Prudência parece ter sido a palavra de ordem depois da Assembleia Geral da OICA (Organização Internacional dos Construtores de Autoveículos, na sigla em francês), realizado em 23 de novembro último, em Nápoles, Itália. 

Os debates deste ano ocorreram depois do encerramento, em 12 de novembro, da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, realizada em Glasgow, Escócia.

Incluíram uma troca de pontos de vista sobre várias iniciativas políticas dos chamados países centrais para proibir a venda de motores de combustão interna e mudar para veículos totalmente elétricos, na maioria das vezes com prazos rígidos.

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“A indústria automobilística global continua firmemente comprometida com a redução de suas emissões de CO2”, de acordo com o documento final do evento. Mas se nota que algo foi amenizado. Pela primeira vez, enfatizou-se a existência de vários caminhos tecnológicos para um futuro de carbono zero.

Isso se confirma nesta frase cautelosa: “Acelerar a transição para eletrificação e transporte de baixo carbono requer ampla colaboração entre os setores público e privado em infraestrutura, resiliência da rede elétrica (grid), cadeias de abastecimento e transformação industrial.”

A Anfavea apresentou seu estudo já conhecido aqui sobre os caminhos de descarbonização do setor, que inclui o etanol. A representação chinesa surpreendeu, em Nápoles, ao dividir o futuro (2060, não 2050) entre elétricos a bateria e com pilha a hidrogênio, mas também citou biocombustíveis. A associação de fabricantes da Coreia do Sul defendeu a neutralidade de carbono por meio de múltiplas tecnologias.

Os híbridos deveriam ser uma etapa considerada com mais atenção, particularmente no Brasil. Um híbrido a etanol, por exemplo, terá emissões de CO2 no ciclo de vida (fonte à roda) próximas a um carro elétrico, mas apenas se este for recarregado por fontes 100% limpas.

O desafio é gigantesco porque, hoje, dois terços da energia elétrica no mundo dependem de combustíveis fósseis. Produzir hidrogênio verde exige energia elétrica limpa e abundante.

O presidente mundial da Stellantis, Carlos Tavares, voltou a advertir em entrevista à agência Reuters, semana passada, que a transição muito rápida pode elevar os custos para além do que os fabricantes suportam.

E sugeriu aos governos acelerar a limpeza da matriz energética e desenvolver a rede de recarga dos veículos. 

Em resumo: rumo correto, ritmo incerto.

 

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