A entrada das marcas Alfa Romeo, Opel e DS no mercado brasileiro ainda é um sonho, mas com possibilidades de se concretizar. Quem admitiu isso, durante a semana, foi o próprio presidente da Stellantis na América do Sul, Antonio Filosa. O executivo italiano está animado com os ótimos resultados das duas marcas premium do grupo, Jeep e Ram. Por isso, a vinda de novas marcas aspiracionais não é descartada.
Filosa conversou durante uma hora e meia com alguns jornalistas. Ele se mostrou empolgado com o leque de marcas disponíveis para a Stellantis atuar no Brasil. Com a Fiat na liderança do mercado, a Jeep na liderança dos SUVS e a Ram com vendas surpreendentes, apesar do alto valor de suas picapes, Filosa acredita que a receita pode funcionar com outras marcas, mas faz um alerta: só se o “business” (negócio) se mostrar financeiramente viável.
Ao responder a uma pergunta sobre o leque de marcas da Stellantis e sobre o possível retorno da Alfa Romeo ao Brasil, Antonio Filosa afirmou: “Ter tantas marcas assim representa uma força incrível. Alfa Romeo é a marca do meu coração. Mas o Brasil é um mercado difícil. Cada decisão tem que ser muito bem ponderada. Opel é apaixonante. Alfa Romeo é apaixonante. Imagina uma Maserati, uma DS”.
Depois de citar as quatro marcas (duas italianas, uma alemã e uma francesa), Filosa acrescentou: “Mas a paixão tem que ficar submetida ao business. Em relação a novas marcas, é preciso ponderar muito bem, porque a paixão é a paixão e o business é o business”.
Considerando o cenário atual do mercado brasileiro, com muita procura por SUV, recordes de vendas nos carros superesportivos e movimento crescente de veículos híbridos e elétricos, selecionamos alguns carros que poderiam ser vendidos no mercado brasileiro, de três marcas citadas pelo próprio Filosa: Alfa Romeo, Opel e DS. A Maserati já tem representação no Brasil, junto com a Ferrari.
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Opel Crossland.
Foto: Divulgação
Da italiana Alfa Romeo, os carros mais cotados seriam o Giulia GTA e dois modelos da linha Quadrifoglio, o Giulia e o Stelvio. O Giulia GTA é um sedã esportivo de 540 cv de potência, quase um carro de corrida. Já na linha Quadrifoglio, que representa a alta performance num visual mais moderado, o Giulia tem 517 cv no motor 2.9 V6. O Stelvio é um SUV médio com a mesma cavalaria e vai de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos.
Da alemã Opel, o Corsa seria uma opção somente para resgatar o nome que fez fama com o logotipo da Chevrolet, quando a Opel pertencia à GM. O novo Corsa usa a plataforma do Peugeot 208, mas não teria espaço no mercado brasileiro. Já o Corsa e, um modelo 100% elétrico, seria uma opção para a Stellantis brigar com a própria GM, no caso o Chevrolet Bolt, e com modelos elétricos como Nissan Leaf e Renault Zoe.
O Opel Astra não seria uma opção, pois o mercado de hatches médios praticamente desapareceu no Brasil. A Opel tem ainda dois novos SUVs interessantes: o Crossland (compacto) e o Grandland X, que é um híbrido plug-in bastante interessante. Poderia ser feito um teste com o Corsa elétrico e o Grandland X PHEV.
No caso da francesa DS, ela já teve uma passagem no Brasil, com o Grupo PSA, com modelos como DS 3, DS 4 e DS 5. No momento, é uma marca que tem poucas chances de voltar, pois o objetivo imediato da Stellantis é recuperar as marcas Peugeot e Citroën. A Peugeot será posicionada com uma marca aspiracional, com design forte e prazer ao dirigir. Por isso, os carros devem ganhar motores mais potentes. A Citroën será posicionada como uma marca generalista voltada para a pessoa, portanto seus carros devem ganhar maior conectividade.
Mesmo assim, no momento, a DS tem dois modelos que poderiam ser testados no mercado brasileiro. O primeiro é um SUV: o DS 7 Crossback, de porte médio superior. A versão E-Tense, híbrida, com 225 cv de potência, pode ter saída, considerando a alta venda dos Volvo XC40 e XC60 nesse segmento. Outra opção seria o DS 9, um sedã de luxo muito bonito, que também está disponível na versão E-Tense, com motores de 250 cv ou 360 cv com tração nas quatro rodas. Brigaria com o Audi A6.