Quando a pandemia forçou a Dick’s Sporting Goods a fechar suas centenas de lojas em março, a empresa elaborou um processo de entrega de mercadorias na rua, à porta da loja, em dois dias. Sua tentativa inicial, porém, era bem parecida com uma barraca de limonada infantil.

“Quando você chegava, via uma placa na janela com um número de telefone, e as pessoas ligavam para as lojas, que faziam a entrega”, disse Lauren Hobart, presidente da Dick’s, sobre a operação “muito desleixada”. Alertas de e-mail e de texto viriam mais tarde.

Desleixada ou não, a entrega na rua não só ajudou as vendas da Dick’s durante os bloqueios, mas também acabou sendo a melhor estratégia de muitos varejistas para a sobrevivência em longo prazo na era do comércio eletrônico. E é provável que o que começou como uma solução para o coronavírus tenha um impacto permanente na maneira como as pessoas compram e lhes dê uma nova razão para continuar visitando lojas físicas.

Em agosto, cerca de três quartos dos 50 maiores varejistas com lojas físicas nos Estados Unidos ofereceram entregas na rua

Em agosto, cerca de três quartos dos 50 maiores varejistas com lojas físicas nos Estados Unidos ofereceram entregas na rua (Amr Alfiky/The New York Times)

A popularidade da entrega na rua revela que o futuro do varejo não é só um monte de pacotes se acumulando à porta de casa. Além de satisfazer a necessidade de compras sem contato na pandemia, ela satisfaz o desejo de ir até uma loja, algo que pode ser muito forte, ou até mais forte, que a conveniência da entrega em casa.

“Os americanos estão acostumados a dirigir e realmente gostam de lojas, por isso esse é um tipo de híbrido em que você tem o melhor dos dois mundos”, afirmou Oliver Chen, analista de varejo.

Em agosto, cerca de três quartos dos 50 maiores varejistas com lojas físicas nos Estados Unidos ofereceram entregas na rua, de acordo com a Coresight Research, empresa de consultoria e pesquisa especializada em varejo e tecnologia. Agora, qualquer coisa, desde um suéter até um livro, é tão fácil de comprar quanto um sanduíche.

A Target informou que suas vendas pelo mesmo método cresceram mais de 700 por cento no último trimestre, enquanto a Best Buy relatou quase US$ 5 bilhões em receita on-line no segundo trimestre, um recorde para a empresa, e disse que 41 por cento disso foi entregue na rua ou retirado na loja.

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