SÉTIMA ARTE Com parte da programação disponibilizada on-line e a outra, presencialmente, festival apresenta um total de 38 filmes
A 16ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo vem sendo realizada até o dia 17 de dezembro, em edição híbrida, com parte da programação disponibilizada on-line e a outra, presencialmente, no Circuito Spcine em São Paulo. O acesso ao evento é totalmente gratuito. Com um total de 38 filmes, entre longas e curtas, de 12 países, o festival, nesta edição, celebra o protagonismo feminino na indústria cinematográfica da América Latina e Caribe, em suas mais diversas vertentes: direção, atuação, produção, fotografia, com filmes inéditos, debates, masterclass e uma homenagem à diretora argentina Liliana Romero.
Os filmes estarão liberados nas plataformas do festival, “Sesc Digital”, “Spcine Play” e “InnSaeitv”, e também nas sessões presenciais, no Centro Cultural São Paulo e Spcine Roberto Santos, conforme a programação.
A tradicional mostra Contemporâneos reúne as mais recentes produções cinematográficas latino-americanas e caribenhas, sendo a maioria inéditas no circuito comercial. Um dos destaques, é a première nacional de “Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo”, da diretora pernambucana Taciana Oliveira, com registros e imagens de arquivo inéditos sobre a escritora, apresentando novas faces desta que é uma das mais importantes expoentes da história da literatura brasileira. O filme será exibido somente de forma presencial, no Centro Cultural São Paulo.
Também em destaque a mais recente obra da cineasta paraguaia Paz Encina, o filme “Abajures”, inédito no Brasil e que acaba de estrear no circuito de festivais no Doc Buenos Aires. Em seu terceiro longa-metragem, realizado durante a pandemia da COVID19, a diretora regressa ao tema de todos os seus filmes: a memória histórica de seu país, o Paraguai, e em particular de uma das ditaduras mais longas e obscuras da América Latina, a de Alfredo Stroessner (1954-1989). A diretora é convidada do festival e participa de uma masterclass online.
A cinematografia emergente latino-americana – mais uma vez – está presente no festival com várias pré-estreias de longas-metragens também com foco no protagonismo feminino. Entre elas, os documentários argentinos “O Sonho da Montanha”, de Ailén Herradón, sobre os esforços de uma comunidade para conservar suas origens mapuches, e “Anos curtos dias eternos”, de Silvina Estévez, sobre a maternidade.
O delicado drama de ficção venezuelano “Um lampejo interior”, protagonizado por Silvia, uma mulher forte que padece de uma séria doença e precisa traçar o seu destino e de sua filha, e o filme de suspense “Matar a la Bestia”, de Agustina San Martín, uma coprodução Argentina, Brasil e Chile, também estreiam no Brasil. Inéditos em São Paulo, a ficção “A grande viagem ao país pequeno”, da diretora uruguaia Mariana Viñoles, sobre refugiados sírios no Uruguai, e “Hope, Soledad”, da diretora mexicana Yolanda Cruz, sobre os dramas pessoais de duas mulheres imigrantes no México, são alguns destaques.
Os filmes brasileiros trazem um olhar diferente que visibilizam a pluralidade do cinema nacional. Alguns títulos serão exibidos pela primeira vez numa sala de cinema de São Paulo, como o premiado “Carro Rei”, de Renata Pinheiro, o documentário “Ossos da Saudade”, de Marcos Pimentel, o suspense “As Almas que dançam no escuro”, de Marcos DeBrito, o drama “Desterro”, de Maria Clara Escobar, inédito em São Paulo, e o híbrido “Alianças Profanas – esquizoanálise de uma mente fragmentária”, de Well Darwin, inédito no Brasil. O público deverá consultar a programação e confirmar a disponibilidade de cada filme.
A sessão Contemporâneas no Curta lança um olhar para a realização nos últimos anos de cineastas brasileiras com obras potentes, ousadas e questionadoras. Entre os filmes que integram esta sessão está o documental “Igual/Diferente/Ambas/Nenhuma”, de Adriana Barbosa e Fernanda Pessoa, selecionado para o Festival Internacional de Cine de Huesca, a ficção “Menarca”, de Lillah Halla, que teve estreia mundial na Semana da Crítica de Cannes, integrou o Festival de Havana e foi premiado como melhor filme do público no Cinelatino de Toulouse.
A programação traz uma novidade o ‘Foco Cinema Afro-Colombiano’, com 4 títulos produzidos, realizados e protagonizados por pessoas afrocolombianas trazendo histórias que propõem vias de acesso a outras realidades sócio-históricas e culturais como as dos afrodescendentes na América Latina. São eles: “Fullhd”, de Catalina Navas e Carolina Torres, “Marímbula”, de Diana Kuéllar, “O Homem Universal”, de Andrés Morales e “O Mal dos Sete Dias”, de Victor Alfonso González Urrutía.
ATIVIDADES PARALELAS
O 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo promove uma série de encontros virtuais com nomes expressivos ligados à realização, produção e circulação de produtos audiovisuais latino-americanos. Entre eles, a Masterclass Mil Ventos na Encenação de Documentários, com a diretora paraguaia Paz Encina; o Encontro de Mulheres e a Indústria Cinematográfica Latino-Americana, o Encontro Circuitos de Distribuição e Exibição Cinematográfica na América Latina, e o Encontro A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações, com a homenageada Liliana Romero, que irá compartilhar ideias e experiências sobre a importante contribuição que as mulheres vem realizando historicamente no universo da animação latino-americana.
SERVIÇO
A programação completa pode ser conferida no site www.festlatinosp.com.br, e as atividades paralelas e Cerimônia de Abertura podem ser acompanhadas pelo link youtube.com/festlatinosp.