Brbara Stephanie Monteiro | @Barbara_Ovale

Entre os principais desafios das cidades está encontrar soluções para incentivar as pessoas a usarem meios de transportes mais sustentáveis. E é em resposta a esse novo momento, que vem crescendo o interesse da população pelo uso de carros elétricos ou híbridos (com motor elétrico e a combustão).

Frente a essa nova realidade, muitos empreendimentos já trazem desde a planta a possibilidade de instalação de pontos de abastecimento dentro das garagens. O maior problema nesses casos é com a cobrança da energia utilizada, já que o valor não pode ser dividido igualmente entre todos os moradores, levando em conta os que não possuem esse tipo de carro.

O que vem antes, o carro elétrico ou a infraestrutura para abastecê-los? Tais automóveis já são vistos circulando pelas ruas do país, no entanto, sua ampla adoção ainda enfrenta alguns obstáculos – o mais urgente: a infraestrutura.

De acordo com os dados do Detran – SP (Departamento Estadual de Trânsito), em 2019 foram registrados mais de 6 mil veículos deste modelo só no Estado de São Paulo, sendo 82 automóveis em São José. Diante desta realidade, a novidade tem chegado “na porta de casa”, com a presença de ecopontos nos condomínios residenciais.

“Com a mudança da cultura voltada para a conservação da natureza, os carros movidos a queima de combustível fóssil serão deixados para trás”, acredita Lorena Boechard, gerente de vendas interna do grupo Proeng S.A. Construtora e Incorporadora. “E, pela crescente entrada e aceitabilidade dos carros elétricos, a recarga no conforto do lar faz toda a diferença, continuou.

Para a empresa a aposta é tão certeira que em um dos empreendimentos que está em fase de construção conta um suporte para esse novo modelo de motor na garagem.

“Estamos preparando o edifício para as novas tecnologias que contribuem para proteção da natureza, oferecem mais facilidades e melhoram o dia a dia dos moradores. O chamado Eco Point prevê um sistema com carregador adaptável a veículos de diferentes marcas e modelos”, contou a diretora.

Quem paga a conta?

Para Marcos Roberto Velozo, presidente da comissão de Direito Condominial da Subseção Jacareí, antes da implantação do sistema no edifícios algumas questões devem ser definidas em convenção. “A cobrança deverá recair somente para os condôminos que efetivamente utilizarem o serviço. O número de pontos de carregamento e os locais em que eles poderão ser instalados deverão ser motivo de deliberação e inserção na convenção do condomínio, respaldando o direito de todos”, continuou.

O especialista ainda afirma que as edificações mais antigas precisarão passar por uma adequação, enfrentando normas de segurança para adaptarem os projetos antigos aos anseios mais inovadores à disposição dos moradores. “Com certeza os condomínios novos com acessibilidade e tecnologias avançadas têm uma vantagem perante os condomínios edificados a 20, 30 anos”, disse Velozo.

No entanto, apesar de termos veículos elétricos em maior escala nos países desenvolvidos, no Brasil esse ainda é um vislumbre distante. Segundo o presidente da comissão, precisamos de uma legislação que incentive a aquisição desses automóveis e que os mesmos tenham um preço competitivo. “Hoje a oferta de modelos é incipiente e com valor extremamente alto”, concluiu.



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