Os carros elétricos ainda são raridade na paisagem, sobretudo no Brasil, mas é certo que até o final desta década as ruas estarão tomadas desses veículos que não soltam fumaça, não fazem barulho e que também irão mudar a forma como cuidamos de sua manutenção.
Com a legislação de muitos países tornando a vida (ou melhor sobrevida) dos automóveis movidos a motor a combustão cada vez mais difícil, as montadoras correm para refazer seus portfólios com modelos sustentáveis.
Esse movimento orquestrado deve começar a resolver um dos grandes problemas do carro elétrico, o alto custo de desenvolvimento, que os torna caros se comparados os veículos tradicionais. Pegue-se o exemplo do Renault Zoe, equivalente a um hatch compacto como um Gol, mas que custa tanto quanto um Jeep Compass Longitude turbodiesel.
Como AUTOO mostrou, no entanto, manter o pequeno elétrico é mais barato do que cuidar de um Sandero em relação ao custo das revisões de ambos.
E não há segredo nisso: carros elétricos têm menos peças móveis e consequentemente menos itens a serem observados. Como se sabe, um motor a combustão é uma usina de desperdício. Para tirar potência e toque dele, perde-se energia demais dissipada de várias formas, além de ser necessário um conjunto de sistemas para mantê-lo funcionando da melhor forma possível (arrefecimento e lubrificação, entre eles).
Segundo um levantamento da Forbes, um motor a combustão possui até 2.000 peças enquanto um motor elétrico não passa de 20 componentes, entre eles a central eletrônica, inversor e carregador, além do próprio propulsor.
Na prática, isso significa que quando você tiver um automóvel elétrico na sua garagem terá menos dores de cabeça em mantê-lo em boas condições de uso. Veja a seguir cinco exemplos de coisas que não serão mais necessárias:
1 – Lubrificante
Esqueceu de olhar o adesivo no para-brisa com a quilometragem indicada para a troca de óleo? Pois num carro elétrico esse problema desaparecerá. Como não engrenagens no motor movido a bateria não é necessário uso de óleos para mantê-las funcionando. Ou seja, adeus ao dilema entre o óleo sintético ou natural, aditivos e afins, sem falar na sujeira.
2 – Vela de ignição
Por não ser necessário gerar a fagulha que desencadeia a combustão nos cilindros (afinal carros elétricos não têm cilindros…), esqueça a preocupação com esse item costumeiramente problemático quando deixa de funcionar como esperado.
3 – Correias
Drama de alguns modelos, em que é preciso verificar o estado das correias do motor, o componente não existe nos automóveis movidos a energia elétrica.
4 – Escapamento e catalisador
Sim, eis aí uma das grandes vantagens do veículo 100% elétrico: nada de sistema de escapamento de gases do motor e a necessidade de ter um catalisador para reduzir a emissão de poluentes.
5 – Partida a frio
No Brasil, o uso do etanol criou um complicador a mais, a partida do motor em condições de baixa temperatura. Se evoluiu dos tempos em era necessário um pequeno tanque de gasolina (agora os carros mais modernos aquecem os bicos injetores), o motor flex ainda depende desses recursos para funcionar em dias frios. Para os carros elétricos, isso nunca será problema.
O que ainda continua valendo nos carros elétricos
A despeito das inúmeras vantagens, os automóveis elétricos também precisam de manutenção em várias partes, a mais importante delas em relação aos cuidados com as baterias. Pense no seu smartphone, que precisa de recargas dentro das especificações do fabricante para durar mais, por exemplo.
As baterias de íon de lítio também precisam de um sistema de resfriamento que exige cuidados regulares. Alguns veículos também utilizam a frenagem regenerativa para alimentar as baterias, portanto é importante observar as pastilhas e fluídos do freio.
Por fim, a atual geração de carros elétricos é mais pesada que veículos a combustão, portanto, há uma maior carga em alguns componentes como pneus.