A pandemia do coronavírus colocou as fabricantes automotrizes em uma verdadeira sinuca de bico: elas, que já vinham amargando prejuízos no Brasil nos últimos anos, sofrem um rombo bilionário em seus caixas em 2020, ficando com o capital de giro comprometido.
Ao mesmo tempo, precisam continuar investindo em lançamentos e produtos fresquinhos para reestimular as vendas, visando a um 2021 mais otimista. É por isso que o próximo ano será repleto de novos carros nas ruas.
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Como não poderia deixar de ser, a principal aposta será em modelos com carroceria SUV, categoria que cresce de maneira disparada no país. Veja o que vem por aí:
Observação: a lista segue o ranking por marcas mais vendidas, segundo a Fenabrave (associação brasileira de concessionários), entre janeiro e setembro deste ano.
Novo Chevrolet Equinox
Agora que o SUV médio enfim conseguiu se encontrar no mercado, graças à implantação do motor 1.5 turbo na gama, a reestilização de meia-vida vem em 2021 trazendo uma nova frente e mais equipamentos de conforto e segurança.
Os motores seguirão os mesmos: 1.5 de 172 cv e 27,8 kgfm, e 2.0 de 262 cv e 37 kgfm, ambos turbo com injeção direta movidos apenas a gasolina. Eles são, respectivamente, gerenciados por câmbios automáticos de seis e nove marchas.
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VW Taos
O SUV médio para brigar com o Jeep Compass já foi apresentado, mas será lançado apenas no primeiro semestre de 2021 que ele será efetivamente lançado no Brasil, com produção na Argentina.
Fruto do projeto 316, o Taos será posicionado entre T-Cross e Tiguan, na faixa de R$ 130 mil a R$ 150 mil. Terá uma gama enxuta de versões e apenas uma motorização, como o Nivus: 1.4 turboflex de 150 cv e 25,5 kgfm acoplada à caixa automática de seis relações da Aisin. Seu porte é muito similar ao do Compass, conforme já contamos.
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Novo VW Tiguan
Já apresentado na Europa, o facelift de meia-vida para a atual geração do SUV médio deve em breve aparecer na América do Norte. É de lá que ele continuará a ser importado – mais precisamente do México -, sempre com foco na configuração Allspace, com 2,79 m de entre-eixos e sete lugares.
Além do visual inspirado na oitava geração do Golf, o Tiguan renovado deverá estrear no Brasil o motor 1.5 TSI de 160 cv que estará no Taos norte-americano. As versões mais caras seguirão com o 2.0 TSI recalibrado para chegar a 230 cv, mas a marca já reserva espaço para trazer também a opção eHybrid, híbrida com recarga externa de 245 cv e 40,8 kgfm.
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Novo Hyundai Creta
O Creta foi lançado no Brasil em janeiro de 2017. Teoricamente, ainda é cedo para uma nova geração, mas o fato é que Hyundai Motor Brasil está seguindo o cronograma de atualização da matriz e deve apresentar até o fim de 2021 o novo Creta, que será vendido como segunda geração.
Derivado do projeto SU2B, o novo Creta brasileiro terá visual inspirado nas segundas gerações do Creta indiano e do ix25 chinês. Por isso mesmo, será um SUV de traços polêmicos. Em dimensões, deve crescer ligeiramente e alcançar 4,30 m de comprimento, 1,79 m de largura e 2,61 m de entre-eixos. Por outro lado, a altura deve ser reduzida para 1,62 m.
Outra boa notícia é que o novo Creta ganhará o motor 1.0 três-cilindros turboflex de injeção direta com 120 cv e 17,5 kgfm do HB20 nas versões de entrada, aliado sempre a câmbio automático de seis marchas. As intermediárias seguirão usando o 1.6 Gamma, de 130 cv e 16,5 kgfm, enquanto as de topo manterão o 2.0 de 166 cv e 20,5 kgfm.
Um segredo ainda mantido a sete chaves é se a Hyundai resolverá investir na configuração de sete lugares do novo Creta, já em estágio avançado de desenvolvimento na Índia.
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Novo Hyundai Tucson
Ainda não está confirmado, mas são robustas as possibilidades de o grupo Caoa, representante dos modelos importados da Hyundai, trazer ao país em 2021 a nova geração do Tucson, que vem chamando a atenção no mundo todo pelo design ousado.
Ela viria com opções 1.6 turbo a gasolina de 177 cv, como o Tucson atual, e talvez uma variante híbrida. A montagem CKD deve ocorrer nacionalmente em Anápolis (GO), junto com o atual Tucson e, possivelmente, marcando o encerramento da vida do ix35.
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SUV do Fiat Argo
Com protótipos rodando incessantemente em testes por diferentes regiões do Brasil, o projeto 363, que dará origem ao primeiro SUV da Fiat feito no Brasil, sairá do forno no primeiro semestre do ano que vem. E estreará o motor 1.0 GSE turboflex T3, um três-cilindros 12V com injeção direta e cerca de 120 cv e 20 kgfm.
Baseado no Argo, o suvinho será posicionado abaixo do Jeep Renegade, na mesma faixa de preços do VW Nivus. Herdará boa parte da estrutura do hatch, como para-brisa, coluna A, portas laterais, distância entre-eixos de 2,53 m e todo o arranjo interno da cabine. A produção será em Betim (MG).
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Novo Renault Captur
Lançado no Brasil em 2017, o Renault Captur passará por sua primeira atualização de meia-vida em junho do ano que vem, conforme apurado em primeira mão pela Mobiauto. Mas não espere por uma troca de geração, como ocorreu com o Captur europeu.
O que teremos por aqui será um facelift leve, especialmente voltado às divisórias internas da grade dianteira e aos para-choques, com soluções já aplicadas ao antigo Captur Initiale Paris vendido no Velho Continente.
A grande novidade estará na estreia do motor 1.3 TCe, um quatro-cilindros turboflex com 16 válvulas e injeção direta, desenvolvido em parceria com a Mercedes-Benz (que criou o cabeçote). Ele Renderá cerca de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque, aliado a câmbio CVT.
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Renault Duster 1.3 turbo
Na sequência do Captur, o novo Renault Duster também passará a oferecer o propulsor 1.3 TCe junto a uma caixa continuamente variável, porém sem mudanças visuais.
Ford Bronco Sport
O substituto do recém-aposentado Fusion nas versões térmicas não será um sedan grande, mas sim um SUV. Estamos falando do Bronco Sport, que compartilha plataforma com o Escape e tem porte similar ao do Territory, mas tentará fisgar clientes mais adeptos a um “SUV raiz”.
Tudo por conta de se visual “quadradão”. Mas não espere por motorização a diesel. Seu propulsor será, provavelmente, o 2.0 EcoBoost (quatro-cilindros turbo a gasolina) de 248 cv e 38 kgfm, gerenciado por câmbio automático de oito marchas. O preço deve ficar acima de R$ 200 mil.
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Ford Escape híbrido
Será lançado em meados do ano que vem para ocupar a lacuna deixada pelo Fusion Hybrid, numa faixa de preços próxima a R$ 200 mil. Traz um motor 2.5 de ciclo Atkinson em conjunto com outro elétrico, entregando uma potência combinada de 203 cv, sendo 21,4 kgfm. Seu porte é similar ao do Territory.
Novo Ford EcoSport
A grande aposta da Ford em seu projeto de retomada do crescimento no Brasil será a terceira geração do SUV compacto EcoSport, que vem sendo preparada para estrear no final de 2021. O projeto, de código BX755, usará uma evolução da plataforma B3 que dá vida aos atuais EcoSport e Ka (e também o fazia com o finado Fiesta).
Mas as dimensões crescerão, especialmente o comprimento e a distância entre eixos, saltando de 2,53 m para cerca de 2,60 m. O motor 1.5 Ti-VCT, um três-cilindros 12V aspirado de 137 cv, seguirá em linha nas versões mais básicas com câmbio automático. As mais caras devem trazer a opção 2.0 Duratec com injeção direta e 177 cv.
Segundo a Quatro Rodas, o visual do novo EcoSport será muito diferente, mais de crossover e menos de SUV, e terá inspirações no suvão Edge e até no elétrico Mustang Mach E. Ah: nada de estepe aparente na tampa do porta-malas. Ainda assim, o espaço interno e o volume do porta-malas devem aumentar substancialmente.
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Toyota Corolla Cross
É a grande aposta da marca japonesa para mergulhar de vez no cada vez mais pujante mercado de SUVs. Porém, quem esperava por um utilitário compacto, rival do Honda HR-V, surpreender-se-á com a chegada de um modelo de porte médio para rivalizar com Jeep Compass e Volkswagen Taos. A produção será em Sorocaba (SP).
Apesar de não parecer muito com o Corolla sedan, o Corolla Cross utiliza a mesma plataforma TNGA-C, e aproveita os 2,64 metros de entre-eixos do Corolla hatch vendido nos Estados Unidos. Os motores serão os mesmos do três-volumes: 2.0 flex, com injeção variável, de 177 cv (câmbio CVT) e 1.8 híbrido flex de 123 cv (caixa e-CVT).
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Jeep Compass reestilizado
O SUV médio mais vendido no Brasil chegou em 2016 e conseguiu passar quatro anos sem ser incomodado por ninguém no segmento. Por isso mesmo, até hoje não recebeu nenhuma reestilização. Isso mudará em 2021, quando o cerco ao Jeep Compass será fechado por Taos e Corolla Cross.
Não apenas a galinha dos ovos de ouro do grupo FCA terá seu design renovado como estreará enfim o motor 1.3 GSE turboflex 16V, com potência estimada em 150 cv, acoplado a uma caixa CVT. Ele deve conviver com a opção 2.0 aspirada de 166 cv e, claro, com o 2.0 turbodiesel de 170 cv.
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Jeep Compass e Renegade 4xe
Também chegarão no ano que vem as tão aguardadas configurações híbridas de Compass e Renegade, que recebem a nomenclatura 4xe (em alusão à tração 4×4, porém com auxílio de um propulsor elétrico).
Porém, diferentemente dos SUVs com motorização térmica, produzidos em solo nacional, os dois híbridos virão importados da Europa, com motor 1.3 turbo a gasolina de 130 ou 180 cv auxiliado por outro elétrico de 60 cv, gerando uma potência combinada de 190 a 240 cv.
Ambos são híbridos do tipo plug-in, ou seja, com recarga externa para a bateria elétrica. Esta possui 11,4 kWh de capacidade, o que permite que os dois SUVs rodem até 50 km em modo 100% elétrico. Preços devem ficar perto de R$ 170 mil (Renegade) e R$ 200 mil (Compass).
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Jeep de sete lugares
No entanto, a “menina dos olhos” da Jeep para 2021 será o SUV de sete lugares, de nome ainda indefinido, que chegará no segundo semestre para brigar com VW Tiguan Allspace e Caoa Chery Tiggo 8 no segmento “D”.
Conforme já ratificado pelo grupo FCA, o modelo receberá motor 1.3 turboflex (calibração deve ser a de 180 cv), com câmbio CVT, e 2.0 turbodiesel com potência e torque recalibrados, aliado à caixa automática de nove marchas da ZF.
Embora o visual e o nome sejam exclusivos, a plataforma e boa parte da estrutura da carroceria virão do Compass, com quem o Jeep de sete lugares compartilhará para-brisa, colunas A e B, portas laterais dianteiras e suspensões.
No entanto, o inédito utilitário para sete passageiros terá uma distância entre-eixos maior, o que significa a adoção de novas portas laterais traseiras. Capô, para-lamas e desenhos dos balanços dianteiro e traseiro serão próprios.
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Novo Nissan Kicks
Grande carro-chefe de vendas da marca japonesa no Brasil atualmente, o SUV compacto passará por uma reestilização de meia-vida um pouco mais profunda do que o habitual. Além do novo visual dianteiro, que conversa com as próximas gerações de Versa e Sentra, o Kicks receberá mudanças importantes no painel e também na motorização.
Destaque para a estreia do sistema híbrido flex e-Power, aliado a um motor 1.2 a combustão que atua como gerador. Sua energia é convertida em eletricidade e armazenada numa pequena bateria de 1,5 kW. Esta, por sua vez, alimenta um propulsor elétrico posicionado no eixo dianteiro. Serão cerca de 112 cv de potência, mas com torque perto de 26 kgfm.
Já as versões convencionais continuarão sendo oferecidas com o motor 1.6 aspirado flex de 114 cv com etanol, aliado a câmbio CVT.
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Novo Caoa Chery Tiggo 2
Será a grande aposta da operação sino-brasileira para aumentar seu volume de vendas e enfim constar entre as dez marcas de carro mais vendidas no Brasil. Trata-se de um facelift de meia-vida para um modelo que, lembremos, traz basicamente a mesma carroceria do finado hatch Celer, um projeto de 2009.
No entanto, as mudanças serão profundas, tanto na parte de design (com uma dianteira totalmente remodelada) quanto em relação à cabine, a equipamentos de segurança e também à motorização.
Segundo os colegas da Quatro Rodas, o novo Tiggo 2 trará sob o cofre um motor 1.0 três-cilindros turbo flex, munido de injeção direta, com potência estimada em 120 cv e torque, em 17 kgfm. O câmbio será CVT com simulação de nove marchas, já presente nos sedans Arrizo 5 e Arrizo 6. A produção ocorrerá em Jacareí (SP).
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Nova família Caoa Chery Exeed
A Caoa já demonstrou forte interesse em lançar no Brasil a linha de SUVs de luxo Exeed, marca pertencente à Chery na China. O primeiro produto deve chegar no primeiro semestre de 2021, com montagem local ocorrendo em Anápolis (GO).
Ainda não está claro se o modelo escolhido para a estreia será o LX, derivado diretamente do Tiggo 7, ou o TX e sua derivação TXL, nascida da costela do Tiggo 8. Um segundo produto está nos planos para chegar na segunda metade do próximo ano.
Seja qual for o escolhido, trará sob o cofre o mesmo motor 1.6 turbo de injeção direta e 187 cv do próprio Tiggo 8, além de câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas e cárter banhado a óleo, e tecnologias como quadro de instrumentos holográfico e sistema de navegação com realidade aumentada.
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Novo Peugeot 3008
Com uma grade frontal estilo cascata, numa espécie de elevação à terceira potência do efeito visual proporcionado pelo novo 208, o SUV médio 3008 será renovado no Brasil em meados do ano que vem. E seguirá vindo importado da Europa.
Mecanicamente, não deve sofrer modificações, trazendo sob o cofre o consagrado motor 1.6 THP (turbo com injeção direta a gasolina) de 165 cv, de origem BMW, aliado a uma caixa automática com conversor de torque de seis marchas.
Novo Peugeot 5008
A derivação voltada para sete passageiros do 3008 acompanhará as mudanças do irmão.
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