São dados de 2019, que mostram um mercado em rápido desenvolvimento. No espaço de um ano, “já existem soluções 100% elétricas para todos os segmentos analisados”. No entanto, a segunda edição do estudo “Motorizações”, da LeasePlan, conclui que são necessários mais incentivos para os particulares e em alguns segmentos específicos.
As soluções híbridas e plug-in são ainda pouco competitivas. Alargar os incentivos fiscais às famílias, por exemplo, através de escalões de IVA com base no valor de aquisição, podia melhorar as vendas.
Já as empresas estão a apostar mais na mobilidade elétrica e o diesel é cada vez menos uma opção, sobretudo no sector dos utilitários. É sobretudo aqui que os carros a gasóleo têm perdido cota para as novas soluções energéticas.
Em comparação com a Europa, Portugal apresenta taxas de introdução de veículos elétricos superiores. O renting, nas frotas empresariais, tem impulsionado a mudança.
Conclusões por tipo de carro
No segmento dos Utilitários, o diesel deixou de ser a oferta mais competitiva. Em 2019, até aos 25.000 km’s/ano, passou a ser a gasolina; acima disso, surge a propulsão elétrica. Na quilometragem mais habitual das frotas (30.000 km’s/ano), o modelo elétrico apresenta custos totais de utilização 5% mais competitivos que a solução híbrida.
No Pequeno Familiar SUV, o segmento que mais cresce, a versão gasolina é a mais vantajosa para quilometragens inferiores a 15.000 km’s/ano; a partir desse ponto o Diesel torna-se a escolha mais económica. Os autores do estudo antecipam para breve incentivos fiscais à procura de opções mais sustentáveis nesta categoria.
Entre os Pequenos Familiares Generalistas, a gasolina continua a ser a mais vantajosa até aos 15.000 km’s/ano; já nos 20.000 km’s/ano há três soluções com ganhos idênticos: gasolina, diesel e elétrico. Acima dos 20.000 km’s/ano a maior poupança é conseguida com os elétricos.
Nos Pequenos Familiares Premium o diesel é agora mais competitivo do que a gasolina, até aos 30.000 km’s/ ano. A gasolina é recomendada até aos 10.000 km’s/ano. Para quilometragens superiores, o elétrico é mais uma vez a solução.
No segmento Médio Familiar Generalista os elétricos apresentam-se como os mais vantajosos, excepto entre os 10.000 km’s/ano e os 20.000 km’s/ano, onde a versão gasolina é mais competitiva.
O segmento Médio Familiar Premium casa com a sustentabilidade. Aqui, as versões 100% elétrica e plug-in são as mais competitivas, independentemente da quilometragem em análise. Mas, para sermos mais específicos, abaixo dos 25.000 km’s/ano o plug-in é o modelo mais económico. Acima, o elétrico surge como a melhor solução. Neste segmento, mudar do diesel para elétrico permite poupar 19%, ou 188 euros por mês.
Com poupanças até 15%, o plug-in a diesel é a solução mais económica no segmento Grande Familiar Premium, para todas as quilometragens analisadas.
Nos Pequenos Furgões ainda não existem soluções híbridas e híbridas plugin. O Diesel continua a ser a melhor opção, face ao quadro fiscal em vigor.
Para as Pequenas e Médias Empresas, as vantagens dos elétricos são ainda maiores. Segundo este estudo, apenas em 18 dos 49 cenários considerados é que vale a pena continuar a manter modelos a combustão.
O combate às alterações climáticas
Os condutores portugueses inquiridos no último “LeasePlan Mobility Monitor” estão entre os mais positivos em relação aos carros elétricos. Mais de metade têm intenção de mudar para um elétrico na próxima compra de carro. Tanto as empresas como os automobilistas demonstram preocupações ambientais, mas também a intenção de reduzir custos.
O setor dos transportes é responsável por 25% das emissões de gases de estufa em Portugal. Dentro deste, só os transportes rodoviários representam cerca de 96% das emissões dos transportes.
Em 2021, 90% dos veículos de passageiros a circular na Europa ainda serão a combustão. Este número deverá baixar para 70% em 2025 e para uns ainda relevantes 50% em 2030. Depois de 2030, teremos 20 anos para tirar da estrada os restantes 50% de veículos a combustão, para cumprir as metas do Acordo de Paris e o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050.