1 – Verifique a autonomia
Uma das questões que mais preocupa quem está indeciso entre um veículo convencional a gasolina/Diesel e um automóvel elétrico é a questão da autonomia. No entanto, os modelos 100% elétricos mais recentes já apresentam níveis de autonomia atrativos: cerca de 400 quilómetros, contando com uma condução que permita tirar o máximo partido do sistema de regeneração nas travagens. Lembre-se, no entanto, que a utilização de funcionalidades como o ar condicionado reduz a autonomia prevista.
No caso dos híbridos, a autonomia é bastante mais reduzida, porque as baterias são mais pequenas. Os modelos plug-in podem rondar os 50 quilómetros de autonomia, em modo exclusivamente elétrico. A vantagem é que também demoram menos tempo a carregar.
2 – Verifique a Infraestrutura de Carregamento
Poderá carregar um automóvel elétrico (ou híbrido plug-in) em postos de carregamento públicos ou em casa – a opção mais prática e confortável.
Num posto de carregamento público: A rede de postos de carregamento MOBI.E disponibiliza cerca de 550 postos de carregamento em mais de 60 municípios de Portugal Continental e Madeira. Desses, 56 são de carregamento rápido e garantem o carregamento de 80% da bateria em 20 a 30 minutos – embora o seu uso frequente possa ter impacto na longevidade das baterias. Nos postos normais, poderá demorar entre 6 e 8 horas.
Em casa: Se optar por carregar o automóvel em casa, poderá usar uma tomada convencional com carregamentos até 10A. Mas prepare-se para esperar até cerca de 20 horas para carregar 80% da capacidade da bateria. A alternativa é investir numa wallbox, um posto de carregamento doméstico de fácil instalação que garante maior rapidez – entre 3 a 8 horas conforme a potência da wallbox. Além da rapidez, a wallbox garante maior segurança do carregamento. Há vários modelos disponíveis no mercado, muitas vezes disponibilizados pelos próprios fabricantes automóveis.
Analise as opções tendo em conta a instalação elétrica de sua casa, os diferentes tipos de conectores necessários e a comodidade de utilização (por exemplo: se tem gestão de acessos e consumos e ligação com smartphone).
Aproveite a tarifa bi-horária ou tri-horária para carregar o veículo durante a noite, já que o carregamento do veículo vai ser incluído na fatura normal de eletricidade, segundo as condições contratualizadas com o comercializador.
3 – Verifique que incentivos estão disponíveis
O Estado incentiva a compra de veículos elétricos, por serem uma opção ambientalmente favorável. Existem, atualmente, vários benefícios: Incentivo direto à compra (os primeiros mil cidadãos que, em 2019, apresentem um comprovativo de compra de um carro novo 100% elétrico – e cumpram as condições do Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente – recebem um incentivo de €3.000 para abater ao preço do veículo, para veículos até €60.000); Isenção de Imposto sobre Veículos; Isenção do Imposto Único de Circulação (válido para veículos 100% elétricos) e Dístico identificativo de veículo elétrico (é gratuito e obrigatório para todos os veículos elétricos que estejam a ocupar uma zona de parqueamento para carregamento público).
Vários municípios disponibilizam, ainda, estacionamento grátis para este tipo de veículos.
4 – Considere os custos
O que compensa mais: um carro elétrico ou um modelo convencional, a gasolina ou Diesel? Existe uma nova app (a EDP EV.X, disponível para Android e iOS) que o ajuda a perceber como seria o seu dia-a-dia se tivesse um veículo elétrico – quanto pouparia em combustível, a redução e emissões de CO2, o número de carregamentos que teria de fazer por dia e por semana, entre muitas outras coisas.
Investimento inicial: Em termos de investimento inicial, um automóvel convencional ainda é mais barato. Contudo, existem benefícios em comprar um carro elétrico que podem compensar o investimento inicial: tendência da diminuição do preço das baterias refletido no custo de aquisição, incentivos financeiros (fundo ambiental), benefícios fiscais para empresas (IVA, IRC, Tributação autónoma), isenção de imposto único de circulação, redução dos custos de parqueamento em algumas cidades, tendência de valorização do veículo elétrico no Mercado de usados (valor residual), custos de reparação e manutenção significativamente mais baixos e ainda, custos de energia inferiores ao combustível.
Consumo diário e manutenção: Depois da compra, as contas são outras: a manutenção de um carro elétrico é bastante mais barata, já que o motor não precisa de manutenção frequente.
No consumo diário, o carro elétrico também sai a ganhar: um elétrico consome cerca de €2 por 100 quilómetros; as opções a diesel e a gasolina consomem no mínimo, respetivamente, €7 e €10.
5 – Verifique a garantia
Para dar aos clientes um pouco de tranquilidade em relação aos elétricos, os fabricantes são bastante generosos com as garantias – e não apenas nos automóveis em si, mas também nas baterias e transmissões elétricas dos elétricos e híbridos plug-in. Por exemplo, a garantia das baterias para o Nissan Leaf são de 8 anos.
O que significa que se comprar um elétrico novo ou pouco usado, não precisará de se preocupar com problemas de bateria por algum tempo…
6 – Será que um elétrico se encaixa no seu estilo de vida?
Há diferenças na condução de um elétrico e de um carro a gasolina/gasóleo que deve ter em conta: dada a capacidade de arranque muito rápido, deverá dosear o uso do acelerador no início do trajeto. Devido ao sistema de recuperação de bateria, poderá sentir uma travagem quando tira o pé do acelerador.
Deverá adaptar a sua condução para poder tirar o máximo partido do recarregamento em andamento: opte, sempre que possível, por aliviar o acelerador em vez de travar; não acelere nas descidas, para que o carro possa carregar em andamento; e acelere de forma progressiva.
Para contrariar o medo de ficar sem bateria, planifique sempre o percurso antes de arrancar – e pesquise previamente quais os postos de carregamento existentes ao longo do caminho.
7 – Considere um híbrido em vez de elétrico “puro”
Se ainda acha que um automóvel 100% elétrico não é para si, considere a compra de um híbrido ou de um híbrido plug-in.
Híbridos plug-in: São veículos que dispõem de dois tipos de motorização – a elétrica e a convencional (a gasolina ou a diesel) – que podem funcionar de forma complementar ou independente. O motor elétrico garante, em média, uma autonomia de bateria até 50 quilómetros, suficiente para as deslocações em ambiente urbano. A partir daí, o motor convencional dá uma ajuda – para que nunca arrisque ficar parado, sem carga suficiente na bateria para completar o percurso.
Como este tipo de veículo tem maior autonomia elétrica que um hibrido sem plug-in, se funcionar apenas a eletricidade não emite CO2. Tal como nos carros 100% elétricos, poderá recarregar as baterias facilmente através de posto de carregamento elétrico ou de uma tomada para carregar o seu veículo em casa.
Híbridos (sem plug-in): Tal como na versão plug-in, os veículos híbridos têm um motor elétrico e um convencional. A diferença é que o motor elétrico recarrega exclusivamente através do sistema de regeneração, gerando energia em cada travagem ou inércia. Não é possível ligá-los à tomada. Assim, a autonomia da bateria é muito reduzida – apenas alguns minutos, se usar o motor elétrico de forma independente.
Os maiores ganhos são gerados de forma complementar: arranque em modo elétrico (para uma aceleração extremamente rápida) e aproveite, na condução, o recarregamento da bateria por travagem/inércia. Assim terá um menor consumo de combustível.