Em um mundo que transita para a mobilidade elétrica, um dado em especial tem chamado a atenção: a diferença entre o consumo na cidade e na estrada. Curiosamente, os veículos eletrificados (híbridos e elétricos) apresentam consumo superior fora dos centros urbanos – o oposto dos veículos a combustão. Mas qual seria o fator primordial? Seria em virtude do sistema de regeneração de energia? Por que o veículo elétrico despende mais na estrada?

Para entender a questão, devemos primeiramente questionar: os carros devem mesmo ter maior consumo na cidade do que na estrada? O consumo dos carros a combustão é medido em km/l. Ou seja, a distância percorrida com 1 litro do combustível. Em suma, as principais barreiras a serem vencidas para que haja deslocamento são a inércia e a resistência do ar. 

Logo, o consumo energético tende a crescer com o aumento da velocidade – quanto mais se acelera, ou mais rápido se locomove, mais se gasta combustível (ou energia), seja na cidade ou na estrada. Assim, a questão se volta para os automóveis a combustão (gasolina, etanol, diesel ou GNV), já que estes apresentam um comportamento atípico ao desperdiçar muita energia enquanto estão parados ou em baixa velocidade, apenas transformando combustível em calor para o meio ambiente.

Os veículos eletrificados, quando estáticos, possuem baixíssimo consumo e acabam escancarando a ineficiência dos parceiros “beberrões”, que por muito tempo nos fizeram acreditar quer era normal consumir mais energia para ficarem inertes. Além disso, temos que ressaltar um dos maiores benefícios dos propulsores elétricos: a regeneração de energia nas desacelerações – esse é também um evento muito mais comum e intenso nos centros urbanos.

 Trata-se de uma solução brilhante, pois recupera a energia que seria desperdiçada nas pastilhas de freio. Nos veículos BMW i3 e híbridos plug-in PHEV da BMW, até ¼ da energia gasta pelo motor elétrico retorna para a bateria na desaceleração.Extremamente eficiente, a tecnologia entrega a experiência única do “one pedal feeling”. Ao tirar o pé do acelerador, o conjunto entra em sistema de recuperação de energia, desacelerando o veículo, reduzindo a necessidade do acionamento do pedal de freio. 

Em tempo, é hora de começarmos a comunicar consumo energético ao invés de consumo de combustível. Um é universal, o outro só faz sentido enquanto os veículos com pistões forem predominantes. Mais 5, 10  ou 20 anos? A depender dos avanços tecnológicos e investimentos da BMW teremos essa realidade cada vez mais próxima. 

Henrique Miranda é head da linha de veículos elétricos da BMW do Brasil

Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores

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