Ferrari e McLaren: a briga entre as antigas dominadora pensando em futuro de vitórias (fonte: Fórmula 1)

Foto: F1 / Divulgação

A temporada 2021 da F1 tem sido boa em brigas. Boa parte dos fãs tem focado sua atenção nas disputas Verstappen x Hamilton e Mercedes x Red Bull. Mas tem uma que merece ser citada e que tem sido cabeça a cabeça: a peleja pelo terceiro lugar no campeonato entre McLaren e Ferrari.  

Ambas as equipes têm elementos em comum: são times tradicionais, cheios de vitórias e passando por um processo pesado de reestruturação. Além de colocar suas esperanças no novo regulamento que vem em 2022…

Para esta temporada, os dois times colocaram como objetivo “ser o melhor do resto”. Mercedes e Red Bull são considerados outro patamar. Não é errado pensar assim, ainda mais que o terceiro posto no Campeonato de Construtores garante uma ótima premiação. Mas não é só o dinheiro. Passa também por fortalecer o lado psicológico. Afinal de contas, uma mentalidade vencedora também se constrói e é fácil ficar preso às glórias passadas. 

Este último ponto também une os dois times. A McLaren vem em um processo de reestruturação desde 2018, tanto pelo lado técnico como organizacional. A pandemia atingiu em cheio a empresa e, por muito pouco, a situação não chegou a um ponto extremo. Mas o time de F1 chegou a pegar um empréstimo junto ao Banco Nacional do Bahrein (controlado pelo fundo soberano do Bahrein, principal acionista) para poder garantir a temporada.  

Já a Ferrari também vinha em um processo de consolidação. Com a entrada efetiva de Mattia Binotto na chefia, foi decretada o fim da política de “porta giratória”. Ou seja, o objetivo era criar uma estabilidade para conseguir fazer uma estrutura vencedora. Em outros tempos, muita gente seria mandada embora e tantos outros chegariam. Até fazer funcionar… Então a intenção do comando da Ferrari é voltar a vencer, especialmente quando se muda tudo. 



Evolução da pontuação Ferrari x McLaren

Evolução da pontuação Ferrari x McLaren

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Mas o ponto de partida das duas era bem diverso. Por conta da pandemia, os carros de 2020 seguiriam como base. A McLaren tinha um bom projeto e foi autorizada a mexer mais para poder adaptar o motor Mercedes. Já a Ferrari tinha que pensar muito bem no que fazer para tentar salvar um projeto que se mostrou tenebroso, que era o SF1000. Enquanto a McLaren confirmou a tendência para um carro para circuitos rápidos, a Ferrari focou em trabalhar na criação de pressão aerodinâmica e tentar melhorar o motor, que havia “perdido a força” após o “acordo” com a FIA. 

O que vimos até aqui foi uma briga de foice entre as duas. Além dos carros, ambas tentaram se garantir na dupla de pilotos. A Ferrari estreou este ano Charles Leclerc e Carlos Sainz Jr. Talvez hoje esta seja a dupla mais homogênea da categoria. O monegasgo já mostrou seu valor, embora ainda tenha que dosar melhor sua impetuosidade (perdeu a pole em Monaco por isso). Sainz confirma a sua imagem de “piloto de domingo”, com uma ótima leitura de prova.  Já a McLaren conta com Lando Norris indo para sua terceira temporada pelo time e a estreia de Daniel Ricciardo, um sonho antigo de Zak Brown. Mas o australiano demorou a se encontrar, embora tenha conseguido vencer em Monza. Norris acabou trazendo a equipe nas costas na primeira parte do ano e, por questões estratégicas, não levou o GP da Rússia. 

Justamente estas valências acabam por tornar a disputa tão interessante. Nas últimas provas, a Ferrari tem se mostrado melhor, especialmente por conta do uso do novo sistema híbrido, já pensando em 2022. Embora toda a Unidade de Potência italiana ainda seja considerada mais fraca do que a de Mercedes e Honda, esta parte deu um pouco mais do folego aos carros vermelhos. Isso combinado às características das pistas (o SF21 tem andado melhor em pistas que exigem mais apoio aerodinâmico), tem feito que os italianos estejam um pouco à frente, como pode ser visto no gráfico a seguir. 

Ainda não se pode cravar quem ganhará este título de “melhor do resto”. Hoje, as equipes estão concluindo os seus projetos de 2022 e o tempo é extremamente curto (temos cerca de 1 mês para o fim da temporada). Mas é bom ver equipes com peso tão grande na F1 virem se recuperando e se preparando para voos mais altos. Mas apostando um trocado nesta briga, fico com a Ferrari, justamente por estarem ainda trabalhando no desenvolvimento desta parte híbrida, embora Arabia Saudita, por ser mais rápida, tende a ajudar a McLaren. 

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