queda nas vendas do Taycan,
seu primeiro elétrico, foi de 51% na Europa, EUA e China. Aqui, vendeu apenas
69 unidades no primeiro semestre, apesar de que em 2021 tornou-se o primeiro
modelo elétrico a liderar um segmento (sedãs grandes) no ranking da coluna.
Mercedes-Benz,
altamente entusiasmada com VE, também mudou de ideia e decidiu olhar para
híbridos plugáveis. BMW sempre disse continuar a fornecer o que o mercado pede
e isso inclui modelos com motores de combustão interna (MCI).
A GM igualmente
voltou atrás e decidiu investir em modelos híbridos plugáveis em tomada nos
EUA. A filial brasileira pegou o gancho da matriz e anunciou híbridos
convencionais para os mercados interno e externo. Stellantis e VW já seguiam a
mesma diretriz. Elétricos, claro, estão nos planos das três maiores, embora
nenhuma acene uma previsão de data.
Neste cenário
confuso quem se destaca positivamente é a Renault que criou a divisão Horse
específica para MCI. CEO do grupo francês, Luca de Meo, tem insistido junto à
União Europeia que o ano de 2035 fixado para o fim das vendas de MCI necessita
de “flexibilidade”.
Quem ganhou e quem perdeu no primeiro
semestre do ano
Na classificação entre os 16 segmentos do mercado brasileiro,
estudo tradicional organizado desde 1999, a novidade é o desempenho dos
híbridos e elétricos chineses. O elétrico Seal, por exemplo, dominou quase 90%
entre os sedãs grandes. BYD emplacou 21% entre os híbridos com o Song Plus e
31% dos elétricos com o Dolphin. No entanto, todos os modelos elétricos somados
representaram apenas 2,9% do total das vendas.
Outros modelos predominantes no mercado que alcançaram mais
de 50% de participação foram Corolla (72%), BMW Séries 3/4 (68%), Strada (56%)
e 911 (54%). Ainda merecem destaques os BMW M2 e M3/M4 que somados responderam
por 55% entre os esportivos.
As disputas pela liderança continuaram muito fortes. Mas
enquanto o Polo consolidou-se entre os compactos, outro produto da marca alemã
por muito pouco deixou de seguir na ponta, pois o T-Cross somou 11,5% das
vendas contra 11,2% do Creta. Foram apenas 987 unidades de diferença no
semestre ou 164 unidades por mês em média.
Outras lutas equilibradas: Compass (31%) e Corolla Cross
(30%) com uma diferença média de 157 unidades a cada mês. Os chineses por seu
lado protagonizaram uma boa batalha entre os híbridos. Song Plus venceu o H6
por uma diferença mensal de 166 unidades. Dolphin Mini, entre os elétricos,
ficou apenas dois pontos percentuais atrás do Dolphin ou 92 unidades por mês ao
longo do semestre. Graças à chegada do Dolphin Mini de cinco lugares, agora em
agosto, o compacto deve liderar no balanço final de 2024.
Ranking da coluna tem critérios próprios e técnicos com
classificação por silhuetas. Referência principal é distância entre eixos, além
de outros parâmetros. Sedãs de topo (baixo volume) e monovolumes (oferta
reduzida) ficam de fora. Base de pesquisa é o Registro Nacional de Veículos
Automotores (Renavam). Citados apenas os modelos mais representativos (mínimo
de dois) e de maior importância dentro do segmento. Compilação de Paulo
Garbossa, da consultoria ADK.
Hatch subcompacto:Mobi,
48%; Kwid, 38%; Dolphin Mini, 14%. Elétrico entra na disputa.
Hatch compacto: Polo, 26%; Onix, 19,4%; HB20/X, 18,7%; Argo,
17,7%; Yaris, 6%; C3, 4,5%; 208, 4,4%; City, 3%. Líder Polo avançou.
Sedã compacto: Onix Plus, 30%; Cronos, 17%; Virtus, 15%; HB20S,
14,8%; Yaris, 10%; City, 6,2%; Versa, 6%; Logan, 1%. Onix Plus ainda firme.
Sedã médio-compacto: Corolla, 72%; Sentra,11%; Jetta, 7%.
Corolla longe de ameaças.
Sedã médio-grande: BMW Série 3/4, 68%; Mercedes Classe C, 17%;
Audi A5/S5/RS5, 5,5%. Mantida folga dos BMW.
Sedã grande: Seal, 87%; Panamera, 8%; Taycan, 3%. Elétrico
Seal, amplo domínio.
Esportivo: BMW M2, 29%; BMW M3/M4, 26%; Mustang, 20%. BMW se
impôs.
Esporte: 911, 54%; 718 Boxster/Cayman, 34%; Corvette, 4%. Território
consolidado Porsche.
SUV compacto: T-Cross, 11,5%; Creta, 11,2%; Tracker, 10,6%; Kicks,
10,3%; Nivus, 9,5%; Renegade, 8,6%; HR-V, 8%; Fastback, 8%; Pulse, 7%; Tiggo
5x, 5%; Duster, 4%; T-Cross quase perde a ponta.
SUV médio-compacto: Compass, 31%; Corolla Cross, 30%; Tiggo 7,
13%. Compass sob ameaça.
SUV médio-grande: Song Plus, 19%; H6, 17%; SW4, 15%. Novo líder
é híbrido plugável.
SUV grande: Cayenne, 21%; BMW X5/X6, 19%; XC90, 13%.
Cayenne volta à ponta.
Picape pequena: Strada, 56%; Saveiro, 24%; Montana, 13%. Nada
ameaça Strada.
Picape média (carga 1.000 kg): Toro, 23%; Hilux, 22%; Ranger,
13%. Toro por um fio.
Híbridos: Song Plus, 21%; H6, 19%; Corolla Cross, 15%.
Liderança apertada.
Elétricos: Dolphin, 31%; Dolphin Mini, 29%; Ora 3%, 12%. Amplo
domínio BYD.
Polo GTS resgata clássico modo de dirigir com
alma
Refinamento do Polo
GTS é parte do sucesso do hatch que assumiu e manteve a liderança neste
segmento (21% do total do mercado) que só perde em importância para os SUVs
compactos (25%). Esta versão tem preço de R$ 153.790, realmente salgado, e se
torna um limitador em suas vendas para algo em torno de 5% da linha.
Para começar, o
motor turbo flex, 1,4-L, 150 cv e 25,5 kgf·m (ambos os combustíveis) é
suficiente para acelerar de 0 a 100 km/h em 8,3 s, mais rápido entre os hatches.
O câmbio é automático epicíclico de seis marchas e trocas por borboletas no
volante. Câmbio manual descartado reflete os tempos atuais. Não chega a colar
as costas no banco, porém garante uma diferenciação frente aos outros hatches. Instigante
mesmo, o ronco do motor.
As suspensões mais
firmes com molas, amortecedores e barra antirrolagem específicas para esta
versão dão conta do recado, sem que chegue a incomodar quanto ao conforto de
marcha. Necessário ter algum cuidado adicional com buracos em razão dos pneus
de perfil baixo 205/45 R18. Velocidade máxima declarada de 205 km/h.
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Fonte: Marcas desaceleram planos de ter apenas carros elétricos