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No primeiro semestre, as perdas mais sentidas foram as dos irmãos Ford Ka e EcoSport, além do Toyota Etios. Agora, a aposta é que o mercado tenha baixas ainda mais impactantes, como os lendários Volkswagen Fox e Voyage, além do icônico Fiat Uno e até o sólido Honda Fit. Trata-se de um dos anos com mais baixas no setor. 

Alguns desses modelos ainda têm um número de emplacamentos significativo, o que é um sinal de alerta para os consumidores. Afinal, quando um carro sai de linha, o curso natural é a desvalorização

De Volkswagen a Toyota, confira os modelos que estão andando na corda bamba para chegar a 2022. Mas provavelmente, será questão de dias para eles dizerem adeus. 

10 Carros que devem sair de linha ainda em 2021

1. Fiat Doblò 

Preço: R$ 122. 438

Com apenas uma versão em linha, ofertada acima dos R$ 120 mil, a Fiat Doblò está melhor do que aparenta e do que muita gente pensa. No primeiro semestre de 2021, o modelo teve 2.951 emplacamentos. 

No 46º lugar do ranking, a Doblò vendeu mais que, por exemplo, o Volkswagen Tiguan, um modelo muito mais moderno. Claro que agora o SUV de sete lugares é ofertado em versão única, acima dos R$ 200 mil, mas até março as configurações 1.4 também colaboraram para seu volume de vendas.

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Olhando por esse ponto de vista, a Fiat tem motivos para tirar a Doblò de linha? Bem, o modelo foi lançado em 2001 e até hoje não trocou de plataforma. De design a tecnologia, a Doblò está desatualizada em todos os quesitos. 

Além disso, para sobreviver, a Doblò teria que se adaptar às regras de emissões e ruídos Proconve L7, mas não tem mais a mesma representatividade no mercado que anos atrás. Por isso, a fabricante não parece muito disposta a investir mais nela. Mais do que esperado, esse adeus já parece mais uma contagem regressiva. 

2. Fiat Grand Siena

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 64.344 a R$ 67.466

A Doblò não é o único dinossauro sobre rodas que a Fiat mantém no catálogo. O Grand Siena foi lançado em 1997 e estreou sua atual geração em 2012, utilizando a base 326 do Fiat Palio II. 

Quando se fala em sair de linha, o veterano sedan tem dado um verdadeiro “olé” nas previsões: enquanto rivais como Toyota Etios e Ford Ka Sedan já deram o seu adeus, o Grand Siena acena discretamente e de longe para não chamar atenção nem correr o risco de ir para o mesmo lugar.

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Com 6.797 emplacamentos e no 33º lugar no ranking de vendas do primeiro semestre de 2021, em boa parte devido ao forte apelo junto a taxistas, o modelo até que tem se saído bem, considerando que seus únicos diferenciais são o generoso porta-malas de 520 litros e a preparação de fábrica para kit GNV.

Será que a Fiat vai esperar o modelo completar uma década na mesma geração ou vai aproveitar o ano de baixas? A julgar que ele também precisaria passar por modificações para atender ao Proconve L7, apostar no seu fim é o mais seguro.

3. Fiat Uno

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 62.020

Apenas uma versão mantém o Fiat Uno vivo. A configuração de entrada 1.0 é a única opção para quem quiser levar uma das últimas unidades do modelo para casa. 

Comercializado no Brasil desde 1984, o Uno é o carro mais vendido pela Fiat no Brasil e o segundo mais comercializado em toda a história de nossa indústria, atrás apenas do VW Gol. Sua segunda e atual geração foi lançada há 11 anos. Com design um pouco diferente, com linhas mais arredondadas, mas ainda um hatch altinho e quadradinho. 

Porém, o modelo, que já foi um grande sucesso, vem sendo ofuscado pelos irmãos Argo e Mobi, mesmo que estes estejam longe da mesma representatividade que o Uno um dia já teve.

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Embora os índices de comercialização ainda sejam honestos, 96,3% dos emplacamentos do Uno são na modalidade venda direta, segundo a Fenabrave, o que diminui ainda mais a rentabilidade do modelo. 

O Fiat Uno, ao que tudo indica, foi um dos carros que optaram por encerrar a carreira quando não havia mais saída. Um adeus um pouco mais cedo talvez fosse mais representativo para um modelo que teve uma trajetória tão bela e icônica, mas que morre sem muita honra ou glória.

4. Honda Civic

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 119.800 a R$ 163.200

Muitos não querem acreditar, mas os dias do Honda Civic estão mais do que contados. O sedan já é produzido há mais de 20 anos no Brasil e mostra o quanto é querido pelo público, já que é o segundo sedan médio mais vendido do seu segmento, perdendo apenas para o Toyota Corolla. 

Porém, apesar de a morte do Civic enquanto carro nacional já seja dada como certeira, pode ser que este não seja o fim literal do Civic no mercado nacional.

Umas das possibilidades é que a 11ª geração do três-volumes, que está sendo lançada na Europa e nos EUA, seja trazida importa para o Brasil. Isso seria o início de uma outra briga épica, já que o modelo pode chegar com motorização híbrida, podendo encarar assim as versões eletrificadas do seu maior rival. 

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5. Honda Fit 

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 76.900 a R$ 103.200

Também sentimos muito, mas o Honda Fit vai ter que partir. Mas por quê? O Fit é um carro bom e confiável, todos sabem disso. O problema é que ele é um monovolume num mercado cada vez mais dominado apenas por hatches, sedans, SUVs e picapes.

Tanto esse tipo de carroceria caiu em desuso que o Fit foi parar na 40ª posição do ranking, com 3.949 unidades emplacadas no primeiro semestre. 

Não é muito compatível com a Honda deixar um carro morrer a conta gotas. Por isso, para dar lugar ao inédito Honda City hatch, o Fit deve dizer um adeus com dignidade e de uma só vez entre o fim deste ano e o começo de 2022, em vez de definhar até desaparecer.

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6. Hyundai ix35

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: Não disponível 

Fora do top 50 de carros mais vendidos e longe de ser um desejo de consumo em 2021, o Hyundai ix35 não é mais tão visto ou lembrado há algum tempo. A história confusa do modelo no Brasil pode ter contribuído para conturbar seu desempenho comercial. 

No resto do mundo, o ix35 é a segunda geração do Tucson. Aqui, ele teve de disputar mercado por muito tempo com o próprio Tucson, enquanto hoje briga com o New Tucson, a terceira geração do modelo, além de outros SUVs bem mais bonitões, modernos e espaçosos que ele. 

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O resultado já era esperado: o ix35 foi perdendo mercado ano após ano, e a aposta mais assertiva é um adeus ainda em 2021. Quando a matéria for para o ar, talvez tenha até quem se pergunte: ué, mas ele não já tinha saído de linha?

7. Mitsubishi ASX

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 132.990

Ano passado, o ASX passou por um facelift que o fez mudar de nome, ficando conhecido agora como Outlander Sport. Porém, a última atualização do ASX antes do facelift continua sendo comercializada em versão única.

O modelo já tem 11 anos de mercado e passou pelas atualizações necessárias para manter sua aparência agradável e atual, pelo menos externamente, já que o interior exibe um design ultrapassado.

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Mas o principal motivo que indica que o ASX deve sair de linha é a estreia do Outlander Sport, com muito mais atrativos e por uma diferença de valor de R$ 13 mil em relação ao próprio ASX. 

É uma competição um tanto quanto desonesta entre os dois modelos, o que nos faz acreditar que a Mitsubishi só está tentando queimar estoque antes de anunciar o fim do SUV.
 

8. Toyota Camry

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: 319.290

Conforto, espaço, segurança e sofisticação o Toyota Camry tem de sobra. Porém, há uma carência enorme de tecnologia e de um design mais moderno. É irrefutável que estamos falando de um carrão, mas com R$ 320.000 na mesa o mercado fica bem competitivo e até marcas premium entram na jogada. 

Apesar de importado dos EUA, o mercado americano conta com versões bem mais interessantes do sedan grande, com mais tecnologia embarcada, opção de motor híbrido e até tração 4×4. 

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Não à toa, 294.348 unidades do Camry foram vendidas no primeiro semestre de 2021 na terra do Tio Sam. Por aqui, o modelo tem vendas tímidas e os muitos aumentos de preço, devido à alta do dólar, só têm dificultado a estadia do Toyota Camry por aqui. 

Não há rumores de que a fabricante pretenda trazer novas configurações do modelo, e mantê-lo só por status não está fazendo muito sentido. Sendo assim, não se espante se o Camry estiver com os dias contados em Terras Tupiniquins.
 

9. Toyota Prius

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 190.590

Parece que a Toyota está aproveitando 2021 para arrumar a casa aqui no Brasil. O Etios foi o primeiro a sair de linha. O Camry deve sair de cena até o final do ano e o Prius também está ameaçado de morte.

O modelo já tinha vendas discretas antes da chegada do Corolla híbrido. Agora, disputando mercado com o irmão e com o SUV Corolla Cross, o Prius praticamente sucumbiu. Nos últimos seis meses, teve apenas três unidades emplacadas.

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No que se trata de preço, mais de R$ 40 mil separam o Prius do Corolla Hybrid de entrada, que ainda conta com um design muito mais atraente.

Um ponto que chama atenção é que, assim como o Camry, o Prius também é importado. Porém, diferentemente do sedan grande, não tem sofrido grandes reajustes de preço. Isso indica que talvez a Toyota esteja apenas esperando zerar o último lote para declarar o fim do Prius. Só que, no ritmo que vão as vendas, talvez isso não aconteça em 2021.
 

10. Volkswagen Fox

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 63.250 a R$ 68.990

Apesar da Volkswagen já ter lançado a linha 2022 do Fox, não significa que ele vai sobreviver por mais um ano. Com a chegada do Polo Track e o facelift do já conhecido Polo prevista para o começo do ano que vem, o Fox está com a faca no pescoço. 

No primeiro semestre de 2021, o modelo teve 11.369 emplacamentos. Nada mal, mas nada tão promissor quanto as 36.969 unidades vendidas do irmão Gol. E diferentemente do Gol, que conta com versões 1.0 MPI e 1.6 MSI, o Fox usa apenas o velho motor 1.6 8V da família EA111. 

É justamente esse motor que está em desacordo com os padrões de eficiência energética do Proconve L7, o que quer dizer que o Fox teria de ter sua motorização atualizada ou substituída em breve. A confirmação do Polo Track parece mostrar qual caminho a Volkswagen escolheu.

Até a chegada do novo produto de entrada da marca para a região, porém, todos os esforços serão concentrados no Gol 1.0 nas vendas para frotistas. Ao Fox, restará apenas o adeus.

11. Volkswagen Voyage

Vitrines da Volkswagen, Toyota e Fiat devem ficar mais enxutas no segundo semestre

Preço: R$ 71.890 a R$ 83.590

O Volkswagen Voyage é um desses carros que serão lembrados com ar saudoso, mas que já estava mais do que na hora de dizer adeus. Derivado do Gol, o modelo está desde 2008 sem trocar de geração.

Já ultrapassado diante de rivais como Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20S, sem apelo mesmo no mercado de frotistas, que tem dado preferência ao primo Virtus, o Voyage ainda se vê pressionado a inserir itens de segurança como controle de estabilidade, que será obrigatório em 2024.

Além disso, teria de adequar a configuração 1.6 8V manual aos novos padrões de eficiência energética nos próximos anos. Por isso, a Volkswagen deve optar por tirá-lo de campo. 

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Resta saber se a fabricante alemã vai declarar o fim da família Voyage-Gol em conjunto ou cortar um a um. Com a crise dos semicondutores, manter modelos mais simples em linha poderá ser de grande valia para manter as linhas operando. Por isso, o Gol 1.0 MPI terá continuidade no ano que vem. 

O mesmo pode ocorrer com o Voyage, mas como as vendas do sedanzinho são em bem menor escala, talvez o seu fim seja o mesmo do Fox.

Esses são os dez modelos cotados para dizer adeus ainda em 2021. Uns talvez morram a conta-gotas. Outros, de morte súbita, quase sem direto a adeus. Outros não devem esperar definhar para se aposentar, optando por encerrar a carreira talvez até precocemente, mas com dignidade.

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