Assim como sua parceira Renault, a Nissan é uma das empresas que mais investem em tecnologias para o futuro do automóvel. Basta lembrar que o Leaf, um dos carros elétricos mais vendidos do planeta, está prestes a completar uma década de vida em 2020. Para Marco, a indústria vai se concentrar em três pilares.

“Nossa visão de futuro se baseia em conectividade, eletrificação e carro autônomo, mas não acredito que haverá uma única solução para o Brasil inteiro. Acho que serão soluções customizadas para cada país ou região. Tudo vai ter que ser testado, e muito. Em compensação, a velocidade do desenvolvimento dessas tecnologias no mundo é gigantesca”, disse o executivo.

“Hoje o carro autônomo acaba sendo uma extensão da sua casa e do seu trabalho. Se você está assistindo a um vídeo, vai poder visualizá-lo no carro enquanto ele dirige sozinho. Se você estiver trabalhando, poderá realizar a reunião dentro do seu próprio carro. A gente acredita nessa liberdade para o futuro. O grande desafio é saber o quanto disso se tornará realidade e dentro de quanto tempo isso vai acontecer”, comentou.

Saber como esta tecnologia será aplicada no dia a dia das pessoas é o grande desafio das montadoras, segundo Silva. O executivo, inclusive, contou que a Nissan trouxe ao Brasil em 2018 uma antropóloga do centro de pesquisas da marca na Califórnia. A partir de informações repassadas por ela, foi possível desenvolver uma inteligência artificial que “pense como um ser humano” ao dirigir.

“Na prática, a diferença é que, em vez de um ser humano, você precisa ensinar a um robô como se comportar em um ambiente caótico como o trânsito do Brasil ou da Índia. Claro que esse processo será mais longo do que em um lugar como o Japão, onde todas as ruas são bem sinalizadas. Mas isso vai acontecer e logo os algoritmos, sensores e radares do carro estarão bem calibrados”.

Tecnologia não é o único entrave para a aplicação prática dos carros autônomos. Silva vê questões como segurança e legislação como obstáculos para a implementação desta ‘visão futurista’ de transporte.

“Quando alguém está dirigindo para você, sua confiança está naquela pessoa. E quando tem uma máquina te levando de um lado para o outro? Até quanto vai a minha confiança nessa máquina? E tem também a questão da legislação. Quem é o responsável em um acidente? Hoje, no Brasil, você não pode nem soltar a mão do volante. Será necessária uma mudança na mentalidade das pessoas”, afirma.

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