O foco agora é outro. É com essa frase que a Aston Martin começa o ano de 2020. A montadora de luxo britânica está reorganizando as suas prioridades e anunciou que a produção de carros elétricos não está nos seus planos agora. A notícia surpreende tendo em vista que as montadoras estão investindo pesado em modelos eletrificados.
A decisão, obviamente, tem a ver com questões financeiras. No final do mês passado, a empresa havia anunciado um investimento de US$ 240 milhões do bilionário canadense Lawrence Stroll, que passou a ser dono de 16,7% da montadora. O montante veio em boa hora, já que a empresa está em crise, e o dinheiro será usado nesse processo de reestruturação.
Antes de 2025, a Aston Martin não deve lançar nenhum modelo elétrico. Ou seja, o primeiro veículo eletrificado da empresa, Rapide E, está suspenso. O objetivo é aproveitar o investimento de Stroll em carros esportivos com motor intermediário. Além disso, a Aston Martin se prepara para retornar à Fórmula 1. A fabricante também irá cooperar com a nova Racing Point (agora Aston Martin F1). Lawrence Stroll construiu sua fortuna no setor, salvando a Racing Point da falência, por exemplo.
“2019 foi um ano péssimo para a indústria. Meu trabalho agora é navegar por isso e, com esse investimento, acredito que temos o que precisamos para fazer isso”, disse Andy Palmer, CEO da Aston Martin.
“Você também deve se lembrar que nenhum de nossos concorrentes, como a Porsche, terá um carro elétrico à venda antes de 2025. Portanto, estamos em uma linha do tempo bastante semelhante a eles e ainda na vanguarda do mercado de luxo”, afirmou Palmer. O executivo ainda disse que prefere se concentrar no motor híbrido V6 da empresa em curto prazo, em especial porque o mercado totalmente elétrico está demorando para se consolidar.
Apesar do aumento no número de vendas, a Aston Martin perdeu muito dinheiro em 2019 (cerca de 100 milhões de libras).